sexta-feira, 31 de março de 2023

Crítica – Sombras de Um Crime

 

Análise Crítica – Sombras de Um Crime

Review Crítica – Sombras de Um Crime
O detetive Philip Marlowe foi um dos personagens mais marcantes do ciclo noir aparecendo em filmes como À Beira do Abismo (1946), na interpretação icônica de Humphrey Bogart. Este Sombras de Um Crime marca uma nova tentativa de colocar o personagem de volta às marquises do cinema, mas deixa bastante a desejar.

Na trama Marlowe (Liam Neeson) é contratado pela misteriosa Cavendish (Diane Kruger) para encontrar seu amante desaparecido, Nico (François Arnaud). Conforme investiga, Marlowe descobre que Cavendish está no meio de uma briga com a mãe, Dorothy (Jessica Lange) pelo dinheiro da família e que Nico pode ser a chave para tudo.

Liam Neeson traz modos brutos e secos para Marlowe, mas carece do charme cínico de Bogart e outros intérpretes do famoso detetive particular. As personagens de Diane Kruger e Jessica Lange, por sua vez, carecem de ambiguidade já que deixam evidente desde o início que tem segundas intenções e assim nunca ficamos em dúvida que as estão manipulando Marlowe desde o início. Na verdade, o único destaque é o excêntrico criminoso vivido por Alan Cumming.

quinta-feira, 30 de março de 2023

Lixo Extraordinário – Assalto Aéreo

 

Crítica – Assalto Aéreo

Review - Money Plane
Lançado em plataformas digitais durante o auge da pandemia, Assalto Aéreo rapidamente se espalhou em comentários pela internet sobre o quanto ele era ruim. Parecia o tipo de podreira tosca que todos precisavam naquele momento em que não sabíamos como seriam nossas vidas nos meses subsequentes, com o filme se transformando em piada nos meios de cinefilia. Tendo finalmente assistido, consigo atestar que de fato é muito ruim, mas lamentavelmente não é aquele tipo de produção que se torna divertida por ser ruim.

A narrativa é protagonizada por Jack (Adam “Edge” Copeland), um ladrão que está em dívida com o poderoso Darius “The Rumble” Emanuel Grouch III (Kelsey Grammer) que propõe a Jack uma perigosa missão para compensar a dívida. Jack deve se infiltrar no “avião da fortuna”, uma aeronave que funciona como um cassino aéreo fornecendo todo tipo de jogos ou apostas ilegais para os mais ricos do submundo do crime, e roubar bilhões em criptomoedas armazenadas nos servidores do avião.

quarta-feira, 29 de março de 2023

Crítica – Cidade Invisível: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – Cidade Invisível: 2ª Temporada

Review – Cidade Invisível: 2ª Temporada
A primeira temporada de Cidade Invisível surpreendeu ao misturar uma trama investigativa com elementos sobrenaturais das mitologias nativo-brasileiras. Esta segunda temporada, porém, derrapa em uma trama que demora de engrenar e acaba de maneira muito abrupta, quase como se fosse um capítulo de transição ou uma preparação para um conflito que ainda vai ocorrer do que uma narrativa com começo meio e fim.

Depois dos eventos do primeiro ano, Luna (Manu Dieguez), a filha de Eric (Marco Pigossi), vai com Inês (Alessandra Negrini) ao Pará para tentar trazê-lo de volta. A garota acaba fazendo um acordo com a Matinta Perê (Letícia Spiller) para trazer seu pai de volta. Eric retorna, mas a entidade cobra seu preço a Luna e agora Eric precisa encontrá-la. No meio do caminho, o protagonista encontra um esquema para usar o poder das entidades para alcançar o Marangatu, um lugar espiritual cujos fazendeiros da região creem encontrar muitas riquezas.

terça-feira, 28 de março de 2023

Crítica – O Urso do Pó Branco

 

Análise Crítica – O Urso do Pó Branco

Review – O Urso do Pó Branco
A internet ficou em polvorosa quando saiu o primeiro trailer deste O Urso do Pó Branco. Era o tipo de premissa maluca que o cinema precisava, ainda por cima levemente (mas muito levemente) baseada em fatos reais (no mundo real o urso simplesmente morreu depois de ingerir a cocaína). O resultado final diverte, mas fica aquém do que poderia ter sido.

