terça-feira, 23 de maio de 2023

Drops – A Mãe

 

Análise Crítica – A Mãe

Review – A Mãe
É curioso que Niki Caro, responsável por filmes mais contemplativos como A Encantadora de Baleias (2002) ou Terra Fria (2005) tenha optado por fazer um filme de ação como esse A Mãe para a Netflix. Tudo bem que ele insere reflexões sobre o feminino e outros temas que lhe são caros, mas o texto não parece casar com as sensibilidades da diretora.

Na trama Lopez é uma agente que se envolve na busca por criminosos perigosos. Quando uma missão dá errado e um deles escapa deixando a agente com uma perfuração na barriga, ameaçando a sua gravidez, os superiores da protagonista acreditam que o melhor que ela pode fazer para deixar a filha segura é colocá-la para adoção. Doze anos depois os criminosos reaparecem em busca de vingança e sequestram a garota Zoe (Lucy Paez). Agora cabe à mãe resgatar a filha e acabar com a ameaça de uma vez por todas.

Lopez é eficiente em nos convencer que a mãe é uma agente experiente e letal com seus modos diretos e engenhosidade no modo com que enfrenta suas ameaças. A questão é ela é tão eficiente que nunca sentimos que a personagem realmente parece estar em perigo e tudo soa fácil demais, tirando um pouco da urgência da ação. Joseph Fiennes faz o que pode para dar alguma gravidade ao vilão Adrian, no entanto, é um antagonista tão genérico e sem personalidade que nunca soa como uma ameaça crível. Quando a mãe e Zoe se refugiam em uma cabana isolada, imaginamos que é o momento de construir uma conexão emocional com essas personagens, o que não acontece por conta da maneira que Zoe é escrita.

Imagino que a ideia era fazer dela uma garota assustada agindo por impulso, mas o resultado é uma menina insuportável que reclama de tudo que a protagonista faz apesar dela constantemente salvar a vida da garota e ser a única chance dela sobreviver. Ao invés de nos compadecermos por Zoe pegamos ranço dela e deixamos de torcer para que se forme uma conexão com a mãe. Assim, o interlúdio que cessa o progresso da trama para desenvolver as personagens acaba soando como uma enorme perda de tempo. Além disso, fica a impressão de que a trama se alonga demais em suas quase duas horas e que o filme poderia se beneficiar de uma duração mais enxuta.

Desta maneira, A Mãe carece do perigo e urgência de bom thriller bem como da emoção genuína de um bom drama, não satisfazendo em nenhuma das frentes e entregando um produto desconjuntado e desnecessariamente longo.

 

Nota: 3/10


Trailer

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