A trama se passa em uma cidade habitada por seres formados por elementos, com uma população de fogo, água, ar ou terra. A família de Faísca migrou para a cidade décadas atrás com o sonho de reconstruir lá suas vidas sem esquecer as tradições de seu povo. Embora Faísca queira ser uma boa filha, ela não tem certeza se quer assumir a loja do pai. Quando ela conhece o elemental da água Gota, eles acabam tendo que juntar esforços para impedir vazamentos de água no bairro do fogo e acabam se apaixonando.
A questão do fogo e água é usada para representar diferenças étnicas, mas a narrativa nunca investe de fato nas nuances das tensões desses conflitos no universo da trama e passa ao largo também de questões de classe que ficam implícitas (o fogo vive no que parecem ser periferias enquanto a água vive em torres luxuosas) sem que elas tenham muito impacto na narrativa. O conflito geracional entre Faísca e o pai acaba sendo melhor desenvolvido, mostrando como filhos de imigrantes tem expectativas e projetos diferentes dos pais, além de uma relação diferente com suas tradições e lugar no qual cresceram.
O filme chama atenção pela criatividade na concepção visual da cidade habitada por esses vários elementos e como eles interagem com o espaço ou uns com os outros, mas o humor acaba se restringindo demais a gags visuais das interações entre os diferentes elementos e depois de um tempo começa a soar repetitivo. O grande acerto, no entanto, é no desenvolvimento do romance entre Faísca e Gota, nos fazendo entender o que cada um enxerga no outro e como eles se sentem transformados a cada interação, convencendo do afeto forte que cresce entre eles.
Assim, Elementos pode não construir de maneira tão consistente suas
metáforas sobre tolerância, mas o romance no centro da trama tem afeto o
suficiente para nos manter investidos.
Nota: 6/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário