A trama gira em torno de Roger (Thiago Martins) um piloto de fórmula truck que perde tudo depois que seu pai e dono de sua equipe morre em um acidente. Para manter a equipe de pé, o piloto aceita a proposta do bicheiro Odilon (Evandro Mesquita) para dirigir caminhões roubados e levar a carga em segurança ao seu destino, colocando o piloto para participar de audaciosos roubos.
O principal problema é como a trama se move tão rápido que não há tempo nenhum para construir as relações entre os personagens. Mal conhecemos a relação complicada entre Roger e o pai e ele já morre em um acidente tão súbito que soa quase cômico. A amizade entre Roger e seu mecânico, Danilo (Raphael Logam) tem um desfecho previsível, já que o mecânico constantemente fala que está fazendo tudo aquilo para sustentar a filha, o que nesse tipo de filme invariavelmente significa que ele irá morrer. De maneira semelhante, a trama não dá tempo para construir a relação paternal entre Roger e a filha de Danilo ou para a rivalidade que se torna romance com a pilota Rainha (Sheron Menezzes).
Alguns personagens não funcionam como deveriam. O bicheiro vivido por Evandro Mesquita soa mais cômico do que ameaçador. O protagonista carece do charme rústico que esse tipo de herói de ação deveria evocar. Já o miliciano vivido por Milhem Cortaz é algo que o ator poderia interpretar até dormindo, sendo basicamente uma repetição de tipos semelhantes que ele já fez antes ainda que funcione para os propósitos do filme.
Ao menos o filme executa bem suas cenas de ação, seja nas corridas de fórmula truck, seja nos arriscados roubos nos quais Roger se envolve. Chama atenção, porém, como as rodovias em que esses assaltos acontecem estejam estranhamente vazias, algo atípico em estradas próximas de grandes centros urbanos como Rio ou São Paulo. Esse estranhamento, no entanto, não tira o mérito de execução dessas perseguições com veículos pesados que o filme apresenta.
Mesmo com boas cenas de
perseguição, Carga Máxima falha em
envolver como deveria graças a uma trama que não dá tempo para seus personagens
se desenvolverem e se apoia excessivamente em clichês.
Nota: 4/10
Trailer
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