terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Crítica – Dragon Ball Super: Super Hero

Análise Crítica – Dragon Ball Super: Super Hero

 

Review – Dragon Ball Super: Super Hero
Depois que Dragon Ball Super: Broly trouxe uma boa releitura de um vilão que não era lá grande coisa quando foi introduzido nos filmes de Dragon Ball Z, confesso que fiquei esperançoso para o filme seguinte de Dragon Ball. As expectativas aumentaram com o anúncio de que Dragon Ball Super: Super Hero seria focado principalmente em Piccolo e Gohan, personagens que há muito foram escanteados para que Goku e Vegeta dominassem tudo. O resultado, no entanto, é uma reprodução pálida da saga de Cell que nunca chega nem perto do impacto da original.

Na trama, Piccolo descobre que a força Red Ribbon está se organizando novamente e criou dois poderosos novos androides, Gamma 1 e Gamma 2. Com Goku, Vegeta e Broly treinando no planeta de Bills e sem conseguir falar com eles, Piccolo tenta persuadir Gohan a se juntar a ele nessa aventura. Como eu disse, toda ideia de Red Ribbon, androides e até uma nova versão de Cell, o gigante Cell Max, remetem de maneira muito direta à saga de Cell e dos androides em Dragon Ball Z, com muitos momentos se repetindo, inclusive Gohan perdendo o controle na batalha contra Cell Max e alcançando um novo nível de poder.

A impressão é que o filme quer construir um apelo a nossa nostalgia, mas tudo que consegue é nos lembrar de histórias melhores com esses personagens. Muita coisa aqui acontece por pura conveniência de roteiro, como o fato de Piccolo conseguir usar Shenlong para pedir mais poder e ganhar uma nova transformação. Claro, isso ajuda a tornar Piccolo relevante em combate mais uma vez, mas não afasta a impressão de uma construção forçada, com esse novo poder jogado de qualquer maneira, ao invés de colocar o personagem para treinar e descobrir novas habilidades.

É também um sintoma de um problema maior, de como a ação em Dragon Ball se tornou refém desse mecanismo de transformações, já que aumentou tanto a escala de poder de seus personagens que o único modo de continuar nivelando as habilidades deles é inventar novas transformações. Assim, ao invés de técnica ou de estudo das vulnerabilidades dos inimigos os combates giram em torno dos lutadores fazendo sempre novas transformações, o que torna tudo um pouco previsível.

Sim, o filme até tem boas cenas de ação como os combates de Piccolo e Gohan contra os androides que mostram a escala de poder e destruição dos personagens se beneficiando do orçamento de um longa animado para construir voos vertiginosos. Não tem nada no nível das lutas de Dragon Ball Super: Broly, mas é competente. Por outro lado, o filme desmorona assim que Cell Max entra em cena. Um monstrengo acéfalo e sem qualquer personalidade que só existe para remeter ao antagonista que tanto testou os heróis em Dragon Ball Z. Como ele não passa de um obstáculo a ser removido do caminho, não há qualquer tensão na luta e a eventual transformação de Gohan em Beast Gohan, emulando sua transformação em SSJ2 contra Cell em DBZ, soa como uma imitação preguiçosa e sem impacto de um momento emblemático do personagem.

O segmento de Goku e Vegeta treinando com Broly e Whis se alonga mais do que deveria e acaba quebrando o ritmo da trama. Como eles estão desconectados do conflito principal, o tempo que passamos com eles não faz muita diferença. Entendo que o filme quis contextualizar o motivo dos dois não ajudarem Piccolo, mas isso poderia ser abreviado para nos situar no que estava acontecendo sem precisar perder tanto tempo com algo que não tem qualquer repercussão na trama.

Apesar de promissor em sua ideia de focar em outros guerreiros que não Goku e Vegeta, Dragon Ball Super: Super Hero esbarra em uma reciclagem preguiçosa de ideias, trama sem ritmo e um clímax que se limita a ser uma imitação pálida de um arco que foi melhor construído em Dragon Ball Z.

 

Nota: 4/10


Trailer

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