sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Drops – Trocados

 

Análise Crítica – Trocados

Review – Trocados
Filmes de trocas de corpos já foram feitos aos montes por Hollywood e até pelo cinema brasileiro. Mãe que troca de corpo com filha, pai com filho, marido com esposa. Muitas combinações já foram explorados e, talvez justamente por isso, Trocados, produção da Netflix resolve simplesmente fazer todas ao mesmo tempo. O resultado é um filme que tenta chamar atenção pelo volume e não necessariamente pela qualidade do humor ou das personagens.

A trama segue a família liderada por Jess (Jennifer Garner) e Bill (Ed Helms). Quando eles discutem com os filhos CC (Emma Myers, a Enid de Wandinha) e Wyatt (Brady Noon) durante um alinhamento planetário, eles acordam com os corpos trocados. Os filhos estão no corpo dos pais e até o bebê trocou de corpo com o cachorro.

É óbvio desde o início que a troca de corpos servirá para que cada membro da família entenda as dores e dificuldades do outro aprendendo grandes lições de vida no processo. Além de uma estrutura previsível, a trama é prejudicada por um roteiro que se apoia em recriar todas as situações que já vimos antes nesse tipo de produção. A filha no corpo da mãe precisa fazer a “grande apresentação” que ira render uma promoção no emprego, o pai no corpo do filho precisa fazer a entrevista para uma faculdade de prestigio que selará seu futuro.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Crítica – Saltburn

 

Análise Crítica – Saltburn

Resenha Crítica – Saltburn
Se tem uma coisa que aprendi assistindo O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017) e a este Saltburn é que convidar Barry Keoghan para sua casa certamente acabará em tragédia. Dirigido e escrito por Emerald Fennell, Saltburn foi bastante divulgado como algo próximo de um thriller erótico, mas na prática é mais um suspense sobre conflitos de classe do que sobre sexualidade.

A trama é centrada em Oliver (Barry Keoghan), um jovem que acabou de entrar na faculdade de Oxford, e se encanta pelo colega aristocrata Felix (Jacob Elordi), membro de uma família que descende de nobreza e dona de uma extravagante propriedade chamada Saltburn. Oliver se aproxima de Felix e é convidado a passar as férias de verão com ele na mansão de sua família. Chegando lá, Oliver conhece os membros excêntricos da família do colega, como seu pai, Sir James (Richard E. Grant), sua mãe, Eslpeth (Rosamund Pike), e sua irmã Venetia (Alison Oliver). Aos poucos Oliver descobre como ele e vários outros agregados da família precisam bajular e disputar a atenção deles para não serem mandados embora e como Felix e seus parentes veem todos como brinquedos a seu serviço. O que começou como férias entre amigos logo se torna um tenso jogo de intrigas para tentar se manter sob os bons olhos da família e continuar vivendo no luxo deles.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Crítica – Rebel Moon Parte 1: A Menina do Fogo

 

Análise Crítica – Rebel Moon Parte 1: A Menina do Fogo

Review – Rebel Moon Parte 1: A Menina do Fogo
Os primeiros escritos sobre gêneros dramatúrgicos datam da Grécia antiga e de pensadores como Aristóteles. O filósofo ponderava como os gêneros, com suas estruturas típicas, propiciavam certa economia narrativa. Como o espectador já sabia mais ou menos como a história iria se estruturar, o dramaturgo poderia focar sua atenção nas particularidades dos personagens ou do universo. Hollywood se vale até hoje desse princípio de economia narrativa, com filmes tipo John Wick ou Missão Impossível simplificando suas tramas (porque já sabemos como elas irão transcorrer) para focar no espetáculo de ação.

Zack Snyder, por outro lado, parece ignorar a ideia de economia narrativa neste Rebel Moon Parte 1: A Menina do Fogo, um filme que é basicamente uma cópia de Star Wars misturado com algumas outras produções (como Os Sete Samurais do Kurosawa). Não há nada de original na trama ou universo criado por ele e não teria problema se Snyder ao menos reconhecesse essa natureza derivativa e oferecesse visuais, locais ou cenas de ação bem construídas (como os dois Avatar de James Cameron), mas ao invés disso o diretor parece tão deslumbrado com sua própria criação que conduz tudo com absoluta segurança de que fez algo completamente original, resultando em uma trama arrastada pela necessidade de explicar os próprios clichês sem fazer nada para subvertê-los, como se estivéssemos assistindo algo completamente novo.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Crítica – Plano em Família

 

Análise Crítica – Plano em Família

Review – Plano em Família
Um agente secreto esconde sua verdadeira ocupação da família e vive como um pacato pai suburbano sem que a esposa e filhos saibam a verdade sobre ele até que terroristas tomam sua família de refém e ele precisa conciliar esses dois mundos. Essa é a trama de True Lies (1994) excelente comédia de ação dirigida por James Cameron que este Plano em Família, produção original da AppleTV+, basicamente copia sem qualquer pudor ou brilho.

