sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Crítica – Mestres do Universo: A Revolução

 

Análise Crítica – Mestres do Universo: A Revolução

Review – Mestres do Universo: A Revolução
Depois que Mestres do Universo: Salvando Etérnia me pegou de surpresa com a maturidade com a qual trabalhava seus personagens e trazia transformações significativas para o universo da trama e os protagonistas, estava curioso para ver o que o produtor e roteirista Kevin Smith faria com os ganchos deixados pela série. O resultado é esse Mestres do Universo: A Revolução, que entrega uma aventura mais tradicional do He-Man e passa longe da ousadia da série anterior.

A trama continua do ponto em que a anterior parou. Esqueleto se reconstruiu usando tecnologia e ajuda Hordak e sua horda a invadirem Eternia. Enquanto isso Adam lida com a morte do pai e se divide entre seu papel de herói e a possibilidade de ser Rei. Teela tenta usar seus poderes de feiticeira para recriar Preternia de modo que as almas dos heróis caídos tenham para onde ir.

A impressão é que muito dessa nova série foi pensado em resposta às reações negativas de fãs à série anterior e o quanto ela mexia com o status quo desse universo (o que era seu melhor atributo na minha opinião, afinal bons personagens se transformam com o tempo). Aqui, durante boa parte dos cinco episódios, não temos qualquer tentativa de mexer na fórmula ou na dinâmica entre os personagens, entregando uma aventura mais típica de He-Man contra o Esqueleto sem muito desenvolvimento para os personagens.

Algumas reviravoltas são óbvias, como a real identidade de Keldor, e certos desenvolvimentos, como o passado do Esqueleto, acabam tendo pouca pertinência para a trama. O passado do vilão poderia ser uma ótima maneira de dar a ele mais nuance, de quebrar um pouco o maniqueísmo simples que marca as histórias do He-Man, mas acaba servindo apenas para confirmar que o Esqueleto sempre foi mau e pronto. Só ao final é que temos algum desenvolvimento mais consistente quando Adam decide mudar a forma de governo de Etérnia.

Ainda assim, a série acerta nas interações entre os personagens, inserindo algumas dinâmicas divertidas, como a cooperação entre Gorpo e Gwildor, ou nas frases de efeito e trocadilhos que o He-Man solta durante seus confrontos com o Esqueleto. O texto escrito majoritariamente por Kevin Smith também encontra momentos eficientes de emoção, a exemplo da cena em que Adam invoca o poder de sua nova espada ao lado de Teela, selando o enlace amoroso dos dois e mostrando até onde eles estão dispostos a ir para ajudarem um ao outro.

A série continua acertando na ação, entregando embates que exploram todo o poder de seus personagens, seja na luta de He-Man e seus aliados contra Fulgor no primeiro episódio, seja no brutal embate entre o Esqueleto e Hordak no penúltimo episódio cuja luta começa no palácio real e se estende até o Castelo de Grayskull. São cenas que de fato nos fazem sentir que estamos diante de seres com poder em escala cósmica com capacidade de salvar ou destruir planetas inteiros.

Mestres do Universo: A Revolução carece da ousadia da aventura anterior do He-Man, entregando uma história mais tradicional que só funciona pela ação e pelo carisma dos personagens.

 

Nota: 6/10


Trailer


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