segunda-feira, 31 de julho de 2023

Crítica – Loucas em Apuros

Análise Crítica – Loucas em Apuros

 

Review – Loucas em Apuros
Em meio a um cenário com tantas produções que tem desnecessariamente inchado suas durações cada vez mais, é bom ver que Hollywood ainda sabe fazer boas comédias de noventa minutos que vão direto ao ponto e entregam uma diversão despretensiosa sem se arrastar mais do que necessário. Loucas em Apuros entrega exatamente isso. Não é um filme que vai reinventar a roda, mas é divertido o bastante para manter nosso interesse.

A trama é centrada em duas amigas, Audrey (Ashley Park) e Lolo (Sherry Cola). Amigas desde criança, elas se mantem próximas apesar de terem seguido caminhos diferentes. Audrey é uma advogada que está sempre trabalhando e está em vias de virar sócia na empresa em que trabalha. Lolo ainda tenta fazer sua carreira de artista plástica decolar e se escora no sucesso de Audrey para se manter. Quando Audrey é incumbida de fechar um negócio na China, Lolo vai junto na viagem acompanhada da prima, Olho de Peixe Morto (Sabrina Wu), para tentar ajudar Audrey a encontrar a mãe biológica dela. O trio ainda é acompanhado por Kat (Stephanie Hsu, de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo), colega de faculdade de Audrey que está na China trabalhando como atriz. Logicamente os planos do quarteto dão errado e elas se envolvem em muitas confusões.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Crítica – Nimona

 

Análise Crítica – Nimona

Review – Nimona
Situado em um universo que mescla fantasia e tecnologia, a animação Nimona trata de preocupações bastante contemporâneas sem abrir mão do lúdico e do senso de encantamento, se apoiando principalmente na relação de seus dois personagens principais. Em um mundo futurista no qual cavaleiros protegem o reino de monstros, Ballister é o primeiro plebeu a ser considerado como cavaleiro, a divisão de elite do reino. Na sua cerimônia de nomeação sua espada inesperadamente dispara um raio na rainha e ele é acusado de assassinato. Sem saber o que aconteceu Ballister foge para a floresta além das muralhas do reino e lá conhece a garota Nimona, que se dispõe a ajudá-lo a provar a que é inocente.

Visualmente a produção se destaca pelo modo como mistura uma estética medieval com um visual futurista, criando um universo em que cavaleiros de armadura pilotam motos voadoras e castelos futuristas coexistem com arranha-céus e letreiros luminosos na paisagem urbana. Não lembro de nenhuma produção recente que usou uma ambientação assim e isso ajuda a dar personalidade ao universo que a trama tenta criar.

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Crítica – Invasão Secreta

 

Análise Crítica – Invasão Secreta

Review – Invasão Secreta
Não sou lá muito fã do arco da Invasão Secreta nos quadrinhos embora ela tenha servido para repensar muitos personagens do universo Marvel na época e trouxe momentos impactantes sobre quais heróis eram skrulls disfarçados. Sabia que a minissérie Invasão Secreta provavelmente não teria o mesmo escopo amplo da saga dos quadrinhos, mas ao menos esperava que trouxesse repercussões que nos fizessem repensar certos eventos do universo Marvel. Isso, porém, não aconteceu e o resultado é a mais decepcionante série da Marvel produzida pelo Disney+. Aviso que o texto tem SPOILERS da série.

Na trama, depois de anos no espaço tentando encontrar um novo lar para os skrulls, Nick Fury (Samuel L. Jackson) retorna à Terra para lidar com a ameaça de Gravik (Kingsley Ben-Adir), um líder skrull que se cansou da política de “boa vizinhança” de Talos (Ben Mendelsohn) e decidiu iniciar um movimento para tomar o planeta para sua raça. Gravik infiltrou skrulls nas principais estruturas de poder do planeta e visa iniciar um conflito entre várias nações. Sem ter em quem confiar, Fury conta apenas com Talos para tentar deter Gravik.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Crítica – Alerta Máximo

 

Análise Crítica – Alerta Máximo

Review – Alerta Máximo
Considerando a quantidade de bombas que Gerard Butler vem estrelando nos últimos anos, é compreensível que eu não estivesse lá muito empolgado para este Alerta Máximo. Confesso, no entanto, que é um thriller eficiente ainda que não tenha muita novidade.