A história gira em torno de Dan (Mark Wahlberg), um pacato vendedor de carros usados que tem um passado como operativo secreto que esconde da esposa, Jessica (Michelle Monaghan), e dos filhos. As coisas mudam quando mercenários começam a atacar Dan e ele sugere uma viagem em família para fugir dos assassinos ao mesmo tempo em que tenta manter tudo oculto da família.

A estrutura de viagem pela estrada parece feita sob medida para alongar a narrativa sem lhe adicionar nenhum estofo, jogando os personagens em encontros fortuitos e subtramas que não tem muita repercussão na trama ou não servem para dar nenhum desenvolvimento aos membros da família. A busca da filha, Nina (Zoe Colletti), por uma vaga na universidade dos sonhos não faz muito diferença, enquanto a subtrama de Kyle (Van Crosby) tentando se tornar um atleta de esports parece existir apenas para adicionar um longo segmento que é meramente uma longa e pouco sutil publicidade de um game online. A verdade é que o filme poderia ter tranquilamente 90 ou 100 minutos ao invés das suas inchadas duas horas de duração.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Crítica – Yu Yu Hakusho

 

Análise Crítica – Yu Yu Hakusho

Review – Yu Yu Hakusho
Depois de um live action de One Piece que surpreendeu ao não ser péssimo, a Netflix entrega outra adaptação com atores razoavelmente bem sucedida com este Yu Yu Hakusho. É fiel ao espírito do anime ainda que peque por tentar cobrir uma quantidade grande de tramas em apenas cinco episódios.

A história é a mesma do anime e do mangá. Yusuke Urameshi (Takumi Kitamura) é um valentão que não se importa muito com escola, mas tem um bom coração. Quando ele se coloca na frente de um caminhão e morre para evitar que uma criança seja atropelada, o governante do mundo dos mortos, Koenma (Keita Machida), lhe dá a chance de retornar ao mundo dos vivos como um detetive sobrenatural para enfrentar yokais que saíram do mundo espiritual para atormentar os humanos.

Inicialmente parece que essa primeira temporada irá adaptar o arco do detetive sobrenatural, a primeira grande saga do material original. Nos últimos episódios, porém, a série mescla o resgate a Yukina, que seria o clímax do primeiro arco, com o arco do torneio das trevas, basicamente cobrindo metade do anime em apenas cinco episódios de cerca de cinquenta minutos cada. Logicamente é muito pouco para dar conta de quatro protagonistas, as relações entre eles, com os coadjuvantes importantes e a rivalidade com certos vilões como o Toguro (Go Ayano).

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Crítica – Aquaman 2: O Reino Perdido

 

Análise Crítica – Aquaman 2: O Reino Perdido

Considerando que o universo DC está morto e enterrado, com a Warner querendo rapidamente chegar aos novos filmes sob a batuta do James Gunn, não tinha muitas expectativas quanto a este Aquaman 2: O Reino Perdido. Afinal, assim como The Flash era um filme que estava pronto faz tempo, foi adiado várias vezes e sofreu várias mudanças por conta das trocas de lideranças na Warner/DC e por polêmicas envolvendo o elenco (mais notadamente Amber Heard), embora este filme tenha passado por menos perrengues de bastidores que o do velocista escarlate.

A trama se passa alguns anos depois do primeiro filme. Arthur (Jason Momoa) e Mera (Amber Heard) agora tem um filho e a responsabilidade de gerir o reino de Atlântida. As coisas se complicam quando o Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) encontra o tridente sombrio do Reino Perdido e passa a ser influenciado pelo espírito do rei maligno que reside na arma. O Arraia sabe que está sendo usado pelo rei, mas decide aceitar para poder se vingar de Arthur.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Crítica – Priscilla

 

Análise Crítica – Priscilla

Review – Priscilla
O Elvis (2022) de Baz Luhrmann focava tanto na relação do rei do rock com o Coronel Parker que Priscilla Presley, esposa do cantor, virava basicamente uma nota de rodapé na história. Em Priscilla a diretora Sofia Coppola decide contar a história dela e de como a relação com Elvis a afetou.

