A mistura entre comédia e
histórias de máfia não é exatamente novidade. Produções como Máfia! (1998), Mickey Olhos Azuis (1999) ou Máfia
no Divã (1999) já traziam esse tipo de mistura e parodiavam as convenções
de produções centradas na máfia. Nesse sentido, Mafia Mamma: De Repente Criminosa acaba não fazendo muito para se
diferenciar em um oceano de paródias já realizadas.
A trama é protagonizada por
Kristin (Toni Colette) que vive um momento conturbado com pressões no trabalho,
uma traição do marido e a partida do filho para a faculdade. As coisas dão uma
inesperada guinada quando ela recebe notícias da morte do avô, que ela nunca
conheceu, avisando que ela deve ir para a Itália para a leitura do testamento,
Lá Kristin descobre que sua família liderava uma organização mafiosa e como
única descendente viva cabe a ela assumir o negócio da família. Sem muito
preparo, ela se vê diante de uma organização mafiosa, sendo auxiliada na tarefa
pela misteriosa Bianca (Monica Belucci).
De início soa como uma comédia de
erros na qual a personalidade mundana de Kristin contrasta com a intensidade
dos mafiosos ao seu redor e o deslumbramento da personagem com a Europa a leva
a ações que acidentalmente a fazem ser bem sucedida em seus esforços para
eliminar rivais e pacificar uma guerra de gangues. Conforme a trama avança,
porém, o filme se apoia cada vez mais em piadas sobre máfia que já foram feitas
à exaustão e desenvolvimentos bem previsíveis. É fácil antever que o bonitão que
Kristin começa a sair não vai ser quem ele diz que é, assim como é bem evidente
que determinado personagem vai se mostrar um traidor. A narrativa também é
desprovida de urgência, apesar de constantemente mencionar um conflito iminente
entre gangues ou tentar construir líderes rivais como ameaças críveis. O texto também tenta inserir ideias de empoderamento feminino que soam superficiais e deslocadas da maluquice da história de máfia que tenta construir.