segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Crítica – Longlegs: Vínculo Mortal

 

Análise Crítica – Longlegs: Vínculo Mortal

Review – Longlegs: Vínculo Mortal
Dirigido por Osgood Perkins, filho do ator Anthony Perkins (famoso pelo Norman Bates de Psicose), este Longlegs: Vínculo Mortal mistura um thriller de serial killer com horror sobrenatural. Nem sempre a mistura transita de maneira fluida entre os gêneros, mas a condução de Perkins é eficiente em criar uma atmosfera de constante tensão.

Instinto sombrio

A narrativa é centrada em Lee Harker (Maika Monroe, de Corrente do Mal) uma jovem agente do FBI que tem um instinto afiado para encontrar criminosos. Ela acaba incumbida pelo seu superior, Carter (Blair Underwood), de investigar os assassinatos cometidos pelo misterioso Longlegs (Nicolas Cage). Ao longo de anos, o assassino matou cerca de dez famílias inteiras, sempre deixando uma carta cifrada no local do crime, mas nenhuma evidência física de sua participação nos crimes, que são considerados assassinatos seguidos de suicídio e as provas apontam para os pais de cada família cometendo os crimes.

Há um senso constante de que Lee está sendo vigiada e que forças sombrias circulam a personagem. O filme desenvolve isso ao filmá-la por frestas de corredores, em meio a estantes ou em planos abertos com a câmera situada fora de sua janela dando a impressão de que estamos no ponto de vista de alguém à espreita. O temor também vem das imagens macabras, como sombras estranhas que pairam sobre Lee ou imagens bizarras que surgem como fruto da intuição da agente.

Loucura intensa

Muito da tensão vem da performance perturbadora de Nicolas Cage como o assassino. Usando uma pesada maquiagem que o transforma em um albino de feições estranhas, Cage é imprevisível em cena, variando entre uma calma insana e uma intensidade demoníaca, nos deixando incertos se Longlegs é apenas um homem perturbado ou se existe algo de sobrenatural no solitário fabricante de bonecas, principalmente no modo como todos que cruzam seu caminho parecem completamente devotados a ele.

Isso é evidenciado na cena em que Lee interroga a única sobrevivente dos ataques do assassino. Interpretada por Kiernan Shipka (de O Mundo Sombrio de Sabrina), a garota parece menos uma vítima traumatizada e mais uma seguidora obediente, totalmente sob controle do assassino, falando calmamente sobre como ela pularia da janela ou mataria Lee com um simples comando de Longlegs. Na verdade, toda a narrativa é habitada por personagens perturbados e instáveis, que parecem sempre à beira da loucura, como a mãe de Lee, Ruth (Alicia Witt), cuja protagonista parece ativamente evitar e que sempre menciona a necessidade de se proteger de forças sombrias.

Essa incerteza quanto à natureza do assassino alimenta muito do suspense, mas as coisas perdem forças no terço final quando a trama finca os dois pés no terreno do sobrenatural e usa isso para explicar todas as ações do assassino. Como o elemento do sobrenatural até então vinha sendo apenas insinuado, usado como motivação ou pano de fundo para suas ações, o filme nunca estabelece regras muito claras de como esses elementos funcionam de fato, fazendo tudo soar frouxo e, com isso, tirando muito do impacto do clímax.

Assim, a despeito de uma performance perturbadora de Nicolas Cage e de um constante clima de tensão, Longlegs: Vínculo Mortal dilui sua força ao não transitar de maneira fluida entre o thriller psicológico e o horror sobrenatural.

 

Nota: 6/10


Trailer

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