A narrativa se baseia no livro autobiográfico de Priscilla Presley, acompanhando Priscilla Beaulieu (Cailee Spaeny) desde sua adolescência, quando conhece um Elvis (Jacob Elordi, de Euphoria e A Barraca do Beijo) já adulto durante o período em que ele serviu no exército, até os anos finais de seu casamento com ele. Sob o olhar de Coppola, a história de Priscilla é narrada como a de alguém presa em uma gaiola de ouro. Por mais que ela tivesse tudo que o dinheiro pudesse proporcionar, isso não a impedia de se sentir solitária e infeliz, já que sua existência era reduzida a ser um bibelô nas mãos de Elvis.

É um olhar sobre o vazio e o tédio de uma jovem inadvertidamente jogada em um universo de riqueza para ser tratada como objeto que remete a outros filmes de Sofia Coppola, como a personagem de Scarlett Johansson em Encontros e Desencontros (2003) ou Maria Antonieta (2006). Priscilla é constantemente colocada sozinha no quadro, construindo seu senso de isolamento e alienação, amplificando isso com o uso de planos abertos a partir do momento em que ela vai para Graceland que ressaltam como aquela opulência pode soar opressiva, vazia e solitária.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Crítica – Se Eu Fosse Luísa Sonza

 


Review – Se Eu Fosse Luísa Sonza
Tudo que eu sei sobre a cantora Luísa Sonza foi contra a minha vontade. A garota é tão exposta na mídia que sei mais sobre a vida pessoal dela do que a respeito de alguns parentes e olha que nunca procurei ativamente nada sobre ela. Na verdade, ficaria bem contente em saber menos a respeito. Curiosamente, apesar da exposição sei mais sobre as tretas de sua vida pessoal do que sobre sua música, o que raramente é um bom sinal. O documentário Se Eu Fosse Luísa Sonza soa como um desdobramento inevitável para uma artista em ascensão, mas se muitos usam esse tipo de produto como um veículo para expandir sua audiência, o documentário da Netflix dividido em três episódios parece se dirigir aos fãs mais ardorosos, já que a maneira como tudo é contado dificilmente vai convencer ou aproximar qualquer outro espectador.

Trata-se de um documentário meramente laudatório, sem qualquer nuance ou interesse de tentar entender a personalidade do objeto do documentário. Tudo é posto para que Luísa seja vista como uma grande artista (sem nada de muito convincente para justificar essa visão) ou como uma grande coitada perseguida pela mídia (com um sensacionalismo exagerado que faz tudo soar artificial) para atrair nossa comiseração. É um produto marcado pela contradição de querer se expor intimamente e uma preocupação extrema em controlar a narrativa e imagem que cerca a cantora.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Drops – Meu Pai é um Perigo

 

Análise Crítica – Meu Pai é um Perigo

Review – Meu Pai é um Perigo
Estrelado pelo comediante Sebastian Maniscalco e levemente baseado na sua relação com o pai na vida real, Meu Pai é um Perigo é praticamente A Gaiola das Loucas (1996) trocando gays por italianos. Na trama, Sebastian (Sebastian Maniscalco) é um filho de imigrante italiano que está prestes a pedir a namorada, Ellie (Leslie Bibb), em casamento, mas seu pai, Salvo (Robert De Niro), quer primeiro conhecer a tradicional família branca e protestante de Ellie antes de dar a benção para o filho casar. Assim, Sebastian e Salvo viajam para a propriedade da família de Ellie para passar o feriado de 4 de julho e o choque cultural entre as duas famílias cria caos.

O filme tem uma estrutura relativamente episódica, saindo de um evento para outro quase como se fossem esquetes soltos ao invés de uma narrativa coesa. Essa falta de coesão se vê também nos personagens, em especial Salvo. Se nos primeiros momentos ele implica com absolutamente tudo, depois de uma reclamação de Sebastian ele muda completamente de personalidade e simplesmente passa a encantar toda a família de Ellie como se nada tivesse acontecido. Esse tipo de guinada pela conveniência da trama tira o impacto de aspectos mais dramáticos dos conflitos familiares que o filme tenta construir, fazendo os momentos que deveriam ser de catarse e reconciliação não funcionarem.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Crítica – Acampamento de Teatro

 

Análise Crítica – Acampamento de Teatro

Review – Acampamento de Teatro
Inspirado no curta-metragem de mesmo nome, Acampamento de Teatro remete a comédias dos anos 80 sobre acampamentos de férias cujas tramas giravam em torno de salvar um acampamento humilde, mas adorado pelos veranistas, da falência ou de ser comprado pelo acampamento dos ricos esnobes. Ele segue essa mesma premissa, misturando com uma estrutura de falso documentário e um humor que parodia o universo do teatro musical.