A narrativa acompanha o piloto Brodie Torrance (Gerard Butler), que está guiando um avião comercial pelo sul da Ásia. Quando a aeronave é atingida por um raio e danificada, o piloto não tem escolha senão fazer um pouso forçado em uma pequena ilha próxima. O problema é que a ilha é controlada por criminosos filipinos e agora ele precisa dar um jeito de manter todos seguros enquanto o resgate chega. Brodie encontra ajuda em Gaspare (Mike Colter, o Luke Cage da Marvel), um prisioneiro que estava sendo transportado no voo e que tem experiência de soldado. Mesmo sem saber se Gaspare é confiável, Brodie não tem escolha senão confiar nele.

terça-feira, 25 de julho de 2023

Crítica – De Tirar o Fôlego

 

Análise Crítica – De Tirar o Fôlego

Review – De Tirar o Fôlego
Dirigido por Laura McGann, o documentário De Tirar o Fôlego me lembrou produções de Werner Herzog nas quais ele reflete sobre a relação entre o ser humano e a beleza implacável da natureza que pode arruinar aqueles que tentam dominá-la (como em O Homem Urso). A produção de McGann não chega no mesmo nível das contemplações existenciais de Herzog, mas é hábil em tentar transmitir a dimensão sensorial das experiências extremas que retrata.

A produção apresenta o cotidiano das competições de mergulho em apneia, ou seja, o mergulho em profundidade sem uso de equipamento para respirar. A trama foca especificamente nas trajetórias de Stephen Keenan e Alessia Zecchini. Keenan era um mergulhador competitivo que resolveu se tornar um mergulhador socorrista depois de um acidente durante uma competição. Alessia é uma mergulhadora que desde adolescente se mostrou um prodígio no esporte, sempre buscando ser a melhor. Ao se conhecerem, Keenan e Alessia desenvolveram uma relação pessoal e profissional em cima do amor de ambos pelo mergulho, mas a profissão não é livre de perigos e levar o corpo ao limite cobra seu preço.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Drops – O Convento

 

Análise Crítica – O Convento

Review – O Convento
Estrelado por Jena Malone, O Covento prometia ser uma mistura de thriller e terror sobrenatural, mas o resultado final acaba não aproveitando nenhuma das abordagens. A trama é centrada em Grace (Jena Malone), uma médica que recebe a notícia de que o irmão, Michael (Steffan Cennydd), que vivia como padre em uma remota abadia na Escócia, teria matado um colega de batina e cometido suicídio. Grace viaja ao local e ao examinar o corpo do irmão começa a desconfiar da versão oficial dos fatos.

Daí é evidente que ela vai esbarrar em uma grande conspiração do clero local e ações conectadas ao sobrenatural. O problema é que apesar de todas as ideias a respeito de como a clausura da religião produz um fanatismo tão virulento que torna difícil distinguir deus e diabo, o texto nunca vai além do que já foi dito antes sobre esse tema, então a exploração dessas questões soa superficial e em nada diferente de outros produtos que já vimos antes.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Crítica – Transformers: O Despertar das Feras

 

Análise Crítica – Transformers: O Despertar das Feras


Review – Transformers: O Despertar das Feras
O filme solo do Bumblebee (2018) mostrou que a franquia Transformers poderia ficar melhor sem a direção epilética e narrativa inchada dos filmes conduzidos por Michael Bay. Este Transformers: O Despertar das Feras segue a cronologia iniciada em Bumblebee, tentando fornecer um novo começo para a trupe de Optimus Prime depois do pavoroso Transformers: O Último Cavaleiro (2017).

A trama se passa na década de noventa sendo protagonizada por Noah Diaz (Anthony Ramos), um ex-soldado em busca de emprego para ajudar o irmão caçula doente e cujas despesas médicas a mãe não tem como pagar. Noah aceita roubar carros para fazer um dinheiro extra e é aí que ele acidentalmente conhece o transformer Mirage (Pete Davidson), sendo jogado no meio da busca dos Autobots liderados por Optimus Prime (Peter Cullen) pela chave Transwarp, um meio deles retornarem ao planeta Cybertron. O problema é que a chave também é procurada pelos Terrorcons liderados por Scourge (Peter Dinklage), que a desejam para entregá-la ao temível Unicron.

