A trama acompanha o soldado Paul Baumer (Felix Kammerer), que deixa a escola para servir no exército alemão durante a Primeira Guerra acreditando que deve fazer isso por dever patriótico. A história então segue o cotidiano de morte e destruição que Paul vivencia ao longo dos anos de conflito.
Tecnicamente o filme é impecável na sua reconstrução da época e de toda violência e sujeira que envolvia o combate de trincheiras. Ele exibe de maneira bastante explícita as consequências horríveis de toda a brutalidade do combate, bem como a existência suja do cotidiano das trincheiras quando uma infecção ou intoxicação alimentar podiam te matar com tanta facilidade quanto armas inimigas. A fotografia preza pelo uso de cores frias e em baixa saturação para dar a impressão de que aqueles espaços são desprovidos de calor humano, desoladores e em certos momentos até mesmo hostis.
O filme também acerta no modo como a guerra é marcada por longos momentos em que nada acontece e os personagens ficam esperando para agir, tentando encontrar maneiras de matar o tempo. Nesse sentido, a trama nos mostra como esses soldados são tratados como objetos descartáveis pelos líderes das nações que estão presos em um conflito sangrento, que não avança, que não tem nada a ganhar, mas continuam a enviar jovens para a morte e até para a derrota certa instigando-os com ideais tacanhos de patriotismo ou orgulho nacional quando na verdade essas tropas estão servindo ao orgulho pessoal de seus líderes, remetendo à célebre frase de Samuel Johnson de que patriotismo é o último reduto dos canalhas.
Tematicamente não tem nada aqui
que já não tenha sido dito ou mostrado pelo cinema, ainda assim Nada Novo no Front é suficientemente bem
realizado e impactante no seu retrato crueza brutal da guerra.
Nota 7/10
Trailer
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