Durante décadas Joan (Amy Sedaris) dirigiu um acampamento de férias dedicado a crianças que queriam estudar teatro. Embora humilde, o local era adorado pelas crianças, mas quando Joan sofre um derrame, seu filho influencer, Troy (Jimmy Tatro), assume a gestão do local implementando mudanças e cortes de gastos para tentar salvar o local da falência. Demitindo boa parte dos instrutores, cabe aos professores remanescentes, Amos (Ben Platt) e Rebecca-Diane (Molly Gordon, que fez a namorada do Carmy em O Urso), tentarem manter o local funcionando a contento e organizar um espetáculo em homenagem a Joan.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Drops – Leo

 

Análise Crítica – Leo

Review – Leo
Não sabia o que esperar de Leo animação produzida e estrelada por Adam Sandler, mas o que encontrei é uma aventura infantil razoavelmente divertida e inofensiva apesar de lugar-comum. Na trama, Leo (Adam Sandler) é um lagarto de 74 anos que vive como mascote de uma turma de quinta série em uma escola na Flórida. Quando ele descobre que pode ter apenas mais um ano de vida, decide fugir para aproveitar o tempo que resta. Acontece que ele acaba se envolvendo com os problemas pessoais dos alunos e decide ajudá-los.

Os arcos das crianças são tramas bem comuns nesse tipo de história, como a criança que se sente deslocada depois do divórcio dos pais, crianças inseguras com a própria aparência, outra que é superprotegida pelos pais ou uma cujos pais substituem presentes e bens materiais por afeto. Ainda assim há um calor humano genuíno nas interações entre Leo e as crianças, com o crescimento e aprendizado que elas têm sendo coerente com a dinâmica que a trama estabelece e mostrando como uma criança pode se desenvolver se lidar com seus problemas.

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Crítica – Dragon Ball Super: Super Hero

Análise Crítica – Dragon Ball Super: Super Hero

 

Review – Dragon Ball Super: Super Hero
Depois que Dragon Ball Super: Broly trouxe uma boa releitura de um vilão que não era lá grande coisa quando foi introduzido nos filmes de Dragon Ball Z, confesso que fiquei esperançoso para o filme seguinte de Dragon Ball. As expectativas aumentaram com o anúncio de que Dragon Ball Super: Super Hero seria focado principalmente em Piccolo e Gohan, personagens que há muito foram escanteados para que Goku e Vegeta dominassem tudo. O resultado, no entanto, é uma reprodução pálida da saga de Cell que nunca chega nem perto do impacto da original.

Na trama, Piccolo descobre que a força Red Ribbon está se organizando novamente e criou dois poderosos novos androides, Gamma 1 e Gamma 2. Com Goku, Vegeta e Broly treinando no planeta de Bills e sem conseguir falar com eles, Piccolo tenta persuadir Gohan a se juntar a ele nessa aventura. Como eu disse, toda ideia de Red Ribbon, androides e até uma nova versão de Cell, o gigante Cell Max, remetem de maneira muito direta à saga de Cell e dos androides em Dragon Ball Z, com muitos momentos se repetindo, inclusive Gohan perdendo o controle na batalha contra Cell Max e alcançando um novo nível de poder.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Crítica – O Mundo Depois de Nós

 

Análise Crítica – O Mundo Depois de Nós

Review – O Mundo Depois de Nós
Dirigido por Sam Esmail, criador da série Mr. Robot, O Mundo Depois de Nós traz algumas reflexões de nossa dependência de tecnologia e também sobre as fissuras de nossa sociedade e como a combinação desses elementos pode resultar em nossa perdição. Nem sempre trabalha essas ideias a contento, mas se beneficia de um elenco afiado e de um senso constante de pavor.

A trama acompanha uma família de férias. O casal Clay (Ethan Hawke) e Amanda (Julia Roberts) alugam uma remota propriedade de luxo para passarem um final de semana com os dois filhos. Durante a viagem eles notam que a internet e o sinal de tv não funcionam, mas não pensam ser nada demais. Ao longo do dia outros fenômenos estranhos voltam a acontecer e as coisas se agravam quando dois estranhos, George (Mahershala Ali) e Ruth (Myha’la), batem à porta e pedem abrigo de um severo blecaute. Agora eles precisam encontrar um jeito de conviverem enquanto o mundo ao redor deles parece desmoronar.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Crítica – O Protetor: Capítulo Final

 

Análise Crítica – O Protetor: Capítulo Final

Review – O Protetor: Capítulo Final
Depois de um competente primeiro filme e uma continuação aquém do original, o diretor Antoine Fuqua e o ator Denzel Washington encerram a história da Robert McCall neste O Protetor: Capítulo Final. Não chega a ser tão bacana quanto o primeiro filme, mas ao menos não é sem graça como o segundo.

A trama leva McCall (Denzel Washington) para a Sicília, no sul da Itália. Ao enfrentar um grupo de mafiosos para recuperar algo que foi levado dos EUA, o protagonista topa com um grande esquema de financiamento de terrorismo via a máfia siciliana. Agora ele precisa proteger os habitantes da pequena vila que é controlada pelos criminosos ao mesmo tempo em que tenta contato com a CIA para alertá-los dessa ameaça em escala global, contando com a ajuda da analista Emma (Dakota Fanning).

É uma trama um pouco mais lenta que os outros filmes, mas cujo ritmo é necessário tanto para estabelecer as relações que McCall vai construindo com o povo da vila e como o local vai aos poucos se tornando importante para ele, como para o processo do personagem de finalmente contemplar uma vida de paz, sem que precise entrar em conflitos o tempo todo. O filme faz um bom trabalho de nos fazer entender porque alguém como ele se interessaria pela banalidade da vida daquelas pessoas e porque preservar esse modo de vida humilde e pacato da vila seria importante para McCall.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Crítica – Twisted Metal

 

Análise Crítica – Twisted Metal

Review – Twisted Metal
Tive pouco contato com os games da franquia Twisted Metal. Joguei brevemente no Playstation original, mas não tenho muita memória. Lembro de alguns personagens, como o palhaço Sweet Tooth e o fato de que os combates veiculares giravam em torno de um torneio de embates até a morte. Era algo bem básico que tinha minhas dúvidas se seria capaz de render uma série, mas Twisted Metal, criada pelos mesmos responsáveis por Zumbilândia, entrega uma aventura apocalíptica inesperadamente divertida.

A trama se passa em um futuro no qual a sociedade colapsou. As poucas cidades que restaram se tornaram fortalezas muradas nas quais ninguém mais entra. A comunicação entre as cidades é feita pelos “leiteiros” entregadores que cruzam o país em carros cheios de blindagem e armas para sobreviverem aos perigos da estrada. John Doe (Anthony Mackie) é um desses leiteiros. Tendo vivido nos ermos a vida inteira, ele recebe a chance de morar em São Francisco se cumprir uma perigosa entrega para a governante local, Raven (Neve Campbell). No caminho ele conhece tipos perigosos como o insano Sweet Tooth (Samoa Joe/Will Arnett) ou o policial Stone (Thomas Haden Church), obcecado em fazer a lei valer nos ermos. Para sobreviver John se alia à misteriosa Quiet (Stephanie Beatriz), de quem vai se aproximando aos poucos.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Crítica – A Batalha de Natal

 

Análise Crítica – A Batalha de Natal

Review – A Batalha de Natal
Dezembro chega e inevitavelmente começam a pipocar filmes natalinos nos streamings e canais a cabo. A Batalha de Natal, produzido pela Prime Video, é o mais novo exemplar de produção feita à toque de caixa para capitalizar no espírito das festas de fim de ano. Sim, eu sei que em pleno 2023 fazer um filme de natal que seja muito diferente ou inovador é complicado considerando o volume de produções desse tipo que inundam os catálogos todo ano, mas, ainda assim, A Batalha de Natal não afasta a sensação de que já vimos tudo isso antes e que o filme funciona como uma espécie de checklist de clichês do gênero sem muita imaginação.

A trama gira em torno Chris (Eddie Murphy), um homem recém desempregado que decide vencer a qualquer custo o concurso de decoração de Natal de seu bairro para conquistar o prêmio em dinheiro da competição. Chris acaba fazendo um pacto com a elfa natalina Pepper (Jillian Bell) para vencer, mas a elfa cobra um custo e se ele não encontrar cinco anéis dourados até a noite de Natal, Chris será transformado em uma decoração natalina.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Crítica – Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho

 

Análise Crítica – Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho

Review – Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho
A contravenção do jogo do bicho é um esquema que existe faz tempo no Brasil e ocupa um lugar de destaque principalmente no Rio de Janeiro, onde se originou. A série documental Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho, produzida pela Globoplay, conta a história desse esquema de jogo e como ele se relaciona com diversas dimensões da vida carioca, do carnaval à política, passando também pela origem de outros grupos criminosos.

Dividida em oito episódios, a série foca cada um deles em personalidades diferentes da contravenção, começando nas origens do jogo do bicho e encerrando nos dias atuais. Em termos estilísticos a série entrega aquilo já se tornou convencional em documentários sobre crimes, se estruturando ao redor de entrevistas, imagens de arquivo e ocasionalmente algumas cenas encenadas.

