A trama é protagonizada por Zara (Joey King) que trabalha como assistente pessoal do astro de cinema Chris (Zac Efron), aturando sua personalidade ególatra pela promessa de se tornar produtora em seus filmes. As coisas se complicam quando Chris conhece Brooke, Nicole Kidman, a mãe de Zara, e se apaixona pela escritora.
Joey King e Zac Efron inicialmente estabelecem uma química divertida na constante troca de farpas entre os dois personagens. Efron já tinha se mostrando eficiente interpretando babacas vaidosos e meio burros em comédias como Vizinhos (2014) e Baywatch (2017) e volta a divertir com seu astro canastrão autocentrado. O ator ainda consegue mostrar uma vulnerabilidade inesperada em Chris conforme ele se aproxima de Brooke. Kidman também tem cenas divertidas ao lado de Kathy Bates, que interpreta a mãe de sua personagem.
A trama constrói motivos compreensíveis para que esses personagens se interessem um pelo outro, nos fazendo entender o que os move, além de uma conexão sincera entre Kidman e Efron (eles já trabalharam juntos em Obsessão). O problema é que conforme a narrativa progride ela vai deixando a comédia rasgada de lado e vai tentando ser um estudo de personagem mais sério analisando seus três protagonistas e aí a coisa começa a desandar.
Se até então o filme caminhava de maneira previsível, mas carismática em seu senso de humor, a tentativa de levar as coisas mais a sério não funciona. Por mais que o texto se esforce para dar motivações compreensíveis a Zara para se opor com tanta firmeza ao relacionamento da mãe, explorando a insegurança da garota ao viver à sombra da mãe brilhante, ainda assim a reação dela soa exagerada e desproporcional. Na verdade, Zara passa a se comportar mais como uma pirralha imatura que se acha o centro das atenções, negligenciando os sentimentos da mãe e da melhor amiga, do que alguém movida por uma série de incertezas e inseguranças quanto à vida pessoal e carreira.
A impressão é que todo o conflito entre Zara e Brooke poderia ser resolvido com alguns minutos de conversa entre elas, mas o filme não faz isso porque caso contrário não haveria qualquer drama ou obstáculo na trajetória desses personagens. Ao invés de tentar construir conflitos convincentes o texto tenta forçar um ao ponto em que deixa de soar crível, evidenciando o quanto não há nada em jogo para esses personagens, resolvendo tudo de maneira tão fácil e rápida no final que não soa devidamente merecido, enfraquecendo qualquer impacto da catarse que tenta oferecer.
O trio principal até tenta oferecer comédia e emoção para Tudo em Família, mas o texto superficial
e desprovido de qualquer situação interessante torna a experiência vazia e sem
personalidade.
Nota: 4/10
Trailer
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