A trama gira em torno de Otto (Tom Hanks), um homem de meia idade mal-humorado que passa os dias visitando o túmulo da falecida esposa e lutando para mudar as regras da associação de moradores de seu bairro. Quando uma família latina liderada por Marisol (Mariana Treviño) se muda para sua vizinhança, Otto acaba, meio que contra a própria vontade, ajudando a mulher a se ajustar ao bairro.
É a típica história de um homem turrão e encrenqueiro, mas que no fundo tem um coração de ouro, com seu exterior abrasivo servindo como um mecanismo de defesa para seus traumas e dores psicológicas. Nesse sentido, a versão estadunidense explora mais as facetas mais sombrias do personagem, inclusive suas múltiplas tentativas de suicídio, do que no original sueco. Há também uma tentativa de recontextualizar as questões de especulação imobiliária e tratamento das populações imigrantes e LGBTQIA+ para o contexto dos Estados Unidos, o problema é que em meio a tantas histórias essas questões complexas acabam sendo exploradas de maneira meramente superficial.
Tom Hanks é ótimo em construir a
natureza rígida de Otto, mas é prejudicado por um material previsível, que
torna fácil imaginar os rumos da história, fazendo seus principais
desdobramentos e reviravoltas não terem o impacto que deveriam. A doença
cardíaca do personagem, por sinal, acaba servindo como uma metáfora bem óbvia
para o “grande coração” do protagonista. Assim como aconteceu em produções como
Amigos Para Sempre (2019) ou Downhill (2020), O Pior Vizinho do Mundo é uma nova adaptação de produção
estrangeira recente que nunca diz a que veio, não aproveitando nem mesmo a
possibilidade de situar a trama na realidade social dos EUA.
Nota: 5/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário