quarta-feira, 29 de maio de 2024

Crítica – Godzilla e Kong: O Novo Império

Análise Crítica – Godzilla e Kong: O Novo Império


Review – Godzilla e Kong: O Novo Império
O primeiro Godzilla vs Kong (2021) entregava empolgantes luta entre monstros, mas caía nos mesmos erros de sempre do “Monsterverso”, em especial no excesso de personagens desinteressantes e superficiais. Este Godzilla e Kong: O Novo Império evita o número excessivo de núcleos de personagens dos filmes anterior, embora ainda assim não consiga fazer nada de muito envolvente com os que restam.

Na trama, Kong vive aparentemente em paz na terra oca, até descobrir uma nova ameaça na forma de Skar, um símio gigante que controla o titã gélido Shimo e lidera um exército de outras criaturas. Skar tinha sido banido para as profundezas da terra oca, mas agora que escapou Kong talvez não seja o suficiente para lidar sozinho com a ameaça e precise de Godzilla.

Perceberam que em momento algum do parágrafo anterior eu citei os personagens humanos? Pois é, apesar do pequeno número dessa vez, a narrativa os torna completamente inconsequentes para tudo que acontece. A cientista Ilene (Rebecca Hall) e o veterinário Trapper (Dan Stevens) servem mais como veículos de exposição da trama do que sujeitos com algum arco dramático. Incomoda também como esse universo incorporou completamente a “lógica Marvel” de ter todo mundo fazendo piadinhas e caretas o tempo todo, resultando menos em humor e mais em algo irritante.

O pior deles é o podcaster interpretado por Bryan Tyree Henry, que soa completamente miserável a cada piada ruim ou grito histriônico que tenta fazer ao interpretar um personagem que parece algo escrito para o Anthony Anderson no início dos anos 2000. Dan Stevens se sai melhor como seu cientista hiponga, mas não o bastante para evitar que o excesso de piadinhas soe artificial. A dinâmica entre Ilene e a garota Jia (Kaylee Hottle) só funciona minimamente pela emoção que Rebecca Hall traz a sua personagem, já que o roteiro raramente dá espaço para qualquer desenvolvimento consistente desse laço afetivo.

As lutas de monstros, porém, são o ponto alto do filme pelo senso de escala e criatividade maluca de certos embates. Nesses momentos a produção abraça um espírito farofa de puro caos conforme põe Kong para usar um filhote símio como clava para bater em outros gorilas ou o embate em gravidade zero durante o clímax. Ainda assim, todo o poder e destruição desses seres raramente traz um senso de urgência já que os personagens humanos nunca estão implicados nessa luta. Mesmo em meio à destruição generalizada no Rio de Janeiro durante o confronto final não temos um rosto sequer que nos situe no que seria para as pessoas em meio a tudo aquilo presenciar um confronto tão destrutivo, diferente, por exemplo, do que fez a produção japonesa Godzilla Minus One (2023).

Então apesar de ser competente na diversão caótica dos embates entre monstros Godzilla e Kong: O Novo Império nunca nos dá uma razão para nos importarmos como toda a destruição que nos apresenta.

 

Nota: 5/10


Trailer

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