Dirigido por Noah Baumbach, Ruído Branco tenta falar sobre existencialismo na sociedade dos Estados Unidos sob um olhar satírico. Em geral o realizador se sai bem por conta da maneira fluida com a qual transita entre drama, comédia e catástrofe, o problema é que ele traz tantas ideias que nem sempre forma um todo coeso.
A trama gira em torno da família liderada por Jack (Adam Driver) e Babette (Greta Gerwig), ambos lidando, cada um ao seu modo, com o medo da morte. Esses temores levam ambos a atitudes que os afastam um do outro em meio a diferentes crises pelas quais a família passa.
Com personagens que primam pelo exagero sem, no entanto, descambar para a caricatura superficial o filme usa a jornada deles para ponderar sobre como lidamos com o pânico existencial de saber que a morte é iminente, recorrendo a drogas ou ao consumismo para silenciar esses temores. Esses seriam os temas principais, mas o filme ainda aborda uma série de outras questões como a vaidade no meio acadêmico a partir de Jack e de seu colega Murray (Don Cheadle). A aula conjunta que eles dão simultaneamente sobre Elvis e Hitler é incrivelmente absurda e um dos momentos mais engraçados do filme, mas pouco se conecta aos temas principais.
Além de se render a várias
digressões, mesmo suas ideias centrais sobre existencialismo e consumismo não
chegam a dizer nada que já não soubéssemos sobre esses temas. Claro, é muito
bem conduzido, com Driver e Gerwig sendo eficientes tanto nas facetas mais
exageradas de seus personagens quanto nos momentos mais dramáticos. É por conta
desses personagens envolventes e do universo pitoresco que cria que Ruído Branco consegue funcionar como uma
análise satírica da sociedade estadunidense.
Nota:7/10
Trailer
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