O filme se beneficia de uma duração mais enxuta, que evita que a trama simples se alongue mais do que necessário e também de um número reduzido de personagens humanos, focando apenas em Noah e Elena (Dominique Fishback) evitando o excesso de núcleos de personagem que atrapalhava tanto os filmes dirigidos por Bay. Sim, Noah é um personagem relativamente básico cujo arco é previsível, mas Anthony Ramos ao menos traz a ele algum carisma e evita que ele descambe para uma caricatura irritante e sem graça como outros protagonistas da franquia.

A maior novidade do filme seria a presença dos Maximals, facção de transformers que usam formas animais ao invés de veículos. Esperava que não cometessem o mesmo erro de Transformers: Era da Extinção (2014) quando relegaram os Dinobots a figurantes de luxo, no entanto, o mesmo problema acontece com os Maximals aqui. Eles tem um pouco mais tempo de tela que os Dinobots, é verdade, porém a presença deles acaba sendo de pouca consequência para o esquema geral da trama, já que os principais desdobramentos da narrativa seriam os mesmos sem a presença deles. A narrativa inclusive é bem vaga em estabelecer o lugar dos Maximals na mitologia desse universo, com uma fala vaga da Airrazor (Michelle Yeoh) dizendo que eles são o passado e o futuro do Autobots, algo que provavelmente só quem assistiu Beast Wars (como eu) vai entender.

A ação se beneficia por não ter mais a câmera chacoalhante e montagem epilética dos filmes de Michael Bay. Momentos como a batalha final contam com planos mais longos em que a câmera passeia pela arena de combate em que os diferentes personagens lutam e constroem um senso de coesão a todo o embate. A ação também usa de modo criativo as habilidades dos personagens, como as ilusões de Mirage ou a mobilidade de Arcee, embora mesmo durante as batalhas os Maximals acabem aparecendo pouco. O fato do clímax ser uma batalha contra um exército genérico enquanto um raio é disparado nos céus faz o filme parecer um blockbuster de dez anos atrás quando raios para o céu estavam em tudo quanto é filme de grande orçamento.

Transformers: O Despertar das Feras não chega a ser tão bacana quanto Bumblebee e não aproveita bem os novos personagens que introduz, mas tem boas cenas de ação e um protagonista suficientemente carismático para funcionar como uma diversão despretensiosa.

 

Nota: 6/10


Trailer

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Crítica – Oppenheimer

 

Análise Crítica – Oppenheimer

Review – Oppenheimer
É curioso que Oppenheimer, novo filme do diretor Christopher Nolan, tenha recebido tanto estardalhaço por estrear na mesma semana que Barbie por conta aparente oposição entre os dois filmes. Afinal, um era sobre uma boneca num mundo cor de rosa e outro era sobre o sujeito responsável pela bomba atômica. Na real, os dois filmes tem mais similaridade do que parece, já que ambos analisam o complicado e contraditório legado de duas figuras que estão no imaginário popular há mais de meio século.

A trama segue a trajetória do físico J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), de sua juventude estudando na Europa, passando por sua participação no Projeto Manhattan que construiu a bomba atômica e os anos posteriores quando o governo dos EUA atacou sua reputação por ele se opor à proliferação de armas nucleares.

O filme se estrutura em torno de personagens depondo em dois processos. Um para cassar a liberação de segurança de Oppenheimer, como parte do projeto de prejudicar sua reputação, e outra das audiências no Senado para a confirmação de Lewis Strauss (Robert Downey Jr.) como ministro, no qual ele é perguntado de sua relação com Oppenheimer. É um arranjo que lembra A Rede Social (2010), com o protagonista depondo em diferentes processos, indo e voltando no tempo, enquanto narra a história.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Crítica – Barbie

 

Análise Crítica – Barbie

Review – Barbie
Confesso que a ideia de um filme da Barbie não me era lá muito atrativa, mas depois dos primeiros trailers da produção dirigida por Greta Gerwig confesso que fiquei rendido pela maluquice que eles traziam. Tendo visto o produto final, posso dizer que é ainda mais excêntrico do que imaginava, trazendo um olhar simultaneamente irônico e inspirador para a boneca da Mattel.

