É aquela típica narrativa de vingança, com uma protagonista que é um exército de uma pessoa só derrubando os líderes de uma cidade corrupta sem nada de muito novo. Se ao menos os personagens fossem interessantes poderíamos ficar minimamente investidos, mas isso não acontece. Parker é definida basicamente por suas habilidades e devoção ao pai, o senador Swann (Anthony Michael Hall) é uma caricatura de político conservador tão excessiva que sequer se presta a algum paralelo com a realidade.
É visível a tentativa da narrativa em construir algum tipo de comentário político ao criar esse cenário de uma pequena cidade de maioria latina e indígena oprimida por um político branco de retórica anti-minorias que usa a criminalidade para manter essa população sob constante estado de medo. A questão é que o filme não tem muito a dizer sobre isso e a tentativa de reflexão política não vai a lugar algum.
A produção exibe cenas de ação bem feitas, que prezam por planos mais abertos e com poucos cortes, permitindo que vejamos os personagens efetivamente lutando como a cena em que Parker enfrenta um grupo de ladrões em uma loja improvisando armas com os itens que encontra nas prateleiras. A despeito da ação ser relativamente competente, os personagens vazios e a trama desprovida de senso de urgência ou de perigo rapidamente me fizeram perder o interesse e lá pela metade eu já não me importava com nada ou ninguém em cena.
Eu seu que o arquétipo de Parker, o exército de uma pessoa só, é feito para funcionar como uma fantasia de poder, mas ele precisa de um antagonista que ao menos represente algum grau de ameaça e isso não acontece aqui. Nunca temos a sensação de que ela ou as pessoas da cidade correm algum perigo real. Os vilões, inclusive, subestimam a protagonista de uma maneira que sequer faz sentido, visto que eles já a conhecem, eles sabem que ela é uma militar experiente e que um senador deveria ser capaz de acessar o histórico militar dela para conhecer com detalhes quem estão enfrentando e quais suas habilidades para se preparar para enfrentá-la.
Assim, muito da facilidade com a qual Parker derrota seus adversários vem menos de sua engenhosidade e mais pelo fato deles tomarem as decisões mais burras a cada momento, como se quisessem perder. A inexpressividade de Jessica Alba também não ajuda a construirmos qualquer conexão com a protagonista.
Com uma trama previsível e personagens genéricos, mesmo a
ação competente de Alerta de Risco não
é o bastante para evitar que o filme se perca em uma série de clichês entediantes.
Nota: 4/10
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