sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Crítica – Sorria

 

Análise Crítica – Sorria

Review – Sorria
O terror Sorria chamou minha atenção pelos pôsteres com personagens exibindo sorrisos macabros. Mesmo sem saber exatamente do que se tratava, as imagens eram o suficiente para despertar minha curiosidade. O resultado, felizmente, é um produto satisfatório, ainda que um pouco derivativo.

Na trama, a psiquiatra Rose (Sosie Bacon) testemunha uma paciente se matar diante dela dizendo que estava sendo perseguida por uma entidade sobrenatural que a fazia ver estranhos rostos sorridentes. Pouco tempo depois, Rose começa a ver o mesmo tipo de aparição e teme estar perdendo a sanidade. Ela começa a pesquisar e descobre uma estranha ligação de sua paciente com outros suicídios.

De certa forma a narrativa do filme é basicamente a mesma de Corrente do Mal (2014), com uma entidade invisível “infectando” diferentes pessoas e passando de hospedeiro para hospedeiro. A diferença é que ao invés de ser transmitida pelo sexo, é transmitida ao ver alguém se matando.

Apesar de repetir a mesma premissa de outro filme de terror, Sorria consegue ao menos criar um mistério envolvente ao redor da ameaça sobrenatural experimentada por Rose, nos deixando intrigados a respeito do que pode estar acontecendo ou como parar o estranho ser. Nesse sentido, o trabalho de Sosie Bacon é eficiente em ilustrar o decadente estado mental de Rose, cada vez mais instável conforme a ameaça a faz experimentar e reviver alguns de seus piores traumas, alienando a protagonista de todas as pessoas ao seu redor.

O filme também acerta na criação de situações macabras, como o momento em que Rose dá um gato morto de presente a uma criança, e nos designs sinistros de algumas criaturas que chocam por sua inventividade horrenda. Além disso, acerta na violência gráfica das mortes, dando a exata medida de como a criatura faz suas vítimas se matarem das maneiras mais sangrentas e chocantes possíveis.

Eventualmente o filme se entrega a alguns sustos clichês de filmes de terror, com algo pulando subitamente diante da tela enquanto algum som forte chama nossa atenção. São sustos já batidos e que não funcionam tão bem quanto a atmosfera de incerteza e mistério que cerca toda a narrativa e que é mais eficiente em nos deixar temerosos pelo que pode acontecer a seguir do que qualquer um dos jumpscares que o filme tenta jogar diante de nós.

Assim, mesmo que sua premissa soe derivativa, Sorria é competente o suficiente na construção de sua atmosfera macabra para nos manter interessados.

 

Nota: 7/10


Trailer

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