A trama é protagonizada por Kristin (Toni Colette) que vive um momento conturbado com pressões no trabalho, uma traição do marido e a partida do filho para a faculdade. As coisas dão uma inesperada guinada quando ela recebe notícias da morte do avô, que ela nunca conheceu, avisando que ela deve ir para a Itália para a leitura do testamento, Lá Kristin descobre que sua família liderava uma organização mafiosa e como única descendente viva cabe a ela assumir o negócio da família. Sem muito preparo, ela se vê diante de uma organização mafiosa, sendo auxiliada na tarefa pela misteriosa Bianca (Monica Belucci).
De início soa como uma comédia de erros na qual a personalidade mundana de Kristin contrasta com a intensidade dos mafiosos ao seu redor e o deslumbramento da personagem com a Europa a leva a ações que acidentalmente a fazem ser bem sucedida em seus esforços para eliminar rivais e pacificar uma guerra de gangues. Conforme a trama avança, porém, o filme se apoia cada vez mais em piadas sobre máfia que já foram feitas à exaustão e desenvolvimentos bem previsíveis. É fácil antever que o bonitão que Kristin começa a sair não vai ser quem ele diz que é, assim como é bem evidente que determinado personagem vai se mostrar um traidor. A narrativa também é desprovida de urgência, apesar de constantemente mencionar um conflito iminente entre gangues ou tentar construir líderes rivais como ameaças críveis. O texto também tenta inserir ideias de empoderamento feminino que soam superficiais e deslocadas da maluquice da história de máfia que tenta construir.
Toni Colette faz o que pode para tentar elevar o texto banal que tem em mãos. Sua Kristin é claramente despreparada para a tarefa para a qual é incumbida, mas a maneira que essa mulher comum se comporta é tão diferente do que esses criminosos esperam que os pega desprevenidos. Quando o humor se baseia nessa premissa de “peixe fora d’água” rende alguns momentos engraçados, como a cena em que a protagonista mata acidentalmente um líder rival ao trocar seu copo de bebida com o dele sem saber que o copo destinado a ela estaria envenenado. Nesses momentos Colette convence de que estamos diante de uma pessoa comum inadvertidamente jogada nesse universo de assassinatos, traições e intrigas. Monica Belucci também diverte ao fazer um tipo cômico que normalmente não estamos acostumados a vê-la fazendo.
É uma pena, porém, que o material
não esteja à altura de suas duas atrizes, preferindo recorrer a piadas batidas
e desenvolvimentos previsíveis.
Nota: 4/10
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