A trama conta a história de Ogunjimi (Femi Adebayo), um líder tribal que ganhou renome e temor pela região por conta de suas habilidades de guerreiro e exércitos que comanda. Qualquer um que busque vencer uma batalha procura a ajuda do temível Ogunjimi e qualquer guerreiro que busque provar seu valor almeja treinar sob o comando dele. É então que aparece Gbotija (Lateef Adedimeji), um jovem valoroso que tem a habilidade de se comunicar com as árvores e quer se tornar um guerreiro para vingar o pai e a destruição de sua vila. O talento e o caráter de Gbotija despertam atenção do exército de Ogunjimi, mas o líder vê a ascensão do jovem como uma ameaça a seu comando e tenta eliminá-lo ao lhe incumbir de cumprir três tarefas praticamente impossíveis para ser aceito em suas fileiras.
É uma trama bem arquetípica de jornada do herói, com ação, romance e tarefas heroicas, mas que o filme até consegue nos surpreender com algumas reviravoltas perto do final. O início, porém, demora a engrenar e muito. Quase quarenta minutos das duas horas de projeção se passam antes que o filme efetivamente chegue em seu conflito principal. Até chegar lá a trama fica em um longo esforço para estabelecer toda a lógica desse universo, a dinâmica entre os reinos e as habilidades dos exércitos de Ogunjimi. É muita informação sem parar, pulando rapidamente de locais e tempos ao ponto em que nem parece haver uma relação de causa e consequência entre uma cena e outra. Por mais interessante que seja acompanhar o funcionamento dessa cultura e a organização desse povo, é difícil não afastar a sensação de que a trama demora demais a nos colocar diante dos conflitos da jornada de Gbotija.
É inegável, no entanto, o senso de escala da produção, das amplas vilas ao complexo de treinamento de Ogunjimi e as centenas de soldados que treinam no local é visível o esforço da produção em construir um senso de grandiosidade e nos fazer perceber como Ogunjimi vive em opulência. Como o filme preza por cenários reais e uso de grandes quantidades de figurantes, tudo tem um senso tangível de volume ao invés da artificialidade de cenários e multidões digitais.
A ação é competente em mostrar a habilidade e brutalidade dos guerreiros treinados por Ogunjimi e eventualmente por Gbotija, não economizando em sangue ou desmembramentos em batalhas com várias pessoas em cena ao mesmo tempo. O problema é que o sangue digital que jorra durante os combates quebra um pouco a imersão e tem o efeito inverso, fazendo essa brutalidade soar menos real do que deveria.
Jagun Jagun: O Guerreiro tem todos os elementos de um grande épico,
executando bem a jornada de herói que propõe a narrar e construindo um senso de
grandiosidade para o universo iorubá que apresenta, mas é prejudicado por uma
trama que demora a engrenar e que parece se alongar mais do que deveria.
Nota: 6/10
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