A trama é centrada em Barbie (Margot Robbie), que vive uma vida perfeita na Barbielândia com outras Barbies e Kens. Um dia Barbie começa a questionar sua própria existência e sua vida colorida passa a perder a graça. Consultando a Barbie Esquisita (Kate McKinnon), a protagonista que isso acontece por causa da conexão emocional entre Barbie e a garota que está brincando com ela, sendo necessário que Barbie vá ao mundo real ajudar a garota. Na empreitada, a boneca é acompanhada por Ken (Ryan Gosling), que se surpreende ao descobrir que ao contrário da Barbielândia, o mundo real é controlado por homens.

terça-feira, 18 de julho de 2023

Drops – Bird Box: Barcelona

Resenha Crítica – Bird Box: Barcelona


Review – Bird Box: Barcelona
Lançado em 2018 Bird Box era um terror pós apocalíptico típico que se sustentava pela performance de Sandra Bullock e alguns momentos de tensão. Agora a Netflix tenta expandir o universo desse filme com Bird Box: Barcelona e o resultado é bem fraquinho.

A trama é protagonizada por Sebastian (Mario Casas) que vaga por uma Barcelona vazia com a filha tentando sobreviver. As criaturas continuam vagando por espaços abertos, sendo obrigatório cobrir os olhos ao sair na rua. No entanto, proteger a visão não é mais o suficiente, já que os seres podem se fazer ouvir pelas pessoas e emulam as vozes de entes queridos deles. Sebastian chegou a sobreviver um encontro com esses seres, mas agora parece estar sob a influência deles.

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Crítica – Meus Sogros Tão Pro Crime

 

Análise Crítica – Meus Sogros Tão Pro Crime

Review – Meus Sogros Tão Pro Crime
Eu não sabia que Meus Sogros Tão Pro Crime era uma realização da Happy Madison, produtora que pertence a Adam Sandler. Com o passar dos anos, ver a vinheta da produtora no início de um filme se tornou uma espécie de aviso de que eu deveria temer pela minha sanidade e Meus Sogros Tão Pro Crime é o mais recente exemplo de que meus temores não são infundados.

A trama é protagonizada por Owen (Adam Devine), um gerente de banco que está prestes a se casar com Parker (Nina Dobrev), mas ainda não conheceu os sogros. Dias antes do casamento seus sogros, que estariam viajando e não viriam para a cerimônia, decidem aparecer. Ao conhecer Billy (Pierce Brosnan) e Lilly (Ellen Barkin), Owen pensa que eles são pessoas excêntricas, mas logo descobre que eles são ladrões de banco que tem uma dívida a pagar com uma perigosa criminosa.

Como é de costume em muitas produções de Adam Sandler, boa parte do que o filme entende como comédia se resume a ofensas preconceituosas, como os insultos machistas que os pais de Owen direcionam a Parker, ou a escatologia gratuita sem qualquer construção na cena como se a mera menção de fezes ou vômito automaticamente nos fizesse rir.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Drops – Músculos e Confusão: A História por Trás de American Gladiators

Análise Crítica  – Músculos e Confusão: A História por Trás de American Gladiators


Review – Músculos e Confusão: A História por Trás de American Gladiators
Não lembro se o programa American Gladiators chegou a passar no Brasil, mas sei o quanto ele influenciou uma série de game shows e programas de auditório por aqui, como muitas provas do quadro Olimpíadas do Faustão. A minissérie documental Músculos e Confusão: A História por Trás de American Gladiators tenta contar a história do programa e o impacto dele na cultura pop.