Apesar de tradicional em seu formato, o que chama a atenção na série é a ampla pesquisa jornalística feita sobre o caso, cobrindo um longo período de tempo e o amplo escopo da rede de crimes desses contraventores. A série nos mostra como é o jogo do bicho que amplia e organiza o carnaval carioca e o desfile das escolas de samba, não apenas ao assumirem e financiarem individualmente certas escolas de samba, mas na criação da Liga que representa o coletivo das escolas e organiza a competição. Do mesmo modo, vemos como muitos dos bicheiros da chamada “alta cúpula” do jogo tem ligação com vários políticos em posição de destaque no Rio e na política nacional.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Drops – A Lista de Beijos

 

Crítica – A Lista de Beijos

Review – A Lista de Beijos
Eu não esperava nada muito inovador ou diferente quando fui assistir A Lista de Beijos, mas queria ao menos ver uma comédia adolescente minimamente bem realizada e carismática. O que encontrei, no entanto, foi uma coleção de lugares comuns pouco imaginativos que não servem para dar ao filme nenhum tipo de personalidade própria.

A narrativa gira em torno de Camille (Megan Suri) que consegue beijar um dos garotos populares da escola. O que deveria ser um sonho se torna um pesadelo quando o garoto espalha para toda escola que ela beija mal. Quando fazem uma enquete no colégio e apenas quatro pessoas dizem que ficariam com Camille, ela decide procurar essas pessoas para provar que não beija mal. 

É uma típica história de despertar afetivo adolescente. Uma personagem que sente que está “atrasada” em suas experiências afetivas e sexuais e decide correr atrás do tempo perdido de uma maneira que não é exatamente saudável. Já assistimos vários filmes assim, de American Pie (1999) a Superbad (2007) passando pelo recente e ótimo Clube da Luta para Meninas (2023) e A Lista de Beijos não faz nada de interessante com sua premissa.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Drops – A Freira 2

Análise Crítica – A Freira 2
 


Review – A Freira 2
O primeiro A Freira (2018) não tinha nada de muito espetacular, mas funcionava principalmente por conta do visual sinistro de sua criatura. Este A Freira 2, ainda que se apoie nesse mesmo elemento, soa como uma continuação protocolar, feita só para tentar arrancar dinheiro do público, sem muito a dizer sobre seus personagens ou o mal que seu demônio representa.

A trama se passa em 1956. A irmã Irene (Taissa Farmiga) reconstruiu sua vida depois dos eventos do primeiro filme, mas a igreja lhe incumbiu uma nova missão: investigar uma série de mortes em locais religiosos através da Europa que indicam que o demônio Valak está à solta mais uma vez. A investigação aponta para um convento na França que serve de escola para jovens garotas.

A trama demora a colocar Irene e a irmã Debra (Storm Reid), sua aliada da vez, em meio ao conflito principal, jogando as duas ao redor da Europa investigando pistas e tentando encontrar um artefato sagrado, os olhos de Santa Luzia, que supostamente deteriam a freira demoníaca. É algo que mais parece saído de um filme do Indiana Jones do que de uma trama de terror e com tanto tempo gasto com o isso o filme desperdiça as possibilidades de usar a presença de um demônio que assombra igrejas para ponderar sobre a natureza do mal, a falibilidade humana ou como os mais santos entre nós também tem a mácula do pecado.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Crítica – Quiz Lady

Análise Crítica – Quiz Lady


Review Crítica – Quiz Lady
Estrelado por Awkwafina e Sandra Oh, Quiz Lady é um road movie bem típico que envolve pelas duas protagonistas. A trama é centrada em Anne (Awkwafina) uma contadora solitária cujo ponto alto de suas noites é assistir o mesmo programa de perguntas e respostas que ela acompanha desde a infância. Tendo começado a assistir durante o divórcio dos pais, o programa virou para ela uma espécie de porto seguro e um momento no qual ela se sente em controle da própria vida.

As coisas se complicam quando seu cachorro é sequestrado por agiotas para quem sua mãe viciada em jogo deve dinheiro. Como a mãe de Anne fugiu do país e voltou para a China, o agiota resolve cobrar de Anne e sequestra seu cachorro para obrigá-la a pagar. A irresponsável irmã mais velha de Anne, Jenny (Sandra Oh), a encoraja a participar do programa que assiste diariamente para levantar o dinheiro. Assim as duas iniciam uma viagem pelo país para tentar entrar no programa.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Crítica – Clube da Luta Para Meninas

 

Análise Crítica – Clube da Luta Para Meninas

Segundo longa metragem da diretora Emma Seligman (do ótimo Shiva Baby), é uma pena que este Clube da Luta Para Meninas tenha chegado ao Brasil com um título tão genérico ao invés da tradução não oficial Passivonas com o qual ele circulava pela internet, já que é mais fiel ao título original Bottoms e também ao espírito de sátira do filme. É uma produção que mergulha no absurdo, mas que comenta de maneira consistente sobre o senso de invisibilidade e inadequação da juventude.

