A trama acompanha a família de Paul (Josh Lucas), que vai até o México fiscalizar uma plataforma de petróleo e aproveita para levar a família de férias. Ao chegar na cidade em que a plataforma se localiza, Paul estranha a cidade estar tão deserta e desolada. Ele vai para a plataforma e descobre que não restou quase ninguém lá. Aparentemente a perfuração despertou um megalodonte que dormia no assoalho oceânico e agora a criatura está causando o caos nos mares.
Apesar de ser um filme sobre um tubarão gigante, cerca de 90% do filme se passa dentro da plataforma no que deveria ser o tratamento dos dramas pessoais dos personagens. Digo deveria ser porque não há drama algum, qualquer tensão entre eles já que tudo é aquele conflito familiar preguiçoso comum nesse tipo de produção. Paul é tão babaca com todos ao seu redor que é difícil torcer por ele e torna previsível que no fim ele irá se sacrificar em busca de redenção.
Quando o tubarão finalmente é usado, as cenas são desprovidas de empolgação por conta do número reduzidíssimo de personagens que deixa evidente que os filhos de Paul não irão morrer e também pelos efeitos visuais ruins e montagem excessivamente picotada. O mínimo que se esperava de uma produção como essa era ver um tubarão estraçalhando pessoas, mas nem isso o filme entrega. As ditas habilidades sobrenaturais da criatura ou do lugar, como gerar miragens, são mal exploradas e surgem de acordo com a conveniência do roteiro para tentar criar conflito toda vez que a trama fica estagnada.
Incomoda também a visão colonialista que o filme exibe sobre o México, tratando o lugar como um espaço atrasado, com pessoas com mentalidade primitiva e crédula, transmitindo aquele olhar anacrônico de que lugares fora dos EUA são perigosos. No final a trama até tenta construir algum tipo de mensagem ao comentar sobre o modo que a indústria do petróleo polui a natureza, falando do predatismo ocidental e seu papel na destruição do meio ambiente e das catástrofes climáticas cada vez mais próximas no horizonte, mas é tudo bem superficial e bem tardio.
Entediante, vazio e sem usar sua
criatura durante boa parte da projeção, O
Demônio dos Mares é um dos filmes de tubarão mais inanes dos últimos tempos
Nota: 2/10
Trailer
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