sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Crítica – Jackpot: Loteria Mortal!

 

Análise Crítica – Jackpot: Loteria Mortal!

Review – Jackpot: Loteria Mortal!
Dirigido por Paul Feig, Jackpot: Loteria Mortal! se passa em um futuro próximo no qual o estado da Califórnia criou uma loteria na qual qualquer um pode tomar o prêmio do vencedor desde que consiga matá-lo até o fim do dia. Katie (Awkwafina) chega recentemente a Los Angeles para tentar a sorte como atriz, acidentalmente ela se cadastra na loteria e acaba vencendo, ficando na mira de todas as pessoas da cidade. O guarda-costas Noel (John Cena) aparece oferecendo proteção em troca de um percentual do prêmio e assim eles se tornam aliados relutantes.

Universo disperso

Meu principal problema com o filme é o quanto toda a construção do universo da trama e da motivação de alguns personagens não soa crível. É difícil crer que Katie nunca tinha ouvido falar da loteria mortal da Califórnia só por morar em outro estado e não ter costume de ver noticiários. É de se imaginar que a criação de algo tão brutal seria alvo de discussões no país inteiro e que ela ouviria discussões sobre isso nas ruas, protestos e outros discursos ao longo dos anos.

Do mesmo modo a motivação do vilão interpretado por Simu Liu (que já tinha trabalhado com Awkwafina em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis) não faz o menor sentido. Se o plano dele é matar os clientes sob sua proteção fazendo parecer um acidente para ganhar o prêmio isso não prejudicaria a reputação de sua empresa de segurança já que os clientes estão sempre morrendo? A longo prazo não parece um modelo de negócios inteligente e parece bem óbvio que as pessoas iriam desconfiar dele com o tempo. São problemas que tornam difícil embarcar na narrativa, já que nunca acredito plenamente no que está sendo encenado diante de mim e isso faz deixar de me importar com os personagens.

Dupla pouco explosiva

Awkwafina e John Cena tem momentos divertidos por conta da oposição entre o otimismo de Noel e o cinismo de Katie, mas são prejudicados por um texto que recorre demais a gags físicas óbvias como chutes na virilha constantes ou gritos histéricos e coadjuvantes sem graça como o longo segmento envolvendo o rapper Machine Gun Kelly interpretando a si mesmo sem qualquer senso de timing cômico.

Considerando que toda a premissa do filme constrói a loteria como um evento brutal a ação sofre pela ausência de uma violência mais explícita e que não faz sentido considerando que é um filme produzido para streaming e, portanto, não precisaria se preocupar tanto com classificação indicativa limitando o público. A ação também é prejudicada por uma montagem excessivamente picotada e escolhas de encenação que tornam bem óbvio quando um dos atores é substituído por dublês ao inserir planos bem abertos que não permitem ver a pessoa, filmando de costas ou cortando a cabeça do enquadramento. São truques tão primários que quebram a ilusão de que aqueles atores estão de fato enfrentando todas aquelas ameaças.

Apesar dos esforços da dupla principal, Jackpot: Loteria Mortal! entrega uma comédia de ação sem graça e sem empolgação por conta de um texto frouxo e ação pouco envolvente.

 

Nota: 4/10


Trailer

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