A trama se passa na década de 80, no interior dos Estados Unidos. Depois que um traficante joga vários pacotes de cocaína de um avião, as drogas caem nas imediações de uma pequena cidadezinha do interior. A notícia se espalha, com policiais e criminosos vasculhando a mata ao redor em busca do pó, mas eles não esperavam que um grande urso negro tivesse chegado primeiro e estivesse disposto a matar qualquer um por mais narcóticos.

É uma trama completamente pirada, que coloca traficantes, policiais e turistas desavisados na mira do urso drogado. O tipo de coisa que você para e pensa como alguém teve capacidade de fabulação o bastante para fazer um filme com essa narrativa e, no geral, o filme entrega momentos bem divertidos, praticamente todos protagonizados pelo urso titular. Da cena em que ele sobe furiosamente uma árvore ao cheirar um pouco de pó no corpo de um biólogo que foi ajudar a guarda florestal a investigar o local, passando pela perseguição a uma ambulância, as cenas com o urso são os momentos em que o filme se entrega ao mais puro absurdo e é difícil não rir com toda a maluquice em cena. Também há um inegável valor de entretenimento ao ver atores tarimbados como Margo Martindale, Jesse Tyler Ferguson ou Ray Liotta sofrendo mortes brutais nas garras do animal titular.

segunda-feira, 27 de março de 2023

Crítica – John Wick 4: Baba Yaga

 

Análise Crítica – John Wick 4: Baba Yaga

Review – John Wick 4: Baba Yaga
Quando escrevi sobre John Wick 3: Parabellum (2021) mencionei que apesar das ótimas cenas de ação, a trama já não tinha mais para onde ir e prolongar demais a vingança de John Wick contra a Cúpula que domina o submundo dos assassinos só levaria ao desgaste desse universo. Felizmente a equipe criativa parece ter atentado para isso e neste John Wick 4: Baba Yaga o diretor Chad Stahelski entrega uma apoteose bombástica para a história do matador vivido por Keanu Reeves.

A trama começa algum tempo depois do final do terceiro filme. Já reestabelecido depois da traição de Winston (Ian McShane), John decide ir atrás dos anciãos que compõem a Cúpula e mata um deles. A Cúpula reage dando ao cruel Marquês (Bill Skarsgard) plenos poderes para caçar John e a primeira ação do vilão é demolir o hotel Continental de Nova Iorque e matar o concierge Charon (Lance Reddick, em seu último papel) como punição pelo fracasso de Winston. Agora John não tem mais aliados e precisa dar um jeito de sobreviver.

sexta-feira, 24 de março de 2023

The Dropout e o empreendedorismo como performance

 

Crítica - The Dropout

Resenha Crítica - The Dropout
Quando escrevi sobre o documentário A Inventora: À Procura de Sangue no Vale do Silício (2019) mencionei que muito da razão de Elizabeth Holmes ter prosperado por tanto tempo apesar de ser uma fraude e sua tecnologia não funcionar era porque ela se apresentava publicamente da exata maneira que o mercado financeiro esperava que a criadora de uma startup de tecnologia iria se comportar. Depois de assistir à minissérie The Dropout, que se baseia na trajetória de Holmes, devo dizer que essa impressão foi reforçada.

Ao longo de oito episódios, a série acompanha a trajetória de Holmes (Amanda Seyfried) desde sua entrada em Stanford e seu eventual abandono da faculdade para abrir sua empresa de tecnologia, passando à eventual derrocada da Theranos quando as alegações de fraude vem a público e fica comprovado que a tecnologia que ela oferecia nunca funcionou.

