Na trama Joaninha (Brad Pitt) é um mercenário incumbido de transportar via trem uma valiosa maleta para um perigoso mafioso russo até a cidade de Kioto. O que o agente não esperava é que tivessem vários outros operativos e assassinos no mesmo trem em busca da maleta com objetivos diferentes.
Há todo um esforço de encher esses personagens de diálogos com referências pop e frases sagazes, no entanto nada disso soma a uma personalidade coesa para esses sujeitos soando mais como uma série de cacoetes aleatórios para tentar dar a ilusão de que há alguma substância neles. Não há sequer algo a dizer, nenhum insight interessante sobre as referências pop levantadas.
O filme também usa constantes flashbacks e uma montagem que está sempre pulando entre um personagem e outro para dar a impressão de uma narrativa ágil e complexa, sendo que tudo é uma trama bem simples de vingança e ninguém tem lá nenhuma motivação muito complexa. A suposta complexidade vem apenas do modo como a narrativa oculta informação do espectador para poder revelá-las mais adiante e criar surpresa com as reviravoltas que essas novas informações causam.
Na verdade são tantas reviravoltas que acabam cansando, porque como elas se constroem em cima de revelar informação que não foi plenamente revelada antes, cria a impressão de que qualquer coisa pode acontecer e que o filme está sendo desonesto com o espectador. Assim, não há muito como criar expectativas porque a narrativa suprime informação o tempo todo. A trama desnecessariamente se alonga mais do que necessário para comportar todas as reviravoltas e provavelmente funcionaria melhor se não tentasse se complicar tanto, assumisse sua verve de filme B de ação e fosse direto para a pancadaria,
Digo isso porque as cenas de ação são o que o filme faz de melhor, com embates violentos e criativos que muitas vezes pendem ao cartunesco de tão exageradas. A ação se beneficia da presença do talento marcial de atores como Hiroyuki Sanada ou Andrew Koji, que protagonizam algumas das melhores lutas do filme, embora os assassinos vividos por Aaron Taylor-Johnson e Brian Tyree Henry também rendam momentos divertidos.
A ação, no entanto, não é
suficiente para suplantar o fato de que Trem
Bala é bem menos esperto e moderninho do que pensa que é, com toda a sua
agilidade e linguagem pop soando como uma versão pasteurizada e artificial do
estilo de realizadores melhores.
Nota: 5/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário