O documentário conta a história do presidente da Nissan, Carlos Ghosn, que teria roubado e embolsado milhões da empresa através de companhias de fachada e depois fugiu do país em um elaborado plano de fuga. O primeiro problema da produção é o ritmo, já que ele demora a chegar no crime propriamente dito e passa mais da metade de sua duração falando da trajetória profissional de Ghosn na Renault e na Nissan.
Quando chega no crime, é um esquema tão padrão de desvio de dinheiro que não tem nada que justifique um longa metragem. Mesmo a mirabolante fuga, o aspecto mais interessante, é contado em poucos minutos. Não ajuda que o documentário use o conjunto padrão de ferramentas desse tipo de filme, sem muita imaginação, e ainda recorra a expedientes preguiçosos como várias cenas com imagens estáticas e cartelas de texto.
Talvez ciente da falta de um conflito interessante, o documentário tenta levantar a possibilidade de que Ghosn tenha sido vítima de uma armação dos japoneses. Entrevistados aliados de Ghosn e imagens de arquivo do próprio apresentam essa possibilidade sem, no entanto, mostrar nenhuma prova. Entendo a necessidade de ouvir o outro lado, mas o documentário dá voz a esses pessoas sem confrontar essas falas com as provas em momento algum e, com isso, confunde isenção com deixar as fontes falarem o que quiserem a despeito dos fatos, o que mostra uma apuração rasa e irresponsável do caso.
Assim, CEO em Fuga: A História de Carlos Ghosn é um documentário entediante
que tenta forçar conflitos em uma narrativa desinteressante e descuidado em sua
apuração dos eventos.
Nota: 4/10
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