A ideia de poder mexer com a mente das pessoas poderia ser um veículo para pensar o funcionamento da psique humana e como projetamos nossa subjetividade no mundo a nossa volta. Poderia ser usado também como uma metáfora para os tempos de desinformação em que vivemos, onde pessoas vivem presas em bolhas de fake news e não conseguem mais se conectar com a realidade. Ao invés disso, os poderes dos personagens são usados apenas para gerar cenas de ação e reviravoltas.
O problema, na verdade, nem é focar na ação. A impressão é que as regras de funcionamento dos poderes são muito frouxas e mudam de acordo com a necessidade da trama, nunca permitindo que o espectador ajuste suas expectativas e criando a impressão de que vale qualquer coisa. A narrativa se move como se tivesse a obrigação de fazer cada reviravolta mais bombástica que a anterior ao ponto em que cada nova informação desfaz o que veio antes até culminar em um clímax que basicamente reproduz o velho clichê de “foi tudo um sonho”, anulando tudo que vimos até então em termos de trama ou de personalidade dos protagonistas ao ponto em que não temos mais nada para nos conectar à narrativa.
A ação até tenta usar criativamente
as habilidades dos personagens, com perseguições em paisagens urbanas que se
movimentam e se dobram, mas não tem nada que já não vimos em produções como A Origem ou os filmes do Doutor
Estranho. Com isso, Hypnotic: Ameaça
Invisível é uma colcha de retalhos inferior à soma de suas partes,
entregando reviravoltas sem impacto e ação genérica, mas ao menos não se alonga
além da conta com concisos noventa minutos de duração.
Nota: 4/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário