terça-feira, 12 de março de 2024

Crítica – Ricky Stanicky

 

Análise Crítica – Ricky Stanicky

Review – Ricky Stanicky
Quando comecei a assistir Ricky Stanicky senti nele um clima de comédias besteirol dos anos 90 e início dos anos 2000 com tudo de bom e de ruim que isso carrega. A trama conta a história de três amigos de infância que, após uma tentativa de pregar uma peça dar errado, inventam provas de que tudo foi causado por um garoto inexistente chamado Ricky Stanicky. Ao longo de suas vidas, Dean (Zac Efron), JT (Andrew Santino) e Wes (Jermaine Fowler) usam esse amigo imaginário como desculpa para fugir de problemas.

Quando JT perde o parto do filho para ir a um show com os amigos sob o pretexto de irem visitar um Ricky doente, a esposa dele exige conhecer esse amado amigo de infância de quem sempre ouviu falar, mas nunca viu. Sem querer admitir a mentira, o trio contrata Rod (John Cena), um ator alcoólatra e fracassado, para se passar por Ricky durante o bris do filho de JT. O problema é que “Ricky” conquista todos com seu carisma e é convencido a ficar mais tempo pela família e amigos do trio principal, causando uma série de problemas para eles e pondo em risco a mentira de anos.

Pensei que a trama seria algo tipo O Pentelho (1996) com o inconveniente e carente Ricky se tornando o centro das atenções enquanto sabota Dean e seus amigos. O resultado, no entanto, é mais uma comédia de erros, com Ricky sendo um trapalhão que acidentalmente se coloca no meio das situações e sai bem sucedido por pura sorte enquanto JT, Dean e Wes tentam se livrar dele, mas seus planos falham constantemente.

É uma lógica de desenho animado e o filme abraça completamente esse regime de absurdo, sendo mais preocupado em criar situações sem noção, como a cena em que o rabino ingere cetamina acidentalmente ou quando o cachorro de Dean é perseguido por uma pata raivosa em um campo de golfe. John Cena, que já tinha mostrado ser eficiente em interpretar um babaca de bom coração na série do Pacificador, se entrega ao ridículo e dá tudo de si não importa o quão absurda ou patética é a situação, tipo se jogar de uma janela com uma garrafa de vodka na mão fantasiado de Britney Spears. Como Cena acredita em cada gag e cada piada é difícil não embarcar em toda a maluquice que o filme propõe.

Por outro lado, é justamente quando a trama tenta dar um arco mais sério aos personagens é que as coisas não funcionam. A ideia de que Dean mentia por causa dos problemas que teve na infância com os pais é jogada de qualquer jeito em um diálogo expositivo perto do final e parece uma tentativa de último minuto de tentar fazer esses personagens serem qualquer coisa além de crianções imaturos. Toda a epifania de Dean ao final e a mensagem piegas de como eles ajudaram Rod/Ricky a se reerguerem destoa do caos do restante do filme. Ao menos o texto acerta em não tratar a esposa de Dean como uma idiota que acreditou em todas as mentiras óbvias sobre Ricky, fazendo ela virar o jogo em cima do marido, forçando-o a confrontar seu egoísmo e imaturidade, ainda que o conflito dos dois se resolva muito fácil e muito rápido como de praxe nos filmes besteirol de outrora sobre homens imaturos fazendo idiotices.

 

Nota: 5/10


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