Gru (Leandro Hassum) se vê ameaçado pelo antigo inimigo Maxime Le Mal, que fugiu da prisão e jura se vingar de Gru e de sua família. Agora ele, a esposa, Lucy (Maria Clara Gueiros), e as filhas se mudam para uma pequena cidade, recebendo novas identidades. Ao mesmo tempo, os minions são levados para o QG da Liga Antivilões para serem treinados como agentes, o que logicamente dá muito errado e gera muitas confusões.
A impressão é que temos dois filmes distintos aqui, já que a subtrama dos minions na Liga, ganhando super poderes e tudo mais, é completamente desconectada do restante da narrativa, só encontrando Gru e os demais nos últimos minutos para facilmente derrotarem o vilão. É como se a Illumination visse que as ideias para um quarto filme do Gru não tivessem estofo suficiente para render um filme e jogaram no meio um rascunho para um terceiro filme solo dos minions. Sim, as cenas com os Mega Minions tentando salvar a cidade e falhando miseravelmente (com direito a uma piada com a cena do trem de Homem-Aranha 2) são divertidas, mas poderiam ficar na sala de edição sem muito prejuízo.
A questão de Gru e a família viverem sob novas identidades nunca vai a lugar algum também, se restringindo a um humor de constrangimento conforme Gru tenta ficar amigo do novo vizinho e uma cena previsível em que Lucy vai trabalhar em um salão de beleza mesmo sem ter nenhuma experiência (porque a Liga não criou uma identidade que se relacionasse com as habilidades dela?) e dá tudo errado. Esse é um dos problemas de boa parte do humor, é tão previsível e conseguimos antever as gags com tanta antecedência que quando acontece é difícil esboçar um sorriso.
Outro problema é que muitas piadas parecem se apoiar meramente em referências a cultura pop, como se simplesmente reconhecer uma citação fosse suficiente para algo ter graça. É isso que acontece, por exemplo, na cena do supermercado em que Lucy é perseguida por uma cliente cujo penteado destruiu e a dondoca começa a correr atrás dela sob uma música muito parecida com a de Exterminador do Futuro e, bem, é isso. A cena não tem nada em termos de uma sátira específica desses filmes, apenas constrói imagens parecidas e acha que isso é o bastante para nos fazer rir. O ocorrido, por sinal, não tem qualquer repercussão na trama e a tal cliente ou a destruição que Lucy causou no salão de beleza não fazem nenhuma diferença.
É diferente, por exemplo, do flashback em que vemos Gru imitar Boy George em um show de talentos da escola cantando Karma Chameleon. A graça não vem simplesmente de reconhecermos uma referência à canção pop da década de oitenta, mas em ver o habitualmente mau humorado Gru reproduzindo as roupas e maneirismos excêntricos de Boy George, invertendo as expectativas que temos a respeito do personagem. A questão é que boa parte das gags não tem essa construção, se limitando a mencionar algo conhecido e pronto.
Sim, aqui e ali temos momentos divertidos (a maioria por
conta dos minions) e o filme provavelmente deve ser capaz de manter crianças
entretidas nos seus cerca de noventa minutos de duração, mas o resto do público
não vai encontrar nada de muito interessante ou engraçado. Meu Malvado Favorito 4 mais uma vez dá a impressão que esses filmes
não tem mais para onde ir criativamente e que tudo é feito a toque de caixa só
para tentar espremer alguma bilheteria do público cativo. Só espero que a
Illumination saiba que já está passando da hora de parar antes que vire algo
intragável como aconteceu com o quinto A
Era do Gelo.
Nota: 5/10
Trailer
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