sexta-feira, 28 de abril de 2023

Crítica – Horizon Forbidden West: Burning Shores

 

Análise Crítica – Horizon Forbidden West: Burning Shores

Review – Horizon Forbidden West: Burning Shores
Depois de entregar uma excelente continuação em Horizon: Forbidden West, a Guerrilla Games expande a trama do jogo com a DLC Burning Shores, que serve como uma espécie de epílogo e também como uma ponte para um possível (ou inevitável) terceiro jogo. A expansão, exclusiva para o PS5 apesar do jogo base também estar disponível no PS4, traz consigo boa parte dos méritos do jogo base enquanto adiciona novos elementos.

A trama se passa depois dos eventos da história principal. Depois de derrotar a invasão dos Zeniths, Sylens informa a heroína Aloy que encontrou uma possível fonte de dados que pode ajudar com a ameaça vindoura descoberta no fim do jogo. Os dados estão mais a oeste, onde se localizava a antiga Los Angeles, agora tomada por máquinas e erupções vulcânicas. O local também serve de covil para Londra, o último dos Zeniths que vieram ao nosso planeta. Então a viagem também serve como uma oportunidade para Aloy despachar o que sobrou da ameaça dos Zeniths.

Assim como na campanha original, os Zeniths são uma metáfora pouco sutil para o comportamento predatório dos bilionários que tentam projetar uma imagem de que se preocupam com o mundo, mas na verdade só se preocupam consigo mesmos e não se importam com as consequências de seus atos para o resto do mundo. Aqui especificamente a narrativa fala sobre um sujeito que visa ir para o espaço ignorando o uso que sua propulsão termonuclear causará no mundo. O vilão é tão ególatra que até mesmo a IA que o serviu por quase mil anos prefere ser destruída a continuar a servi-lo.

Por outro lado, a narrativa foca mais no lado pessoal de Aloy. Se Forbidden West mostrava ela entendendo a necessidade de cooperar com outros, aqui vemos uma Aloy mais disposta a se abrir para as pessoas e trabalhar em parceria, algo evidenciado pela presença de Seyka, uma soldado Quen, ao seu lado nas missões principais. A presença constante de uma aliada dá a Aloy mais o que dizer e mais possibilidades para se abrir, nos permitindo entender melhor o que se passa com a personagem.

A nova expansão também traz novas máquinas e desafios para o jogador, além de novas habilidades e armas. Entre os novos inimigos há de se destacar os Biliáticos, enormes sapos robóticos que saltam longas distâncias, atacam com sua língua, jatos de ácido e disparando pequenas moscas robóticas. É um inimigo desafiador pelo seu movimento rápido e várias ferramentas, posando um desafio sempre que lutamos contra eles. Como o cenário é estruturado em pequenas ilhas, encontramos vários espaços com combinações pouco usuais de diferentes espécies de máquinas, cuja sinergia pode ser bem perigosa se o jogador não tomar cuidado.

As novas habilidades de Aloy dão mais mobilidade ao arsenal da heroína, como a possibilidade de usar o gancho para realizar ataques críticos em inimigos caídos mesmo que estejam distantes. Escudos portáteis dão mais opções defensivas e novas habilidades de foco permitem, por exemplo, uma rajada de energia que faz todas as máquinas ao redor perderem o controle e atacarem umas as outras. Uma nova arma dos Zenith amplia o poder de fogo da personagem por conta de sua cadência de tiro e da capacidade de fazer os disparos perseguirem um alvo específicos. São adições que não transformam completamente a jogabilidade, mas fornecem mais camadas a ela e dão mais versatilidade aos combates.

O mapa mais condensado garante algumas atividades e missões secundárias sem o excesso e senso de repetição da campanha principal, cujo grande número de colecionáveis e atividades secundárias acabava cansando. Sinceramente prefiro menos coisas a fazer, mas que sejam mais marcantes do que um mapa enorme com dezenas de ações idênticas. Essa abordagem “estilo Ubisoft” a games de mundo aberto (vide Assassin’s Creed Valhalla ou Ghost Recon Breakpoint) já deu o que tinha que dar. Claro, imagino que um inevitável terceiro game certamente terá um mapa grande, já que a própria escala da trama será mais grandiosa do que essa DLC, mas espero que a Guerrilla repense a maneira como estrutura as atividades do seu mundo aberto.

A DLC também tem uma certa parcela de bugs. Enquanto que alguns problemas são esperados em um RPG de ação tão amplo, alguns impedem o progresso, o que é sempre muito frustrante. Em uma missão da narrativa principal em tive que recarregar meu checkpoint porque um NPC ficava parado e não movia um objeto que precisa mover para eu progredir. Em uma das missões opcionais envolvendo as Capturas Aéreas, o sinalizador que eu precisava ativar simplesmente não fazia nada e a missão travava. Depois de várias tentativas para fazer a missão funcionar precisei recorrer a fóruns de internet para ver como contornar o bug e vi que vários outros jogadores estavam com problemas na mesma seção.

Mesmo que a narrativa ainda repita alguns dos problemas da campanha principal Horizon Forbidden West: Burning Shores é uma valiosa adição por adicionar mais inimigos e ferramentas de combate, além de aprofundar o desenvolvimento de Aloy enquanto protagonista.

 

Nota: 8/10


Trailer

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