Estruturalmente é um documentário típico de entrevistas e imagens de arquivo, recorrendo a gravações dos programas antigos e falas de produtores, diretores e principalmente o elenco de “gladiadores” do programa. Narrativamente segue a estrutura de “ascensão e queda” bem comum nesse tipo de programa sobre os bastidores de Hollywood, mas conseguem captar bem o clima cultural do início dos anos 90 quando a televisão passa a recorrer a programas mais apelativos e a regulação em termos do que poderia ser mostrado (a Banheira do Gugu que o diga), bem como os parâmetros de segurança de certas práticas, eram bem mais frouxos.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Crítica – Batman: A Perdição Chegou a Gotham

Análise Crítica – Batman: A Perdição Chegou a Gotham

 

Review – Batman: A Perdição Chegou a Gotham
Baseado no quadrinho de mesmo nome escrito por Mike Mignola (criador de Hellboy) para o selo Elseworlds da DC, Batman: A Perdição Chegou a Gotham situa o herói no começo do século XX e coloca o personagem em uma trama de horrores lovecraftianos.

A trama começa com Bruce e seus aprendizes no ártico, investigando o desaparecimento de uma expedição científica liderada por Oswald Cobblepot. Chegando nos destroços da expedição, são atacados por pinguins monstruosos e descobrem que todos foram mortos e que algum horror ancestral foi desencavado do local e está partindo para Gotham. Agora Bruce precisa retornar à sua cidade e investigar o misterioso culto que parece dominar a cidade secretamente.

Como muitas histórias do selo Elseworlds, é uma trama que vai direto ao ponto e faz pouco para situar os não iniciados em elementos do universo do Batman. Nesse sentido, muito da graça de ver como elementos desse universo são imaginados dentro desse contexto de horror lovecraftiano só farão sentido se você tiver algum conhecimento prévio para entender que ao invés de ser hábil com computadores, a Barbara Gordon/Oráculo apresentada aqui é uma médium que canaliza espíritos.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Crítica – Noites Alienígenas

 

Análise Crítica – Noites Alienígenas

Review – Noites Alienígenas
O Brasil é um país tão grande que nós mesmos não temos pleno conhecimento de como é a vida em certas regiões distantes de onde vivemos. O cinema brasileiro, a despeito de seus esforços em promover a diversidade de uns tempos para cá ainda tem sua produção muito focada no sudeste. Por isso é instigante quando encontramos produções de outros lugares do Brasil, principalmente daqueles sub representados no meio audiovisual como o caso do estado do Acre retratado neste Noites Alienígenas.

A trama acompanha três amigos de infância que cresceram na periferia de Rio Branco, capital do Acre, Rivelino (Gabriel Knox), Sandra (Gleici Damasceno) e Paulo (Adanilo Reis). Sandra e Paulo têm um filho pequeno juntos e enfrentam dificuldades por conta da dependência química de Paulo. Rivelino trabalha para o excêntrico traficante Alê (Chico Diaz), que tem um certo código de ética de como operar no local. A relação entre Rivelino e Alê começa a desandar quando o jovem passa a discordar de certos princípios do chefe e passa a se envolver com facções criminosas do sudeste recém chegadas no Acre e que visam tomar o território de Alê. Sandra luta para sustentar o filho e tocar a vida enquanto Paulo tenta resolver suas dívidas com diferentes facções do tráfico.

terça-feira, 11 de julho de 2023

Crítica – O Pacto

 

Análise Crítica – O Pacto

Review – O Pacto
Guy Richie é um diretor conhecido pelo seu estilo visual marcante em produções como Snatch: Porcos e Diamantes (2000) e mesmo suas realizações menos sucedidas como o fraco Rei Arthur: A Lenda da Espada (2017) exibem a energia visual do diretor. Talvez seja por isso que O Pacto seja tão surpreendente no sentido que não traz praticamente nada do cinema de Richie e poderia ter sido dirigido por qualquer operário padrão da indústria, talvez por isso o título original (Guy Richie’s The Covenant) já traga consigo o nome do diretor porque de outro modo não seria possível identificar a presença dele no filme.