A série não apenas tenta entender como Elizabeth conseguiu passar mais de dez anos acumulando capital e grandes contratos, como também busca alguma compreensão do que impelia a personagem. Nesse sentido, o material faz um retrato humanizado de Holmes, entendendo que ela possivelmente começou com boas intenções e com o desejo genuíno de fazer a diferença. A série, porém, não alivia ao mostrar que a despeito das intenções Holmes agiu de maneira antiética, inconsequente e criminosa ao vender um dispositivo médico que não funcionava, colocando a saúde de pessoas em risco.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Rapsódias Revisitadas – Tempo de Valentes

 

Análise Crítica – Tempo de Valentes

Review Crítica – Tempo de Valentes
Lançado em 2005, a produção argentina Tempo de Valentes é tributária a filmes de ação tipo Máquina Mortífera (1987) na qual uma dupla de parceiros improváveis e de personalidades opostas precisa desbaratar alguma perigosa conspiração. Embora derive de um modelo hollywoodiano, a produção evita soar genérica e consegue criar personalidade própria.

A trama acompanha o detetive da polícia federal Alfredo Díaz (Luis Luque), um policial durão que está com dificuldades de continuar com o trabalho depois de descobrir que foi traído pela mulher. Para ajudar Díaz, a corporação traz o terapeuta Mariano (Diego Peretti), que acaba acompanhando o policial em uma investigação de duplo homicídio que pode implicar uma conspiração envolvendo as forças armadas argentinas.

Díaz e Mariano estabelecem uma divertida química juntos ao explorarem a oposição entre o abrasivo detetive e o terapeuta certinho que se vê fora de sua zona de conforto em meio a uma investigação de homicídio. A questão da traição, porém, acaba sendo deixada para segundo plano conforme a trama investigativa engrena, o que é uma pena, já que isso poderia explorar questões de masculinidade que esse tipo de filme não costuma abordar.

quarta-feira, 22 de março de 2023

Crítica – Pornhub: Sexo Bilionário

 

Análise Crítica – Pornhub: Sexo Bilionário

Review – Pornhub: Sexo Bilionário
Produzido pela Netflix, o documentário Pornhub: Sexo Bilionário tenta contar a história da gigante da pornografia digital. O problema, além de uma estrutura bem quadrada e pouco imaginativa, é que o filme não consegue dar a complexidade e nuance necessária aos temas complicados e múltiplos interesses em jogo nas polêmicas que envolvem a plataforma.

O documentário usa a típica combinação de entrevistas e imagens de arquivo que a essa altura já se tornaram clichê em documentários de streaming, fazendo pouco para ir além do uso já batido desses recursos. O documentário entrevista ex-funcionários do Pornhub, atrizes e atores pornô, além de ativistas de grupos que denunciam como  plataforma lucra com vídeos de estupro e pedofilia.

segunda-feira, 20 de março de 2023

Crítica – O Estrangulador de Boston

 

Análise Crítica – O Estrangulador de Boston

Review – O Estrangulador de Boston
É difícil assistir este O Estrangulador de Boston e não pensar em Zodíaco (2007), de David Fincher. Ambos falam de serial killers em grandes cidades nos Estados Unidos a partir da cobertura midiática desses crimes. Se Fincher explora o clima de temor imposto por esses assassinatos e a ansiedade por lidar com um mistério que, ao contrário da ficção, não tem uma resposta fácil, aqui o diretor Matt Ruskin prefere focar na história real da repórter Loretta McLaughlin, que investigou o caso e seu papel pioneiro no jornalismo investigativo.

A trama se passa na década de 1960 e acompanha a investigação de Loretta (Keira Knightley) na série de assassinatos cometidos contra mulheres e que ficaram conhecidos como os crimes do Estrangulador de Boston. De início Loretta enfrenta resistência de seu editor em cobrir os crimes, tanto pelo fato de ser inexperiente e também porque o jornal não achava que assassinatos de mulheres anônimas eram crimes dignos de serem noticiados.

