Na trama Marcus (Woody Harrelson) é um irascível técnico de basquete cujo descontrole impediu o progresso da carreira. Depois de ser preso por dirigir embriagado e colidir com uma viatura de polícia, Marcus é condenado a prestar serviço comunitário treinando um time local de atletas paraolímpicos. Logicamente o jeito esquentado de Marcus entra em atrito com as personalidades dos jogadores com Síndrome de Down, mas aos poucos ele vai entendendo como se relacionar com eles, inclusive com a ajuda da irmã de um dos jogadores, Alex (Kaitlin Olson, a Dee de It’s Always Sunny in Philadelphia).
É uma trama bem previsível de superação e aprendizado que sabemos como irá se desenvolver e terminar já nos primeiros minutos. Sabemos que Marcus irá aprender que vitória não é tudo e que entender os jogadores é tão importante quanto entender de tática ou estratégia. Do mesmo modo, sabemos que os jogadores irão aprender como serem melhores em basquete e a serem mais assertivos em suas vidas pessoais, amadurecendo como jogadores e indivíduos. É também previsível que Marcus e Alex irão acabar se apaixonando.
Assim, o que sustenta nosso envolvimento com a trama é a dinâmica sincera que se forma entre Marcus e o resto do time, de como ele aos poucos aprende a se comunicar com os jogadores e sobre como ser técnico não é apenas entender o jogo, mas as pessoas. Woody Harrelson sempre foi bom em fazer esse tipo de “canalha de bom coração” e aqui mais uma vez mostra como fazer esse tipo de personagem funcionar, dando a ele humanidade e carisma sem nos fazer esquecer suas falhas.
A narrativa tenta dar subtramas a cada um dos jogadores, com seus próprios obstáculos e problemas a superar. A questão é que por mais que o filme tente dar a cada um o seu momento sob os holofotes, são conflitos que acabam se resolvendo rápido demais para terem o devido impacto, embora sejam importantes para mostrar como essas pessoas podem levar vidas plenas sem serem definidas por suas limitações. O humor acerta ao evitar reduzir seus personagens a figuras aberrantes ou a rir dos problemas dos personagens e mais focado na inadequação de Marcus em sua nova situação e como o ego do técnico o impede de entender a habilidade de seus jogadores.
Campeões é uma história de esporte e superação igual a tantas
outras que já vimos no cinema, mas vale pela representatividade que traz a
atletas paralímpicos e pelo carisma de seus personagens.
Nota: 6/10
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