A narrativa acompanha a história ficcional do soldado John Kinley (Jake Gyllenhaal). Servindo na guerra do Afeganistão, Kinley é ferido em uma emboscada, perde todo seu pelotão e é salvo pelo tradutor afegão Ahmed (Dar Salim), que o transporta por mais de 100 quilômetros em território talibã. Kinley volta aos Estados Unidos, mas Ahmed não recebe a prometida extração do país e visto estadunidense. Com um senso de dívida e descrente na burocracia das forças armadas, Kinley decide voltar ao Afeganistão e financiar do próprio bolso a retirada de Ahmed e família do país.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Crítica – Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1

 

Análise Crítica – Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1

Review – Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1
Não esperava que o ótimo Missão Impossível: Efeito Fallout (2018) pudesse ser superado tão cedo, mas o astro e produtor Tom Cruise entregou exatamente isso com o excelente Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1 ao levar o agente Ethan Hunt ao extremo tanto em termos de ação quanto na construção do suspense e dos conflitos para seus personagens.

A trama começa quando um exercício militar russo com um submarino furtivo dá errado e todos à bordo morrem. O incidente chama atenção das comunidades de inteligência ao redor do mundo que creem que a IA bélica que guiava os sistemas do submarino se tornou consciente e está se espalhando pelo ciberespaço, sabotando governos ao redor do mundo e se autodenominando como a Entidade. A única maneira de detê-la parece ser um conjunto de chaves que Ethan (Tom Cruise) fica incumbido de achar. Ao descobrir que o governo quer controlar a IA ao invés de destruir, Ethan e sua equipe decidem agir por conta própria, ficando na mira do governo e também do misterioso Gabriel (Esai Morales), que age como um arauto da Entidade no mundo real e tem uma ligação passada com Ethan.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Crítica – Final Fantasy XVI

 

Análise Crítica – Final Fantasy XVI

Review - Final Fantasy XVI
Depois do desenvolvimento conturbado de Final Fantasy XV e de seu lançamento meio que incompleto, com muitos elementos importantes da história sendo contados em DLCs posteriores, a impressão é que a Square Enix queria evitar todos esses problemas em Final Fantasy XVI. O jogo sai do ambiente mais tecnológico do anterior e retorna a uma ambientação de fantasia mais tradicional, focando em narrativa e em combate. Comandado por Yoshi P, o responsável por reerguer Final Fantasy XIV com A Realm Reborn, Final Fantasy XVI teve um desenvolvimento menos atribulado e entrega um pacote mais completo e coeso que seu antecessor.

A trama é protagonizada por Clive Rossfield, herdeiro do pequeno reino de Rosaria e incumbido de proteger o irmão, Joshua. O mundo em que vivem conta com a presença de grandes cristais dotados de mágica que são a fonte de poder dos diferentes reinos do continente. Algumas pessoas recebem dos cristais o poder de controlarem as Eikons, seres elementais poderosíssimos (pensem nas summons dos games anteriores) e essas pessoas são chamadas de Dominantes. Joshua é o Dominante da Fênix, a Eikon do fogo, e Clive é seu principal protetor, recebendo a benção da Fênix para usar magia de fogo, se tornando um Portador, alguém que consegue usar magia sem auxílio de um cristal. Quando o reino de Rosaria é atacado, Joshua acaba usando o poder da Fênix para tentar proteger o castelo, mas uma segunda misteriosa Eikon de fogo, Ifrit, surge no combate e ataca a Fênix. Rosaria é tomada e Clive é forçado a servir no reino rival, jurando vingança contra aqueles que lhe tiraram tudo.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Dopesick e o problema das drogas legais

 

Review - Dopesick

Quando se fala sobre combate às drogas normalmente pensamos em drogas ilícitas como cocaína, crack ou heroína, mas recentemente as autoridades, especialmente nos Estados Unidos, tem atentado para o que eles chamam de “epidemia de opioides”, o abuso de narcóticos legais que viciam tanto ou mais que drogas ilícitas e que geram a mesma degradação social que suas contrapartes ilegais. A série Dopesick, lançada em 2021, aborda justamente a ascensão da crise de opioides nos EUA, tendo como ponto de parte o lançamento da droga Oxycontin pela empresa farmacêutica Purdue.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Crítica – O Mistério de Maya

 

Análise Crítica – O Mistério de Maya

Review – O Mistério de Maya
O documentário O Mistério de Maya parece ser mais um daqueles documentários de crimes que se tornaram cada vez mais comuns em streamings. Ele de fato é isso, embora seja bastante eficiente no modo como conta sua história, mesmo usando todos os recursos comuns a esse tipo de produção, e também na maneira como mobiliza a revolta do espectador em relação às injustiças narradas.

