terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Crítica – A Batalha de Natal

 

Análise Crítica – A Batalha de Natal

Review – A Batalha de Natal
Dezembro chega e inevitavelmente começam a pipocar filmes natalinos nos streamings e canais a cabo. A Batalha de Natal, produzido pela Prime Video, é o mais novo exemplar de produção feita à toque de caixa para capitalizar no espírito das festas de fim de ano. Sim, eu sei que em pleno 2023 fazer um filme de natal que seja muito diferente ou inovador é complicado considerando o volume de produções desse tipo que inundam os catálogos todo ano, mas, ainda assim, A Batalha de Natal não afasta a sensação de que já vimos tudo isso antes e que o filme funciona como uma espécie de checklist de clichês do gênero sem muita imaginação.

A trama gira em torno Chris (Eddie Murphy), um homem recém desempregado que decide vencer a qualquer custo o concurso de decoração de Natal de seu bairro para conquistar o prêmio em dinheiro da competição. Chris acaba fazendo um pacto com a elfa natalina Pepper (Jillian Bell) para vencer, mas a elfa cobra um custo e se ele não encontrar cinco anéis dourados até a noite de Natal, Chris será transformado em uma decoração natalina.

A trama é basicamente uma mistura de comédias como Férias Frustradas de Natal (1989) ou Um Natal Muito, Muito Louco (2004) com tramas moralizantes e sobrenaturais de Natal ao estilo de Um Conto de Natal, de Charles Dickens. É evidente que ao fim de tudo Chris sairá um homem mudado, que passará a valorizar mais a família do que dinheiro e todos aprenderão valiosas lições de vida e a trama transcorre sem qualquer surpresa.

Não ajuda que muito do humor se limite às expressões de surpresa de Eddie Murphy e Tracee Ellis Ross, que interpreta sua esposa, diante das decorações de Natal ganhando vida por conta da maldição de Pepper. Os poucos momentos de humor realmente divertidos são do trio de bonecos natalinos interpretados por Nick Offerman, Chris Redd e Robin Thede e do âncora jornalístico que cobre a competição no bairro de Chris e se comporta como se estivesse num fundo do poço profissional.

Não só a narrativa é completamente previsível como os obstáculos são superados sem dificuldade e não há qualquer senso de consequência. Quando Chris e a caçula invadem o trabalho de sua esposa na caça de duas aves natalinas que carregam um dos anéis imaginamos que toda a confusão que eles causam na empresa acarretará na esposa perdendo sua promoção ou emprego, mas nada acontece, não há nenhuma repercussão. Assim, nunca sentimos que há algo realmente em jogo para os personagens e o filme se torna um exercício de paciência conforme a trama caminha para o protagonista tendo uma epifania que chega fácil demais e que não soa devidamente merecida, acontecendo mais por uma imposição de roteiro do que um desenvolvimento natural.

 

Nota: 5/10


Trailer


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