A narrativa foca menos nos crimes do estrangulador e mais na trajetória de Loretta enquanto repórter, começando como uma jornalista de cultura e estilo de vida até se tornar uma repórter investigativa respeitada por seus pares, quebrando barreiras de gênero e expondo o machismo que reinava nas redações. Nesse sentido, o texto amarra o machismo cotidiano enfrentado por Loretta com o machismo imbricado no modo como a imprensa e as autoridades ignoravam os estrangulamentos, revelando como aquela sociedade dava tão pouco valor às mulheres que não considerava o número crescente de assassinatos cometidos contra mulheres como um fato relevante.

sexta-feira, 17 de março de 2023

Drops – Veja Como Eles Correm

 

Análise – Veja Como Eles Correm

Review – Veja Como Eles Correm
Estrelado por Sam Rockwell e Saoirse Ronan, Veja Como Eles Correm mistura comédia e suspense para brincar com os clichês das narrativas policiais. A trama se passa na Londres da década de 50 quando uma famosa peça teatral escrita por Agatha Christie está para ser adaptada para os cinemas. A produção sofre um revés quando o diretor do vindouro filme, Leo Kopernick (Adrien Brody), é assassinado. O inspetor Stoppard (Sam Rockwell) é destacado para o caso e suspeita que o assassino deve voltar a agir. Ao lado da novata Stalker (Saoirse Ronan) ele deverá decifrar o caso e descobrir quem o elenco ou da equipe de produção foi responsável pelo crime.

Já em seus primeiros minutos a narração de Adrien Brody deixa claro que a trama está ciente dos clichês do gênero e decide se divertir com eles, apontando as conveniências das complicações barrocas que normalmente envolvem essas tramas criminais clássicas. O humor também está presente nos personagens, dos pitorescos suspeitos ao aparvalhado detetive vivido por Sam Rockwell passando pela novata ingênua, mas arguta, interpretada por Saoirse Ronan. Esse plantel de figuras insólitas consegue envolver mesmo quando o mistério em si não tem nada que já não tenhamos visto antes.

quinta-feira, 16 de março de 2023

Crítica – Shazam! Fúria dos Deuses

 

Análise Crítica – Shazam! Fúria dos Deus

Review – Shazam! Fúria dos Deus
O primeiro Shazam! (2019) funcionava como um Quero Ser Grande (1989) com super-poderes. Não era nada que reinventasse a roda dos filmes de heróis, mas tinha carisma e humor o suficiente para entreter. Já esse Shazam! Fúria dos Deuses não se estrutura a partir de algum outro filme e talvez seja a falta de um molde a seguir, somada com o excesso de personagens e tentativas de subtramas, que faça tudo parecer tão morno.

A trama se passa alguns anos depois do primeiro filme. Billy (Asher Angel) está para fazer dezoito anos e teme ter que sair do lar adotivo em que vive e perder a família que construiu. Por isso ele tenta manter os irmãos adotivos o mais próximo de si e acaba sendo muito controlador. Eles atuam juntos como super-heróis, mas acabam causando mais danos à cidade e não são exatamente amados. Em meio à tudo isso, as deusas Héspera (Helen Mirren) e Kalypso (Lucy Liu) chegam ao nosso mundo para recuperarem a magia que o Mago (Djimon Hounsou) pegou dos deuses para criar o herói Shazam (Zachary Levi).

quarta-feira, 15 de março de 2023

Feud e o mito da rivalidade feminina

 

Feud e o mito da rivalidade feminina

Esse texto deveria ter sido publicado no oito de março, Dia Internacional da Mulher, em que eu comentaria a série Feud: Bette and Joan para sobre as mulheres em Hollywood e o tratamento que a indústria dava a elas. Infelizmente não consegui ter esse material pronto a tempo, mas Feud é uma série tão boa (que infelizmente só assisti agora) que não queria deixar as ideias que a série me deu passarem batido.

