Drops – Esquema de Risco: Operação Fortune

 

Sinto que toda vez que eu pisco sai mais um filme de ação estrelado pelo Jason Statham e a essa altura a maioria deles é muito similar entre si para despertar meu interesse. O que me atraiu para este Esquema de Risco: Operação Fortune foi a inesperada parceria entre Statham e Aubrey Plaza, já que o senso de humor excêntrico que a atriz costuma carregar em todos os seus projetos não é algo que você imagina junto das fitas de ação estreladas pelo ator inglês.

A trama traz Statham como o mercenário Orson, contratado pela inteligência britânica para recuperar um HD roubado na Ucrânia que traz em si um avançado sistema de armas. Com a ajuda da hacker Sarah (Aubrey Plaza) eles descobrem que o drive está em posse do traficante de armas Greg (Hugh Grant), que planeja vendê-lo. Como não é qualquer um que se aproxima dele, Orson decide usar o astro do cinema Danny (Josh Hartnett), de quem Greg é fã, para se infiltrar no círculo social do criminoso.

É uma premissa idiota, de usar um ator em uma arriscada experiência de espionagem, mas o filme evita levar mais a sério do que deveria. Na verdade, os momentos mais divertidos são os que envolvem um histriônico Hartnett interpretando esse ator egocêntrico enfiado em uma situação na qual ele não tem nenhuma capacidade de lidar. Hartnett e o senso de humor bizarro de Aubrey Plaza, cujos diálogos são repletos de momentos visíveis de improviso, são as únicas coisas minimamente divertidas.

Todo o resto é excessivamente burocrático, desprovido de qualquer tensão ou urgência. Mesmo as cenas envolvendo Danny infiltrado não tem qualquer senso de perigo ou de que esses personagens podem ser descobertos e mortos a qualquer momento. Sem a impressão de que há qualquer risco para os personagens, é difícil se importar com qualquer coisa que acontece em cena.

Mesmo a ação, ainda que bem coreografada, não tem nada que empolgue ou chame a atenção, filmada de modo tão burocrático quanto o resto do filme. Se eu não soubesse de antemão que se trata de uma produção do Guy Richie eu não deduziria isso assistindo o filme, já que ele está longe do estilo peculiar e enérgico do realizador britânico, mais parecendo o trabalho de um operário padrão da indústria, assim como o fraco O Pacto (2023). Sim, o filme traz um plantel de personagens excêntricos, como é típico dos filmes de Richie, mas não faz nada digno de nota com eles.

Esquema de Risco: Operação Fortune é um filme tão quadrado que nem mesmo o humor bizarro de Aubrey Plaza consegue trazer algo minimamente interessante a ele.

 

Nota: 4/10

Trailer