Apocalipse? Now?
A temporada continua no ponto em que a anterior parou, com os Hargreeves indo parar em uma nova linha do tempo em que eles não tem super poderes. Anos se passam e eles se resignam a viver como pessoas comuns até que Cinco (Aidan Gallagher), que agora trabalha para a CIA, descobre uma nova ameaça nos Guardiões. Liderados pelos excêntricos Gene (Nick Offerman) e Jean (Megan Mulally, esposa de Offerman na vida real), o grupo reúne pessoas com memórias das outras linhas temporais criadas pelas ações dos Hargreeves e que se ressentem pela vida que levam na realidade atual, tentando reverter a situação ao organizar um evento cataclísmico que ira destruir a linha do tempo. Sim, mais uma vez os irmãos precisam correr contra o tempo para impedir um iminente fim do mundo, que original.
Não há humor autoconsciente que consiga contornar o fato de que a essa altura já estamos cansados de ver os Hargreeves impedindo a destruição de um universo e esse último ano sequer parece se esforçar para nos oferecer nada de novo. Na verdade, considerando o número reduzido de episódios em relação aos das temporadas o que faz tudo parecer apressado, sem a devida construção das motivações ou repercussões para as ações dos personagens.
Gente Como a Gente
Temporadas anteriores exploraram o peso que esses personagens sentem por lidarem com suas habilidades especiais e a pressão que sempre receberam desde crianças de Sir Reginald (Colm Feore) para serem super-heróis, então a noção de viverem em um mundo sem poderes finalmente permitiria a eles explorarem uma vida comum. Essa talvez seja o principal acréscimo que a série faz aos personagens, fazendo muitos deles perceberem como seus poderes definiam quem eram. Luther (Tom Hopper), por exemplo, vive à deriva no que restou da mansão e sobrevive dançando como stripper. Diego (David Castellañeda) e Lila (Ritu Arya) vivem como uma típica família suburbana, mas parecem estar à beira de morrerem de tédio.
A questão é que uma vez estabelecida a ameaça, a narrativa rapidamente encontra um meio de devolver os poderes aos personagens e voltamos às mesmas dinâmicas de antes de atritos constantes entre a família conforme eles tentam encontrar um meio de impedir um novo fim do mundo. Nenhum desses desenvolvimentos tem realmente nada de interessante a acrescentar aos personagens, ainda que a série continue acertando na criação de figuras excêntricas, como os vilões Gene e Jean, e cenas de ação divertidas a exemplo da luta de Luther e Diego contra agentes da CIA.
Isso,
porém, é muito pouco para comportar o senso de repetição e vazio que predomina
durante a temporada, principalmente quando a decisão final dos protagonistas é
tão apressada que não alcança o impacto que deveria, fazendo todo o desfecho
soar inane. É uma pena que uma série que começou tão bem encerre de um modo tão
sem graça, os Hargreeves mereciam uma despedida melhor.
Nota:
4/10
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