A narrativa segue a família da garota Maya, que desde pequena apresentou sintomas de uma rara doença que lhe causava dores constantes e atrofia nas pernas. Durante muito tempo os pais dela não encontravam um tratamento até conhecerem médicos que administravam cetamina como um meio de aplacar a dor, funcionando para a garota. Depois de anos bem, Maya tem uma nova crise e é levada para um hospital pediátrico e chegando lá os médicos não aceitam as informações do diagnóstico e do tratamento dados pela família da menina, suspeitando de maus tratos. O conselho tutelar é chamado e os pais perdem a guarda da garota, iniciando uma batalha jurídica contra o hospital que termina em tragédia.

terça-feira, 4 de julho de 2023

Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)

 

Análise Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)

Review – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)
Pensei seriamente se assistiria essa terceira temporada de The Witcher. O anúncio de que Henry Cavill, o elemento mais consistente da série, sairia ao fim deste terceiro ano e seria substituído na quarta temporada por Liam Hemsworth diminuiu um pouco do meu interesse. Mesmo menos empolgado do que em temporadas anteriores, resolvi conferir esse terceiro ano, que continua a acertar no clima de mistério e no universo sombrio que apresenta, ainda que sofra dos problemas de ritmo da primeira temporada.

A trama segue mais ou menos onde o segundo ano parou, com Geralt (Henry Cavill) e Yennefer (Anya Chalotra) se unindo para cuidarem de Ciri (Freya Allan). Depois dos eventos de Kaer Morhen, o trio tenta viver escondido, mas a quantidade de pessoas que buscam Ciri para propósitos pessoais torna difícil ficar escondido muito tempo ou manter a garota plenamente segura. Assim, eles partem em busca de uma solução.

Se a temporada anterior se beneficiava por manter muito da trama focada em poucos lugares e dava bastante tempo para a relação entre Geralt e Ciri florescer, aqui ela se divide entre vários lugares e um elenco cada vez maior de personagens ao ponto em que fica difícil lembrar quem está aonde, fazendo o quê e por qual motivo. Essas mudanças constantes de ambiente dão a impressão de que a trama principal não caminha e que Geralt está virando quase um coadjuvante na própria história. Tudo bem que isso serve para mostrar a situação política complicada do reino e a quantidade de ameaças que pairam sobre Ciri, mas talvez nem todas as maquinações precisariam efetivamente aparecer a menos que fossem impactar diretamente nos protagonistas.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Crítica – Os Cavaleiros do Zodíaco Saint Seiya: O Começo

 

Análise Crítica – Os Cavaleiros do Zodíaco Saint Seiya: O Começo

Review – Os Cavaleiros do Zodíaco Saint Seiya: O Começo
A ideia de fazer um live action de Cavaleiros do Zodíaco já é algo a se temer. Assim como Dragon Ball é um material que não se presta bem ao realismo, mas ainda assim decidiram fazê-lo, ignorando o fracasso da maioria dos live actions baseados em anime, como o infame Dragonball Evolution. Assim chegamos neste Os Cavaleiros do Zodíaco Saint Seiya: O Começo, uma adaptação que falha em compreender o que torna esse universo e narrativa tão interessantes.

A trama é focada em Seiya (Mackenyu), um jovem que vaga o mundo em busca da irmã que foi separada dele na infância. Ele começa a ser caçado pela misteriosa Vander Guraad (Famke Janssen) e acaba sendo resgatado por Alman Kido (Sean Bean). Kido diz a Seiya que ele está destinado a ser o cavaleiro de Pégaso, principal protetor da deusa Athena que teria reencarnado na filha adotiva de Kido, a jovem Saori (Madison Iseman). As legendas e dublagens em português deixam nomes como Saori e Ikki iguais ao anime e mangá, mas no aúdio original esses nomes são inexplicavelmente ocidentalizados como Sienna (Saori) ou Nero (Ikki), sabe-se lá por que. Eu poderia escrever algumas linhas falando sobre a questão de whitewashing que isso representa, mas, sinceramente, não estou disposto a gastar energia com um filme tão ruim.