A trama se passa na década de 60 e é protagonizada por Bob Cabana (Jerry Seinfeld), executivo da Kellogg que descobre que a empresa rival, Post, está desenvolvendo um novo produto de café da manhã que mistura biscoito e geleia, dispensando leite e cozimento, podendo ser esquentado em uma torradeira. Para superar a concorrência Cabana chama a genial, mas geniosa, Stan (Melissa McCarthy), que tenta criar a própria versão desse biscoito antes que a Post o faça.
Tudo se constrói em um regime de absurdo, com as empresas de cereal funcionando como se fossem diferentes famílias mafiosas, fornecedores de açúcar se comportam como narcotraficantes e leiteiros são um violento sindicato que ataca Cabana por tentar tirar o leite do café da manhã. A questão é todo esse absurdo nunca chega a ser tão engraçado quanto se esperaria que fosse, tampouco é usado para fazer algum tipo de sátira mais contundente sobre a construção dessas histórias de sucesso que o capitalismo corporativo adora contar.
Claro, aqui e ali a produção diverte pelo absurdo e pelo nonsense como o enterro em que mascotes de cereal cantam Ave Maria enquanto despejam leite e sucrilhos em cima do caixão descido na cova ou no primeiro teste do Pop Tart que termina em uma absurda explosão. Apesar de algumas instâncias divertidas, a impressão é que falta energia e caos a toda a farsa que Seinfeld tenta criar e por mais que ele reúna um enorme elenco de ótimos comediantes, muitos deles não tem espaço para mostrarem a que vieram.
Algumas decisões de casting são inspiradas, como escalar Bill Burr como o presidente JFK ou Hugh Grant como um pedante ator de teatro que interpreta o tigre Tony, mascote dos sucrilhos, além da caricatura hilária que Bobby Moynahan entrega como o Chef Boyardee. Por outro lado, membros do elenco como Jim Gaffigan como o presidente da Kellogg ou Peter Dinklage como líder dos leiteiros acabam não tendo o devido espaço para fazerem muita coisa. Isso sem falar de alguns personagens, como a vilã interpretada por Amy Schumer, que não funcionam como deveriam. Falta exagero a Schumer, cuja personagem pede alguém capaz de devorar o cenário no júbilo maligno que ela sente em suas maldades e, ainda assim, a comediante sempre parece estar um tom abaixo do absurdo que lhe é requisitado.
Assim, embora ofereça algumas cenas divertidas A Batalha do Biscoito Pop-Tart é
inconsistente demais para funcionar como a comédia farsesca que se propõe a
ser.
Nota: 5/10
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