sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Drops – Trocados

 

Análise Crítica – Trocados

Review – Trocados
Filmes de trocas de corpos já foram feitos aos montes por Hollywood e até pelo cinema brasileiro. Mãe que troca de corpo com filha, pai com filho, marido com esposa. Muitas combinações já foram explorados e, talvez justamente por isso, Trocados, produção da Netflix resolve simplesmente fazer todas ao mesmo tempo. O resultado é um filme que tenta chamar atenção pelo volume e não necessariamente pela qualidade do humor ou das personagens.

A trama segue a família liderada por Jess (Jennifer Garner) e Bill (Ed Helms). Quando eles discutem com os filhos CC (Emma Myers, a Enid de Wandinha) e Wyatt (Brady Noon) durante um alinhamento planetário, eles acordam com os corpos trocados. Os filhos estão no corpo dos pais e até o bebê trocou de corpo com o cachorro.

É óbvio desde o início que a troca de corpos servirá para que cada membro da família entenda as dores e dificuldades do outro aprendendo grandes lições de vida no processo. Além de uma estrutura previsível, a trama é prejudicada por um roteiro que se apoia em recriar todas as situações que já vimos antes nesse tipo de produção. A filha no corpo da mãe precisa fazer a “grande apresentação” que ira render uma promoção no emprego, o pai no corpo do filho precisa fazer a entrevista para uma faculdade de prestigio que selará seu futuro.

Tudo bem convencional e desprovido de muita imaginação. Mais que isso, nunca há o sentimento que há algo de fato em jogo para essas personagens. Tudo é superado com muita facilidade ou sem muita repercussão. Nunca sentimos que alguém tem verdadeiramente algo a perder. Com isso, o material nunca constrói um senso de drama que nos deixe incertos quanto ao destino dos personagens.

O elenco até consegue dar carisma a seus personagens e convence que estamos diante de adultos no corpo de crianças e vice versa, mas nem mesmo a química entre Garner, Helms, Myers e os demais consegue se elevar acima do material genérico que tem em mãos. A computação gráfica que cria a conduta humana do cachorro e animalizada do bebê é tão bizarra que quebra a imersão e soa mais sinistra do que engraçada.

Trocados mostra que mais não é necessariamente melhor ao expandir o escopo de uma típica trama de troca de corpos em uma série de clichês frígidos que nem mesmo o elenco esforçado consegue salvar.

 

Nota: 5/10


Trailer

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