A condução de Jusu vai aos poucos mostrando como inúmeros pequenos incidentes vão minando os ânimos de Aisha até que a soma dele faz as tensões entre ela e a patroa chegarem a um atrito explícito. Nesse sentido, Anna Diop é eficiente em nos fazer entender o que a protagonista sente através de reações inicialmente contidas diante da exploração ou preconceitos de classe e raça casualmente demonstrados pelos patrões.
São pequenos olhares e mudanças discretas na linguagem corporal que revelam o crescente desconforto dela com a situação. Esses gestos, somados a imagens sinistras de sonhos e alucinações que prenunciam uma tragédia vindoura para Aisha e a garota de quem ela cuida criam uma atmosfera constante de tensão, como se os deuses fossem agir no que a protagonista não pode, fazendo justiça ao modo deles.
Ao final nem todos os temas de
classe, raça ou imigração são explorados a fundo, ainda que sejam eficientes
como ponderações e gerem imagens impactantes que encerram com a ideia de que
simplesmente sobreviver e continuar vivendo diante de um sistema que tenta te
destruir talvez seja o maior ato de resistência. Assim, mesmo que passe
superficialmente por algumas ideias, A
Babá tem momentos marcantes o suficiente em suas ponderações exploração e
desigualdade para valer a experiência.
Nota: 7/10
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