terça-feira, 14 de março de 2023

Crítica - Magic Mike: A Última Dança

 

Análise Crítica - Magic Mike: A Última Dança

Review Crítica - Magic Mike: A Última Dança
Desde sua narração inicial é visível que Magic Mike: A Última Dança é um filme cheio de pretensões conforme a voz da narradora explica como a dança é capaz de salvar a sociabilidade humana. Se o segundo filme, Magic Mike XXL (2015), que foi dirigido por Gregory Jacobs e não por Steven Soderbergh como o primeiro e este terceiro, assumia tranquilamente seu caráter de exploitation com excessos e comicidade, esse desfecho para a trilogia cai na besteira de se levar a sério demais como o original e talvez se leve até mais a sério.

Na trama, depois de perder seu negócio de móveis por conta da pandemia, Mike (Channing Tatum) passa a trabalhar como barman. É nesse trabalho que ele conhece a ricaça Max (Salma Hayek), que descobre o passado de Mike e o contrata para uma dança. Encantada pelo talento e capacidade sedutora de Mike, Max decide levá-lo para Londres para que ele organize um espetáculo de dança.

Há uma tensão sexual palpável entre Tatum e Hayek, com Hayek sendo especialmente eficiente em mostrar que por trás de toda a exuberância e esbanjamento Max tem em si uma grande medida de insegurança. Os números de dança continuam sendo o ponto alto do filme, com coreografias grandiosas e uma boa dose de sensualidade, o problema é que esses dois elementos que seriam os mais promissores são deixados de lado em prol de ideias inanes. A relação entre Mike e Max fica focada na produção do show e as danças aparecem pouco.

segunda-feira, 13 de março de 2023

Crítica – The Last of Us: 1ª Temporada

 

Análise Crítica – The Last of Us: 1ª Temporada

Depois que a Netflix começou a acertar em adaptações de games com séries animadas, estava na hora de uma boa adaptação de game como série em live-action. Considerando o quanto o jogo original tem de potencial narrativo, essa primeira temporada de The Last of Us tinha tudo para ser uma produção excelente. Tendo visto a temporada inteira, agora é possível dizer que as expectativas se confirmaram e a série é a melhor adaptação de um game em muito tempo. Aviso que o texto pode conter SPOILERS da temporada.

Produzida por Craig Marzin, responsável pela minissérie Chernobyl, a série segue de perto a narrativa do primeiro jogo. Em um mundo pós-apocalíptico no qual a humanidade foi dizimada por um fungo que infecta as pessoas e as transforma em predadores irracionais, acompanhamos a jornada de Joel (Pedro Pascal). Sobrevivendo como contrabandista, Joel é encarregado de levar em segredo a jovem Ellie (Bella Ramsey) em uma viajem através dos Estados Unidos para uma base dos Vaga-Lumes, grupo de revolucionários que tenta se opor ao repressivo regime vigente. A importância de Ellie reside no fato dela ser imune ao fungo e pode ser a chave para uma vacina.

Conheçam os vencedores do Oscar 2023

 

Conheçam os vencedores do Oscar 2023

No domingo, 12 de março, aconteceu a 95ª cerimônia do Oscar. Apresentada por Jimmy Kimmel, que inevitavelmente fez piada com o incidente do tapa envolvendo Chris Rock e Will Smith na edição passada, a premiação sagrou Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo como grande vencedor, levando sete das onze estatuetas para a qual estava indicado, incluindo melhor filme, melhor direção, melhor atriz e melhor ator coadjuvante. A produção alemã Nada de Novo no Front foi a segunda colocada da noite com quatro prêmios, incluindo melhor filme internacional. Por outro lado, outros filmes com muitas indicações, como Os Fabelmans, Elvis e Os Banshees de Inisherin saíram de mãos abanando, sem levar um prêmio sequer. Confiram abaixo a lista completa de indicados e vencedores.

