segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Crítica – Dave The Diver

 

Análise Crítica – Dave The Diver

Review – Dave The Diver
Nunca fui exatamente fã de roguelikes, mas o excelente Hades me fez ter interesse em jogos do tipo. De lá para cá experimentei títulos como 20XX e Rogue Legacy 2 que me mostraram como um exemplar bem feito do gênero pode ser viciante. Dave The Diver me chamou atenção pela sua mistura singular de roguelike e simulador de restaurante.

O jogador controla Dave, um mergulhador profissional que é chamado por amigos para investigar uma estranha fenda oceânica que parece se modificar a cada dia e traz peixes de diferentes partes do mundo. Além de tentar descobrir o mistério do local, Dave também ajuda o chef Bancho com seu restaurante japonês, pegando peixes para que ele faça pratos cada vez mais elaborados e lucrativos.

O loop de gameplay consiste basicamente em mergulhar de dia e gerenciar o restaurante de noite. Nos mergulhos é possível pegar peixes para o restaurante e itens para realizar melhorias nos equipamentos de Dave. Quanto mais fundo se mergulha mais lucrativos os peixes são e mais aprendemos sobre o mistério da fenda, incluindo a descoberta de uma civilização oculta de seres marinhos. Pegar os peixes envolve certa estratégia, já que o arpão de Dave é lento, mas danifica menos a carne dos peixes. Seres mais agressivos, como tubarões e moreias, requerem o uso de armas mais letais, embora estas rendam menos compensas.

A cada novo mergulho encontramos novos esquemas de armas que podem ser fabricadas para uso em novas tentativas, além de alguns upgrades temporários que melhoram as armas ou inserem propriedades elementais. Com o tempo, é possível fazer melhorias permanentes no traje de mergulho de Dave para alcançar profundidades maiores, aumentar o medidor de oxigênio ou sua capacidade de carga que determina o quanto o jogador pode coletar a cada mergulho.

Durante a noite o jogador vai ajudar Bancho no restaurante, definindo o cardápio do dia, gerenciando os funcionários, pesquisando novas receitas ou melhorando pratos existentes para que eles rendam mais dinheiro e satisfação dos clientes, além de ajudar no serviço. É no restaurante que obtemos o grosso do dinheiro que será usado para realizar as melhorias em Dave e em outros elementos que vão surgindo. Ocasionalmente aparecem clientes VIP que fazem exigências bem específicas sobre o que querem comer e atendê-los não só ajuda na progressão da história como também ajuda a obter novos equipamentos ou funcionários para o restaurante.

Essa estrutura pode soar simples, mas nunca enjoa porque o jogo está sempre inserindo novas mecânicas, como um criadouro de peixes que permite coletar ovas para fazer sua própria criação, sem ficar tão dependente da pesca, ou uma fazenda para produzir vegetais para o restaurante. Cada novo elemento traz um conjunto de minigames que é bem divertido e nos mantem investidos em continuar adquirindo recursos para fazer o empreendimento de Dave crescer e ajudar a desvendar o mistério da fenda.

Como em Hades cada nova tentativa avança um pouco da narrativa, então nunca sentimos que nenhuma tentativa foi um esforço perdido. A trama conquista pelo senso de humor excêntrico e pelos elementos inesperados que insere, como uma civilização submarina e outras criaturas bizarras. Muito do humor também vem das cutscenes criadas por uma pixel art bastante carismática. As cenas de Bancho desenvolvendo novos pratos ou servindo VIPs parecem saídas do anime Food Wars já as que envolvem Duff, o especialista responsável pelas armas de Dave, fazem graça com o fato dele ser um nerd fã de anime.

Dizer mais sobre as atividades ou a trama do jogo seria estragar a experiência de descoberta para quem for jogar, mas com uma mistura coesa de roguelike e simulação, personagens carismáticos e gameplay viciante, Dave The Diver é um dos melhores games dos últimos tempos.

 

Nota: 10/10


Trailer

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