A trama é protagonizada por PJ (Rachel Sennott) e Josie (Ayo Edebiri), duas garotas pouco populares, solitárias e lésbicas que, na tradição das comédias adolescentes estadunidenses, decidem que o próximo ano escolar será finalmente aquele em que perderão suas respectivas virgindades. Para fazer isso inventam uma mentira de que passaram as férias em um reformatório e que tiveram que lutar contra toda sorte de agressor e abusador. A partir daí elas decidem iniciar um “clube da luta” supostamente para ensinar as garotas da escola a se defenderem, mas na verdade querem usar isso como um pretexto para se aproximarem das meninas de quem gostam.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Crítica – Invencível: Segunda Temporada (Parte 1)

 

Análise Crítica – Invencível: Segunda Temporada (Parte 1)

Review – Invincible: Segunda Temporada (Parte 1)
Depois de um hiato de quase dois anos após sua primeira temporada, a animação Invencível chega ao seu segundo ano com uma divisão em duas partes, com os primeiros quatro episódios sendo lançados agora em novembro de 2023 e a segunda parte chegando em algum momento no início de 2024. A decisão foi tomada supostamente para que o público não se dispersasse por conta das festas de fim ano, um raciocínio que não faz sentido considerando que se trata de uma produção de streaming e não de TV convencional, que é exibida em um horário específico e requer que as pessoas sintonizem naquele momento. Digo isso porque a trama claramente não foi construída pensando em uma divisão.

A narrativa se passa cerca de seis meses depois dos eventos do ano de estreia, Mark e mãe, Debbie, ainda lidam com os sentimentos resultantes do ataque do Omni-Man e a revelação que ele veio à Terra para conquistá-la. Enquanto isso, o Robô se acostuma ao seu novo corpo e treina os Guardiões do Globo para estarem à altura de enfrentarem Omni-Man em um eventual retorno. Eve Atômica, por sua vez, pensa em como usar seus poderes para ajudar as pessoas agora que não é mais uma super-heroína enfrentando vilões.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Crítica – Scott Pilgrim: A Série

 

Análise Crítica – Scott Pilgrim: A Série

Review – Scott Pilgrim: A Série
Meu primeiro contato com a obra de Bryan Lee O’Malley foi a adaptação para os cinemas de Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010), de Edgar Wright. Um tempo depois fui ler o quadrinho homônimo que inspirou o filme e gostei ainda mais, já que ele aprofundava mais os vários personagens e dava mais evidência ao fato de Scott estar longe de ser um “cara legal” e que Ramona tinha seu grau de responsabilidade no modo como tratava aqueles com quem se relacionava. Agora, cerca de vinte anos depois do lançamento do quadrinho, ele é adaptado como série animada pela Netflix neste Scott Pilgrim: A Série.

Inicialmente pensei que fosse ser uma adaptação mais fiel da HQ e me empolguei pelo fato do elenco de dubladores ser o mesmo do filme do Edgar Wright, já que todos funcionavam muito bem. A série, no entanto, é mais uma releitura do material original do que uma transposição direta, o que acaba se revelando uma boa escolha. Primeiro que evita a estrutura de uma ordem linear no enfrentamento com os ex-namorados de Ramona, algo que fez o quadrinho e o filme soarem repetitivos em certos pontos. Segundo que com o distanciamento de vinte anos de sua própria obra, O’Malley, que escreveu os roteiros dos oito episódios, pode examinar melhor alguns aspectos que não foram tão bem trabalhados no original e expande muito de suas ideias.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Crítica – Crescendo Juntas

 

Análise Crítica – Crescendo Juntas

Adaptando o romance Are You There God? It’s Me Margaret, de Judy Blume, o filme Crescendo Juntas é uma típica história de amadurecimento e descobertas que envolvem a chegada da adolescência. Apesar de ser um tipo de história similar a várias outras que já vimos, o filme conquista pela sua sensibilidade e doçura.

A trama se passa em 1970 e é protagonizada por Margaret (Abby Ryder Fortson), uma garota prestes a fazer 12 anos que começa a contemplar as mudanças trazidas pela adolescência. Ela também lida com uma mudança literal, já que sua família se muda de Nova Iorque para os subúrbios de Nova Jersey, começando em uma nova escola e precisando fazer novas amizades.

A narrativa traz tópicos presentes em muitas tramas sobre juventude, como a primeira menstruação, o primeiro sutiã ou o despertar do interesse por garotos. São temas passíveis de discussão franca e aberta hoje, mas não tanto na época em que a história se passa e na qual o livro foi escrito. É um período onde não há internet, informação não estava disponível tão fácil e mesmo locais de aprendizado, como a escola, lidavam com esses temas de maneira relativamente tabu.

