quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Crítica – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante

 

Análise Crítica – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante

Review – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante
Apesar de gostar do universo das Tartarugas Ninja, não estava lá muito interessado na animação As Tartarugas Ninja: Caos Mutante. Provavelmente porque os últimos dois filmes live-action não foram grande coisa e isso esfriou minha vontade de ver qualquer coisa com esses personagens. Felizmente essa nova animação acerta no espírito de aventura e na energia adolescente de seus protagonistas.

A trama reconta a origem de Leonardo, Michelangelo, Donatello, Raphael e o mestre Splinter. Animais comuns transformados em humanoides quando um mutagênico cai nos esgotos. Já adolescentes, as tartarugas querem se integrar no mundo dos humanos, mas Splinter teme que eles sejam tratados como monstros e caçados ou usados como arma. Os quatro irmãos acabam ficando amigos da adolescente April O’Neil e juntos vão investigar a gangue do Superfly, que vem aterrorizando a cidade. Ao longo da investigação descobrem que Superfly é também um mutante que lidera um bando de outros mutantes.

A ideia de usar as tartarugas como metáforas para minorias colocadas à margem da sociedade não é exatamente algo novo, mas o filme executa bem esse anseio dos protagonistas em serem aceitos e viverem como adolescentes comuns ao mesmo tempo em que deixa evidente como o preconceito pode ser violento. Muito do porquê o filme funciona é o carisma dos quatro irmãos e do desejo sincero de pertencimento demonstrado por eles que é também compartilhado por April, aqui retratada como uma adolescente excluída depois de um vexame na escola.

Assim como aconteceu em animações recentes como Através do Aranhaverso (2023) ou Gato de Botas 2 (2022), o filme opta por um visual mais estilizado e cartunesco, distante da busca por realismo de animações da Disney ou Pixar. É uma escolha que se mostra adequada para a bizarrice desse universo e dos vários mutantes que aparecem ao longo da narrativa, como Bebop. Rocksteady, Mondo, Ray e tantos outros. Isso sem mencionar a forma final do vilão, algo que poderia muito bem ter saído da mente de David Cronenberg.

A ação ganha personalidade principalmente pela trilha musical que varia de hip hop ao pop oitentista, além das faixas originais compostas por Trent Reznor e Atticus Ross que misturam essas várias referências em músicas com tanta atitude quanto seus protagonistas. Isso ajuda a situar os quatro protagonistas dentro da cultura urbana de Nova Iorque, ajudando a dar peso a busca deles por pertencimento ao mesmo tempo em que celebra o multiculturalismo da cidade que abriga os personagens.

A trama, por outro lado, não afasta a impressão de ser um prelúdio para uma história que ainda está começando, deixando muitos elementos soltos, como a vilã Cynthia Utrom, que parecem inseridos mais para motivar continuações futuras (como fica evidente pela cena no meio dos créditos), do que por ter algo a acrescentar à narrativa presente.

De todo modo, As Tartarugas Ninja: Caos Mutante entrega uma aventura divertida e cheia de energia graças ao seu visual estilizado, trilha musical cheia de personalidade e entendimento do quarteto de protagonistas.

 

Nota: 7/10


Trailer

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