O ponto de partida da narrativa é a repórter Rachel de Leon, que investigou o caso de uma garota no sul dos Estados Unidos que foi presa por falsa denúncia depois acusar um jovem de família influente de estuprá-la. A partir daí a jornalista esbarra em mais casos ao redor do país de jovens mulheres que tiveram suas denúncias criminalizadas porque a polícia não acreditou nelas.
Estruturalmente não há nada de muito diferente de outros documentários sobre crimes que se tornaram um grande filão comercial em serviços de streaming. Estão lá as típicas entrevistas, reconstituições e imagens de arquivo. Apesar de quadrado e pouco imaginativo em termos de linguagem audiovisual, o documentário envolve pelo cuidadoso trabalho investigativo de provar a ingerência das autoridades (polícia, ministério público, etc) em dar o devido suporte às vítimas de violência sexual e, ao invés disso, deixam-nas á mercê da hostilidade pública ao destruir suas reputações e arrastar seus nomes na lama.
A narrativa é contundente em mostrar as várias estruturas de poder que existem para proteger homens abusivos e silenciar as vítimas. Os testemunhos com as sobreviventes deixam evidente a dor potencializada por anos de injustiça e tratamento cruel daqueles que deveriam protegê-las. Especialistas, inclusive um instrutor de polícia, explicam os ardis que policiais usam para desestabilizar as vítimas, falando mentiras e apresentando provas falsas, para fazê-las duvidar de sua própria versão. Não bastasse o dano físico e emocional da violência sofrida, essas mulheres são violentadas uma segunda vez pelos abusos psicológicos e gaslighting das autoridades.
Apesar de ser um documentário bem
típico em termos estruturais Vítima x
Suspeita envolve pelo cuidadoso trabalho investigativo que desnuda as
várias estruturas de poder postas para silenciar as mulheres que denunciam
casos de violência sexual.
Nota: 6/10
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