A trama acompanha os primeiros anos de Clark Kent em Metropolis, iniciando como estagiário no Planeta Diário ao lado do colega de faculdade Jimmy Olsen e conhecendo a intensa Lois Lane. Clark, Jimmy e Lois logo se tornam amigos e se unem para investigar o aparecimento de criminosos usando uma tecnologia extremamente avançada. Diante da ameaça desses criminosos, Clark decide usar seus poderes para proteger a cidade como Superman, mas isso o torna alvo dos militares.
Para quem tem alguma familiaridade com o personagem muitos desdobramentos e reviravoltas são relativamente previsíveis. É bem óbvio, por exemplo, que o misterioso general investigando as ações do Superman é o general Sam Lane, pai de Lois. Do mesmo modo, os sinais na tecnologia kryptoniana que ataca a Terra claramente indicam a intervenção de Brainiac (ou algo similar) e não de Jor-El como Clark acredita.
Ainda assim, a trama envolve pelo modo como constrói as relações entre os personagens. Há um foco maior na amizade entre Clark, Jimmy e Lois, no trabalho deles como repórteres, do que na ação explosiva. A amizade entre eles, bem como o sentimento de Clark por Lois, se fortalece conforme eles enfrentam diferentes casos juntos e se conectam entre si e com as pessoas da cidade. Isso permite mostrar como Clark é integrado ao nosso mundo, como ele se vê como um de nós e a maneira pela qual é essa proximidade dele com as pessoas comuns que o fazem nutrir um senso de cuidado e proteção pelas pessoas. Não por um senso abstrato de dever ou de propósito superior, mas por ele se conectar conosco em um nível humano, de enxergar o valor da vida e do potencial humano para o bem, nos lembrando como sempre podemos ser melhores.
É daí que vem a força do personagem e a série explora bem isso. Mesmo durante as cenas de ação a prioridade do Superman é manter as pessoas seguras, mesmo colocando a si mesmo sob risco. Ele se vê mais como um protetor do que como um combatente. Não que a ação não seja empolgante ou que ela não mostre o grande poder do herói e como embates com seres poderosos poderiam causar grande destruição, mas o modo como Clark se conduz nesses embates é o de constantemente tentar evitar dano colateral.
A trama acerta em não tentar alongar demais a descoberta por Jimmy e Lois de que Clark é o Superman. Seria o tipo de coisa que poderia fazer os dois personagens, retratados como repórteres argutos, soarem como idiotas se demorasse demais. Ao resolver isso logo, a série permite que a relação entre os três se desenvolva em outras direções ao invés de andar em círculos com os mesmos conflitos.
Como a animação tem uma estética de anime, os visuais de muitos personagens são reinterpretados nessa nova estética, com muitos vilões tendo suas origens atreladas à misteriosa tecnologia kryptoniana que os militares investigam. A maioria deles consegue manter a essência dos personagens ao mesmo que os adequa ao estilo visual, como a Livewire ou o Onda Térmica, mas nem todos funcionam. A ideia do Parasita virar uma espécie de kaiju conforme absorve mais poder certamente faz sentido dentro da sensibilidade anime da série, mas faz ele agir como um personagem completamente diferente.
Do mesmo modo o Exterminador ser um sujeito com uma armadura extremamente tecnológica, quase como um Homem de Ferro do mal, capaz de enfrentar o Superman de igual para igual, soa como algo pouco característico para o personagem, que normalmente usa mais a astúcia, estratégia e habilidades marciais para lidar com seus inimigos. Se a ideia era dar um adversário tecnológico ao Superman porque não usar o Metallo?
No geral, porém, o saldo é
positivo. Minhas Aventuras com o Superman
acerta ao retornar à essência do personagem como símbolo de bondade e
esperança, focando no lado humano do herói e suas relações com os amigos.
Nota: 8/10
Trailer
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