 

domingo, 12 de março de 2023

Conheçam os vencedores do Framboesa de Ouro 2023

 

Winners Razzies 2023

Como de costume, o Framboesa de Ouro, premiação que “celebra” os piores filmes realizou sua cerimônia na véspera do Oscar, sábado, onze de março, e entregou a Blonde o prêmio de pior filme. Morbius foi agraciado com dois Framboesas, de pior ator para Jared Leto e pior atriz coadjuvante para Adria Arjona. Na categoria de pior atriz a organização do Framboesa teve a autocrítica de premiar a si mesma pela insensatez de tentar indicar uma criança de 12 anos à categoria. Confiram abaixo a lista completa de indicados com vencedores destacados em negrito.

 

sexta-feira, 10 de março de 2023

Drops – Fantasma e CIA

 

Análise Crítica– Fantasma e CIA

Review – Fantasma e CIA
Uma família gasta todas as suas economias em uma casa sem saber que o imóvel é assombrado e agora precisa lidar com o fantasma. É uma premissa bem conhecida que este Fantasma e CIA tenta levar em direções diferentes, mas não sabe exatamente o que fazer com sua própria trama.

Quando a família chefiada por Frank (Anthony Mackie) descobre o fantasma Ernest (David Harbour) morando na casa, ele decide monetizar o fato. Aproveitando a amizade de seu filho caçula, Kevin (Jahi Di'Allo Winston), com o fantasma, Frank produz vídeos para a internet e transforma sua casa em uma atração turística e em um negócio lucrativo. O problema é que isso atrai a atenção de agências do governo que estão há anos tentando capturar um fantasma real.

A trama tenta misturar terror e comédia, mas não consegue consistentemente nem assustar nem fazer rir. A narrativa se divide em várias subtramas sem que nenhuma seja particularmente interessante. De um lado há o esforço de comentar sobre a cultura de internet e influencers, no entanto o filme não tem muito a dizer sobre isso. O arco envolvendo a relação complicada de Kevin com o pai não consegue ir além dos clichês de tramas sobre pais e filhos. O mistério envolvendo Ernest e a morte não consegue envolver ou criar suspense.

quinta-feira, 9 de março de 2023

Crítica – Desaparecida

 

Análise Crítica – Desaparecida

Review – Desaparecida
Lançado em 2018 Buscando...(2018) era um eficiente suspense que pensava na pervasividade da internet em nossas vidas a partir de uma trama que era contada em estilo found footage. Este Desaparecida funciona como um spin-off do filme de 2018, se passando no mesmo universo e usando o mesmo artifício.

A trama é protagonizada por June (Storm Reid, de Euphoria e The Last of Us), uma jovem de 18 anos que tem uma relação complicada com a mãe, Grace (Nia Long), desde o falecimento do pai. Quando a mãe viaja para a Colômbia com o novo namorado June vê essa viagem como um período de liberdade e usa a ausência da mãe para curtir com as amigas. As coisas, no entanto, se complicam quando a mãe não volta no voo previsto e June descobre que ela nunca embarcou no voo de volta. Agora ela precisa conversar com as autoridades para empreender uma busca mesmo estando à distância.

quarta-feira, 8 de março de 2023

Crítica – Entre Mulheres

 

Análise Crítica – Entre Mulheres

Dirigido por Sarah Polley e adaptado de um romance escrito por Miriam Toews, Entre Mulheres traz questionamentos sobre como as estruturas da sociedade (e particularmente religiosas) trabalham para manter as mulheres sob controle e como é difícil para as mulheres romperem com essas estruturas.

