A trama é protagonizada por Stacy (Sunny Sandler) é uma jovem prestes a fazer seu bat mitzvá e quer ter a festa dos sonhos. Ela e a melhor amiga, Lydia (Samantha Lorraine), estão planejando tudo para ser perfeito e Stacey tem esperanças de conquistar o garoto de quem gosta, Andy (Dylan Hoffman), mas as coisas se complicam quando Lydia fica com Andy e as duas amigas rompem.
O filme acerta no modo como apresenta a conduta imatura de suas personagens, mostrando como Stacey, Lydia e outras colegas muitas vezes não sabem lidar com as situações afetivamente complicadas que essa fase de transição coloca diante delas. Ao invés de romantizar a conduta dessas garotas, o texto aceita que elas agem de maneira impetuosa e terminam por se autossabotar, machucando tanto a si mesmas quanto as pessoas ao seu redor.
Nesse sentido Sunny Sandler concebe evocar muito bem a angústia adolescente de uma garota que começa a enfrentar situações complexas que não sabe exatamente como resolver e adota uma postura de petulância infantil que só lhe causa mais problemas. Há uma amizade sincera entre ela e Samantha Lorraine que convence que elas são realmente amigas há muito tempo, tanto nos laços afetivos das personagens quanto no senso de humor.
Em termos de comédia o filme evita a escatologia e preconceitos tipos das produções de Sandler, em alguns momentos o humor até subverte esses preconceitos. Um exemplo é a cena em que Stacy pula num lago e forma uma mancha de sangue menstrual na água. De início parece que será aquele tipo de piada velha sobre como menstruação é algo nojento que deveria ser ridicularizado, mas ao invés disso o roteiro vira a situação contra os garotos que tentam zoar Stacy e faz eles o alvo da piada por seu machismo e ignorância. Do mesmo modo, a trama evita os clichês de rivalidade feminina no triângulo entre Stacy, Andy e Lydia ao fazer de Andy um babaca e construir o arco das duas ao redor do entendimento que um mané como Andy não vale a amizade delas.
Por outro lado, o núcleo dos personagens adultos deixa bastante a desejar. Como em muitos de seus filmes recentes, Sandler parece miserável em cena e sem qualquer vontade de estar ali, como se só estivesse no filme para tentar catapultar a carreira das filhas. Ele não faz funcionar nem os momentos mais cômicos nem as cenas de maior drama e emoção entre Stacy e o pai, Danny (Adam Sandler). Idina Menzel acaba não tendo muito o que fazer como a mãe de Stacy e Sadie Sandler se limita a fazer caras e bocas exageradas como a irmã mais velha de Stacy. Jackie Sandler, esposa de Adam, é bem inexpressiva como a mãe de Lydia, mas Luis Guzman traz um senso de humor caótico como o pai recém divorciado da garota.
Entre os adultos o único destaque é o trabalho Sarah Sherman como a rabina Rebecca, responsável por preparar Stacy para o bat mitzvá. Sherman tem uma presença excêntrica, como alguém faz esforço demais para tentar soar descolado diante de jovens, mas nunca passa do ponto nem permite que Rebecca descambe para a caricatura, sendo capaz também de mostrar facetas mais severas para a personagem quando ela precisa efetivamente ser rígida com os erros de Stacy e outros adolescentes.
O arco de amadurecimento da
protagonista de Você Não Tá Convidada pro
Meu Bat Mitzvá é uma trama de amadurecimento bem comum, mas consegue
funcionar pela sinceridade com a qual analisa a imaturidade de suas
personagens.
Nota: 6/10
Trailer
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