quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Drops – Lift: Roubo nas Alturas

 

Análise Crítica– Lift: Roubo nas Alturas

Review – Lift: Roubo nas Alturas
Conforme começo a escrever essas linhas, me pergunto por que diabos resolvi assisti Lift: Roubo nas Alturas. Talvez tivesse sido o tédio de um sábado ocioso. Talvez eu seja um masoquista. A verdade é que tudo nessa produção gritava ser mais um daqueles filmes descartáveis jogados em streaming que parece ter sido feito por um algoritmo e o resultado é exatamente esse, uma coleção de clichês sem personalidade em uma trama que mal se sustenta e ação desinteressante.

Na trama, Cyrus (Kevin Hart) é um infame criminoso internacional cuja gangue é finalmente pega pela Interpol. A agente Abby (Gugu Mbatha-Raw), que teve um caso com Cyrus no passado, dá a ele uma escolha: ou ser preso ou colaborar com a Interpol e ajudar a interceptar um carregamento de ouro que vai para o criminoso internacional Jorgensen (Jean Reno). Para isso precisarão planejar um audacioso roubo a um avião em pleno voo.

O filme começa com um assalto que tem suas doses de adrenalina e humor, em especial por fazer graça com a febre em torno de NFTs, mas assim que entra em sua trama principal o filme perde completamente o fôlego. Em parte porque a trama não tem um segundo ato, com o miolo do filme consistindo de cerca de meia hora de diálogos expositivos em que os personagens explicam tintim por tintim do golpe a ser dado como se o texto não confiasse na inteligência do espectador.

Quando chegamos no golpe propriamente dito, raramente temos qualquer senso de tensão ou de que os personagens estão em risco de fracassarem e sofrerem consequências. O clímax é também prejudicado por uma série de situações implausíveis, que abusam da nossa suspensão de descrença e de uma série de reviravoltas previsíveis. É óbvio, por exemplo, que o aliado de Cyrus que desiste às vésperas do golpe na verdade estava desempenhando outra função no assalto. Eu poderia também mencionar o excesso de chroma-key ruim, mas a verdade é que tudo é tão inane que mesmo se o filme tivesse efeitos visuais do nível de Avatar seria difícil se importar com qualquer coisa.

Kevin Hart é um erro de casting como Cyrus, nunca convencendo do charme, da esperteza e engenhosidade de um golpista veterano que é basicamente uma mistura dos personagens vividos por George Clooney em Onze Homens e um Segredo (2001) e Irresistível Paixão (1998). Hart também não tem nenhuma química com Gugu Mbatha-Raw, seu par romântico. Quem se sobressai é Vincent D’Onofrio (que recentemente retornou como Rei do Crime na série Eco) como um golpista excêntrico especialista em disfarces que é pouco aproveitado pelo filme. Ursula Corberó (a Tóquio de La Casa de Papel) chama a atenção pela piloto audaz que interpreta, mas é igualmente desperdiçada.

No fim das contas Lift: Roubo Nas Alturas é um assalto contra o tempo do espectador.

 

Nota: 2/10


Trailer

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