A trama se passa em 2010, em uma colônia menonita no Canadá. Depois de inúmeros incidentes em que mulheres da vila acordam com sinais de abuso, elas finalmente conseguem provar que os homens do local as estavam dopando e abusando sexualmente. A narrativa então acompanha os dois dias de deliberações com as mulheres da colônia debatendo o que deveriam fazer, se enfrentar os homens, se fugir ou perdoar os homens e manter as coisas funcionando.

Considerando que são mulheres que vivem sob uma radical estrutura religiosa (e a autora Miriam Toews foi criada em uma colônia menonita) a ideia de que se rebelar contra a violência sofrida nas mãos dos homens constituiria algum tipo de pecado contra a ordem divina e condenaria elas ao inferno é um dos pontos de debate. Isso serve para mostrar como a religião é usada para dominar as mentes e impor uma ordem social tacanha e excludente, bem como a dificuldade em romper com essa programação cerebral uma vez que ela foi cultivada na cabeça de alguém durante a vida inteira.

terça-feira, 7 de março de 2023

Crítica – As Five: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – As Five: Segunda Temporada

Review – As Five: Segunda Temporada
Eu fiquei muito surpreso com o resultado da primeira temporada de As Five, que funcionava como um excelente epílogo para o quinteto de protagonistas de Malhação: Viva a Diferença mostrando as agruras dessas garotas no início de suas vidas adultas e o quanto elas se transformaram a partir da última vez que as vimos. Essa segunda temporada mantem a química entre suas personagens, mas acaba não tendo o mesmo impacto da primeira.

A trama segue alguns eventos da primeira temporada, com Keyla (Gabriela Medvedovski) tentando emplacar sua carreira de cantora, Benê (Daphne Bozaski) navegando sua relação com Nem (Thalles Cabral). Por sua vez Tina (Ana Hikari) está terminando um ciclo de terapia e tentando se reconstruir, enquanto Ellen (Heslaine Vieira) navega por um emprego no setor de tecnologia percebendo que mesmo softwares tem viés racial. Lica (Manoela Aliperti) continua sua jornada como redatora ao mesmo tempo em que lida com a súbita partida de Samantha (Giovanna Grigio).

segunda-feira, 6 de março de 2023

Crítica – Medusa

 

Análise Crítica – Medusa

Review – Medusa
De uns anos para cá o cinema brasileiro vem explorando a ascensão do conservadorismo e retórica autoritária através de distopias. Carro Rei (2021) falava da ascensão do autoritarismo, Bacurau (2019) mostrava um Brasil preconceituoso e vendido a estrangeiros, enquanto que Divino Amor (2019) explora o aspecto do conservadorismo religioso que crescia no país. Dirigido por Anita Rocha da Silveira, Medusa é também uma produção que explora esse conservadorismo religioso que se impõe cada vez mais no Brasil, observando esse tema a partir de um ponto de vista feminino.

A trama é centrada em Mariana (Mari Oliveira), uma jovem evangélica que participa de um grupo de garotas de sua igreja que tem o objetivo de se manter pura. Essas jovens também se organizam em uma espécie de milícia conservadora que ataca na rua mulheres que elas consideram promíscuas ou sujas com o intuito de puni-las ou convertê-las. Um desses ataques dá errado e Mariana leva um corte no rosto, deixando uma cicatriz que a faz ser demitida da clínica em que trabalha. Sem trabalho, Mariana e a melhor amiga, Michele (Lara Tremouroux), começam a investigar a lenda urbana da atriz Melissa (Bruna Linzmeyer), uma mulher supostamente devassa que teve o rosto queimado como punição por sua conduta. Mariana crê ter encontrado a atriz em uma clínica para pessoas em coma e decide conseguir um emprego no local, mas logo coisas estranhas começam a acontecer.

sexta-feira, 3 de março de 2023

Crítica – Excluídos

 

Análise Crítica – Excluídos

Produção da Netflix, Excluídos tenta falar sobre desigualdade racial e preconceito na Inglaterra a partir de uma trama de suspense. É uma narrativa sobre alienação e assimilação, sobre pertencimento e exclusão, orgulho de ser quem é e ódio de si mesmo. Não são ideias simples e nem sempre as coisas são conduzidas com o cuidado que deveriam, mas a produção não deixa de apresentar provocações envolventes.

