Todo início de ano chega o momento de fazer um balanço do
ano que passou e pensar nas experiências boas e ruins que tivemos. Com filmes
não é diferente e o início do ano é um bom momento para falarmos dos melhores e
piores filmes que vimos ao longo do ano que passou. Como gosto de dar as más
notícias primeiro, começarei listando os piores filmes. A lista leva em
consideração filmes lançados comercialmente no Brasil (em cinema ou streaming)
no ano de 2023. Então vamos a eles.
Adam Driver enfrentando dinossauros parece uma premissa
divertida, mas o filme erra feio ao construir uma mitologia desnecessariamente
complicada que não faz qualquer diferença, uma trama clichê sobre pais e
filhos, além de cenas de ação que nunca empolgam tornam tudo extremamente
entediante.
Comédia adolescente sobre despertar afetivo e sexual que não
faz mais do que reunir uma série de ideias batidas sem nada a dizer sobre
juventude, sexualidade ou desenvolvimento emocional.
8 – Tempestade
Filme de 2020 que só chegou aqui em 2023 direto em
streaming, Tempestade é um filme
catástrofe que tenta construir uma mensagem de superação, mas esbarra em uma
psicologia rasteira, cheia de platitudes vazias e uma condução bagunçada das
cenas de tensão.
Comédia inane cuja graça se baseia meramente em ofensas e
preconceitos anacrônicos que desperdiça o charme de Pierce Brosnan em uma trama
de roubo em que nunca sentimos que há um risco real
6 – Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seiya O Começo
Em um ano com adaptações supreendentemente competentes de
animes em live action (como One Piece ou Yu Yu Hakusho) essa adaptação de Cavaleiros do Zodíaco mostra como esse tipo de produto tem
potencial para desastre. Com uma trama excessivamente expositiva, personagens
sem seus principais características e lutas sem graça, nada funciona aqui.
Filme sobre um tubarão gigante que devora pessoas no qual
praticamente não vemos pessoas sendo devoradas pelo dito tubarão gigantes. Ao
invés disso somos forçados a acompanhar um monte de personagens entediantes
presos em uma plataforma de petróleo sem nada interessante acontecendo. O filme
ainda sugere que a criatura teria poderes sobrenaturais e torna tudo ainda mais
risível.
4 – Rebel Moon
Produção de Zack Snyder feita para competir com Star Wars,
mas que entrega uma colcha de retalhos narrativa e visual que nunca consegue
ser nada mais do que uma colagem inane de ideias que já foram executadas melhor
dezenas de vezes antes. O problema não é só a trama batida, personagens vazios
e visuais que soam copiados de várias outras produções e sim a empáfia de
Snyder de conduzir tudo com a certeza de que criou algo singular e inovador
quando, na verdade, tudo que fez foi uma sopa requentada com ingredientes
velhos e sabor de algo cuja validade expirou.
Eu meio que estou quebrando minhas próprias regras aqui,
visto que essa é uma minissérie documental da Netflix e não um longa, mas como
são apenas três episódios de trinta minutos, poderia ser tranquilamente um
longa, então coloco aqui para compartilhar meu sofrimento. A produção não
parece ter nenhum interesse real em entender a artista retratada, se limitando
a entrevistar pessoas de seu círculo interno para construir uma trama
laudatória e rasa que ainda por cima lida de maneira bastante irresponsável com
discussões sobre saúde mental.
2 – O Chamado 4: Samara Ressurge
Apesar do título, o filme não é uma continuação dos remakes hollywoodianos do terror japonês
Ringu e sim uma produção japonesa
derivada da mesma franquia. A escolha do título nacional (e o mesmo aconteceu
em toda América Latina aparentemente) parece nada mais que uma estratégia
picareta para atrair pessoas ao cinema achando que irão de fato ver um novo O Chamado. Essa propaganda enganosa por
si só já seria execrável, mas piora pelo fato do filme ser verdadeiramente
muito ruim. Uma bagunça tonal que nunca se decide entre paródia e um terror
sério que não faz rir nem assusta.
1 – Ursinho Pooh: Sangue e Mel
Como a criação infantil de A.A Milne se tornou domínio
público recentemente, era de se esperar que muita gente fizesse filmes baseados
no Ursinho Pooh para tentar capitalizar em cima da popularidade do personagem.
Esse Ursinho Pooh: Sangue e Mel é
exatamente isso, um produto cínico que usa personagens conhecidos para chamar
atenção para um filme que passaria batido por todos de outro modo. Não é nada
mais que um slasher genérico que não
consegue sequer entregar cenas de morte impactantes. O uso de Pooh e seus
amigos não faz qualquer diferença e os visuais toscos das criaturas contrastam
com o tom excessivamente sério e sombrio que a produção tenta criar.
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