O texto, porém, evita que tudo isso soe excessivamente didático ao enquadrar tudo sob a perspectiva de Margaret e transitar com bastante sensibilidade entre esses temas, fugindo de simplismos que diluiriam suas ideias. A trama também é esperta ao não eleger vilãs para a história, entendendo a imaturidade de suas personagens e como muito das ações dessas garotas são movidas por senso de insegurança e necessidade de pertencimento. Assim, mesmo quando Nancy (Elle Graham), uma garota que posava de avançada e já desenvolvida, é revelada como mentirosa, a narrativa trata isso mais como uma evidência da fragilidade da menina e seu desejo desesperado de adequação do que como uma falha moral de seu caráter, entendendo que jovens eventualmente fazem besteira, agem com imaturidade e se magoam.

Muito da sensibilidade do filme vem também do elenco. A jovem Abby Ryder Fortson traz uma doçura e ingenuidade encantadora a Margaret e estabelece uma química afetuosa com o resto da família, o pai, Herb (Benny Safdie), a mãe, Barbara (Rachel McAdams), e especialmente a avó paterna, Sylvia (Kathy Bates), que funciona como um porto seguro para a garota. As relações entre esses personagens estabelecem um lar cheio de calor humano que contribui para o olhar afetuoso que o filme constrói sobre juventude.

Inclusive a fotografia preza por tons de sépia, com matizes de laranja e marrons, que parecem evocar uma certa nostalgia pelo passado e pela infância. Esse componente visual de nostalgia ajuda a justificar o retrato mais inclusivo que faz da vida suburbana nos EUA da década de 70, aqui mostrado como um espaço mais inclusivo e menos preconceituoso do que realmente era. Esse retrato soa menos como uma tentativa de reescrever ou romantizar a história e mais com o fato de tudo ser filtrado pela subjetividade de Margaret, que observa tudo com sua ingenuidade infantil e, talvez por isso, não atente para certas coisas.

Isso não significa, no entanto, que o filme faça um retrato completamente idílico da sociedade estadunidense na década de 70. Como o cerne do conflito de Margaret está em sua relação com deus por ter uma mãe cristã e um pai judeu, a narrativa explora como intolerância ou imposição religiosa pode afastar as pessoas ao nos informar que Barbara foi expulsa de casa pelos pais conservadores cristãos ao se relacionar com o judeu Herb. A descoberta desses fatos por Margaret representa a mudança na visão que temos de nossos pais conforme crescemos. Se na infância os vemos como super-heróis infalíveis, conforme chegamos na adolescência vamos percebendo a humanidade e como eles são pessoas com falhas e problemas como quaisquer outras.

O debate sobre a relação de Margaret com deus e que caminho ela deveria seguir em sua vida espiritual é inteligentemente deixado em aberto para a interpretação do espectador, evitando assim respostas fáceis sobre algo tão complexo e reconhecendo que esse é um elemento íntimo de cada sujeito a ser resolvido dentro da subjetividade de cada um. Assim, ainda que se estruture como uma típica história de amadurecimento, Crescendo Juntas envolve pela doçura de sua protagonista e pela sensibilidade com a qual transita sobre seus temas de juventude.

 

Nota: 8/10


Trailer

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Crítica – Dinheiro Fácil

 

Análise Crítica – Dinheiro Fácil

Review – Dinheiro Fácil
Fortunas são construídas e perdidas rapidamente no mercado financeiro. Investimentos na bolsa muitas vezes soam como um cassino e como tal, tem seus vícios nos resultados. Dinheiro Fácil é um filme que serve de lembrete de como os super ricos colocam o dedo na balança do mercado e viciam os resultados a seu favor, não dando nenhuma chance para que trabalhadores e assalariados consigam ganhar algo.

A trama se baseia na história real de Keith Gill (Paul Dano), bancário e analista financeiro que percebeu em 2020 que o mercado estava subvalorizando as ações da loja de games Gamestop. A franquia de lojas se mantinha aberta durante a pandemia por vender dispositivos eletrônicos considerados de primeira necessidade, mas grandes fundos de investimento compravam ações da empresa a descoberto apostando em sua queda. A tese de Gill era de que o mercado estava criando uma espécie de “profecia auto realizável”. Ao apostar bilhões na desvalorização, eles instigariam o resto do mercado a apostar junto, efetivamente fazendo outras pessoas investirem na queda das ações, quebrando a empresa, desempregando milhares e fazendo esses bilionários ainda mais ricos sem terem produzido efetivamente nada.