sexta-feira, 21 de julho de 2023

Crítica – Transformers: O Despertar das Feras

 

Análise Crítica – Transformers: O Despertar das Feras


Review – Transformers: O Despertar das Feras
O filme solo do Bumblebee (2018) mostrou que a franquia Transformers poderia ficar melhor sem a direção epilética e narrativa inchada dos filmes conduzidos por Michael Bay. Este Transformers: O Despertar das Feras segue a cronologia iniciada em Bumblebee, tentando fornecer um novo começo para a trupe de Optimus Prime depois do pavoroso Transformers: O Último Cavaleiro (2017).

A trama se passa na década de noventa sendo protagonizada por Noah Diaz (Anthony Ramos), um ex-soldado em busca de emprego para ajudar o irmão caçula doente e cujas despesas médicas a mãe não tem como pagar. Noah aceita roubar carros para fazer um dinheiro extra e é aí que ele acidentalmente conhece o transformer Mirage (Pete Davidson), sendo jogado no meio da busca dos Autobots liderados por Optimus Prime (Peter Cullen) pela chave Transwarp, um meio deles retornarem ao planeta Cybertron. O problema é que a chave também é procurada pelos Terrorcons liderados por Scourge (Peter Dinklage), que a desejam para entregá-la ao temível Unicron.

O filme se beneficia de uma duração mais enxuta, que evita que a trama simples se alongue mais do que necessário e também de um número reduzido de personagens humanos, focando apenas em Noah e Elena (Dominique Fishback) evitando o excesso de núcleos de personagem que atrapalhava tanto os filmes dirigidos por Bay. Sim, Noah é um personagem relativamente básico cujo arco é previsível, mas Anthony Ramos ao menos traz a ele algum carisma e evita que ele descambe para uma caricatura irritante e sem graça como outros protagonistas da franquia.

A maior novidade do filme seria a presença dos Maximals, facção de transformers que usam formas animais ao invés de veículos. Esperava que não cometessem o mesmo erro de Transformers: Era da Extinção (2014) quando relegaram os Dinobots a figurantes de luxo, no entanto, o mesmo problema acontece com os Maximals aqui. Eles tem um pouco mais tempo de tela que os Dinobots, é verdade, porém a presença deles acaba sendo de pouca consequência para o esquema geral da trama, já que os principais desdobramentos da narrativa seriam os mesmos sem a presença deles. A narrativa inclusive é bem vaga em estabelecer o lugar dos Maximals na mitologia desse universo, com uma fala vaga da Airrazor (Michelle Yeoh) dizendo que eles são o passado e o futuro do Autobots, algo que provavelmente só quem assistiu Beast Wars (como eu) vai entender.

A ação se beneficia por não ter mais a câmera chacoalhante e montagem epilética dos filmes de Michael Bay. Momentos como a batalha final contam com planos mais longos em que a câmera passeia pela arena de combate em que os diferentes personagens lutam e constroem um senso de coesão a todo o embate. A ação também usa de modo criativo as habilidades dos personagens, como as ilusões de Mirage ou a mobilidade de Arcee, embora mesmo durante as batalhas os Maximals acabem aparecendo pouco. O fato do clímax ser uma batalha contra um exército genérico enquanto um raio é disparado nos céus faz o filme parecer um blockbuster de dez anos atrás quando raios para o céu estavam em tudo quanto é filme de grande orçamento.

Transformers: O Despertar das Feras não chega a ser tão bacana quanto Bumblebee e não aproveita bem os novos personagens que introduz, mas tem boas cenas de ação e um protagonista suficientemente carismático para funcionar como uma diversão despretensiosa.

 

Nota: 6/10


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