A trama é protagonizada por Neve (Ashley Madkwe) uma mulher negra que vive com o marido branco e os dois filhos em um idílico subúrbio britânico. Ela tem a vida que sempre desejou, trabalhando como vice-diretora em uma escola de elite e sendo respeitada em sua comunidade. Sua vida cuidadosamente construída, porém, começa a ser perturbada quando um casal de irmãos negros começa a aparecer em seu bairro, interagir com sua família e dizer que tem informações sobre seu passado.

De certa forma, o arco do filme é mostrar como uma elite branca só aceita pessoas negras quando elas se permitem serem assimiladas. Neve, por exemplo, não se permite ser vista sem sua peruca de cabelos lisos e seu tom de pele mais claro permite que ela chame menos atenção entre os brancos. Para ser vista como igual ela precisa parecer igual. Essa noção também está presente no diálogo entre Neve e o marido, Ian (Justin Salinger), no qual Ian exibe uma breve hesitação na voz ao dizer que aceitaria criar os filhos retintos de Neve de um relacionamento anterior.

quinta-feira, 2 de março de 2023

Drops – O Menu

 

Análise Crítica – O Menu

Review Crítica – O Menu
Depois de produções como White Lotus, Glass Onion ou este O Menu, filmes sobre ricos sendo ridicularizados tem se tornado praticamente um subgênero próprio. O Menu por vezes traz metáforas óbvias que operam em dicotomias simplistas, como a ideia de um restaurante como símbolo da nossa estrutura social, mas não deixa de ter comentários relevantes sobre o modo de vida dos ricos.

Na trama, Margot (Anya Taylor-Joy) vai com o namorado, Tyler (Nicholas Hoult), um entusiasta da gastronomia, para um restaurante localizado em uma remota ilha. O restaurante é chefiado pelo misterioso Chef Slowik (Ralph Fiennes), cuja excentricidade beira o fanatismo. Conforme a refeição começa, os presentes percebem que o chef tem planos sinistros para eles.

A trama retrata uma elite entediada, que exige espetáculos cada vez mais bizarros para ficar minimamente entretida, mostrando como seus luxos se dão a partir da humilhação e exploração dos outros. Mais que isso, mostra como essa elite pouco se importa com as consequências dessa exploração, já que muitos inicialmente continuam comendo como se nada estivesse acontecendo a despeito de toda bizarrice ao redor. Tirando Margot os demais personagens acabam não sendo muito desenvolvidos, se limitando a certos estereótipos que o filme acaba tendo pouco a dizer além de alguns lugares comuns sobre ricos. Com isso, o ótimo elenco coadjuvante com nomes como John Leguizamo, Hong Chau ou Janet McTeer fica subaproveitado.

quarta-feira, 1 de março de 2023

Crítica – The Legend of Vox Machina: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – The Legend of Vox Machina: 2ª Temporada

Review – The Legend of Vox Machina: 2ª Temporada
A primeira temporada de The Legend of Vox Machina foi uma grata surpresa ao trazer uma história de fantasia medieval que conseguia traduzir a energia caótica e senso de humor de uma campanha de RPG de mesa com os amigos. A segunda temporada mantem o humor e nos faz conhecer mais sobre os heróis.

A trama segue onde o ano anterior parou, com dragões subitamente invadindo a capital. Autodenominados como o Clonclave Cromático, os dragões são liderados por Thordak, um poderoso dragão vermelho. Para ter uma chance contra os poderosos dragões o Vox Machina parte em uma jornada em busca dos Vestígios, itens de grande poder que seriam capazes de virar a batalha em favor deles.