A trama é protagonizada por Sebastian (Mario Casas) que vaga por uma Barcelona vazia com a filha tentando sobreviver. As criaturas continuam vagando por espaços abertos, sendo obrigatório cobrir os olhos ao sair na rua. No entanto, proteger a visão não é mais o suficiente, já que os seres podem se fazer ouvir pelas pessoas e emulam as vozes de entes queridos deles. Sebastian chegou a sobreviver um encontro com esses seres, mas agora parece estar sob a influência deles.
Se no primeiro filme a imagem de pessoas vendadas vagando pelo mundo poderia ser entendida como uma metáfora sobre como não enxergamos verdadeiramente os outros ou o mundo a nossa volta, o novo filme adiciona a fé cega como um subtexto e como essa fé pode ser manipulada. Do mesmo modo que o filme anterior, a produção não tem nada a dizer sobre esses temas que já não tenha sido dito antes e melhor.
Incomoda a estrutura de constantes idas e vindas no tempo, com constantes flashbacks que mostram o passado de Sebastian servindo mais para deixar a trama truncada e quebrar o senso de ritmo da trama do que para aumentar a atmosfera de mistério ou o suspense. Também age contra o suspense as tentativas de explicar demais a ação das criaturas e o que elas são. O primeiro filme conseguia um equilíbrio ideal entre estabelecer regras claras, que nos davam indicativos do que temer, e deixar elementos vagos o suficiente para fazer a ameaça ter um quê de imprevisibilidade por não compreendê-las plenamente. Aqui ao tentar explicá-las como seres quânticos ou qualquer coisa que o valha só serve para quebrar a aura de mistério ao redor desses seres.
O filme tem seus bons momentos de
tensão, como a sequência do ônibus logo no início, e uma parcela de mortes
impactantes. Ainda assim, é pouco para manter nosso interesse diante de uma
trama difusa, que demora a chegar em seu conflito principal e que tem tão pouco
a dizer sobre as ideias que apresenta.
Nota: 4/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário