A cena inicial da Black Friday tem ecos do O Despertar dos Mortos (1978) do George Romero no modo como constrói um brutal retrato da zumbificação do individuo dentro do capitalismo e como as pessoas são reduzidas a feras irracionais que existem apenas para consumir, não importando a destruição causada. Apesar dos personagens em cena não serem de fato zumbis e sim pessoas normais, eles se comportam como feras enfurecidas, com uma brutalidade que remete a vídeos do mundo real de liquidações que terminaram em tragédia.
De início parece que essa ideia do consumismo e da zumbificação da população pelo capitalismo será o tema central, mas depois que temos o salto temporal a produção se torna um slasher mais típico, com um assassino violento perseguindo um grupo de pessoas sem muito espaço para subtexto, com sua vingança remetendo a produções do gênero tipo Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997). Apesar de ser algo preso às convenções desse tipo de filme, inclusive com reviravoltas previsíveis envolvendo o assassino, o que sustenta o filme é o manejo da tensão e a sanguinolência das mortes.
O diretor Eli Roth se tornou famoso pela sanguinolência de seus filmes e aqui não é diferente, com mortes que variam entre o brutal e o exagerado, chocando pelos extremos e pela maneira explícita como essa violência é mostrada, a exemplo da cena em que ele gruda o rosto de uma personagem na porta de uma câmara frigorífica e depois vemos a mulher tentar remover o rosto enquanto sua pele rasga lentamente. Há um senso de que ninguém está seguro e qualquer um pode morrer que ajuda também na construção da tensão, já que não temos de cara um sobrevivente óbvio.
Assim, Feriado
Sangrento pode ser bem típico no modo como lida com as convenções do slasher, mas sua condução do gore e da
sanguinolência não deixam de impactar.
Nota: 7/10
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