quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Drops – O Reencontro da Turma

 

Análise – O Reencontro da Turma

Review – O Reencontro da Turma
Depois de assistir O Reencontro da Turma pensei seriamente se eu escreveria algo respeito. É uma produção tão inane, tão desprovida de qualquer qualidade minimamente memorável que pensei que seria difícil fazer render um texto sobre ele, mesmo nas pílulas críticas da coluna Drops. Ainda assim, resolvi tentar como um desafio (ou penitência, sei lá) auto imposto para ver o que consigo extrair.

E então sobraram...vários

Na trama, Ray (Lil Rel Howery) e seu amigo policial Evan (Billy Magnussen) vão para uma festa de reencontro da turma do ensino médio na casa do colega rico Mathew (Chace Crawford, o Profundo de The Boys). Lá eles reencontram antigas paixões de adolescência, como Jasmine (Jamie Chung) e Amanda (Nina Dobrev), e desafetos, como Vivian (Jillian Bell). Depois de muitas confusões a festa acaba, mas Ray e alguns outros dormem na casa por conta de uma nevasca. Na manhã seguinte eles descobrem que Mathew foi assassinado e como estão ilhados na mansão por conta da nevasca o assassino só pode ser um deles.

É uma premissa típica de histórias da Agatha Christie: um grupo de pessoas de personalidades conflitantes se vê isolado em uma localidade remota e precisa encontrar o assassino entre eles. Mesmo sendo uma trama manjada, nada impediria o filme de fazer algo interessante com ela, seja na construção desses elementos típicos, seja na subversão deles, principalmente por se tratar de uma comédia.

Nada disso, no entanto, acontece. A impressão é que alguém abriu o Chat GPT e pediu para ele escrever um roteiro no estilo dos country house murders de Christie. O resultado é uma produção que segue sem nenhuma imaginação tudo que reconhecemos nessa trama, mas sem nada que solicite nosso engajamento. Os personagens são unidimensionais ao ponto de serem entediantes. O humor recorre a piadas físicas previsíveis e mesmo a ideias deles serem forçados a confrontar seus ressentimentos de juventude não é aproveitada. O ótimo Morte Morte Morte (2022) fez um trabalho bem melhor de misturar suspense e comédia, usando um assassinato para trazer à tona as mágoas que as personagens guardavam em relação às outras.

A produção entedia também pela falta de qualquer senso de perigo ou urgência, já que nunca estabelece um risco que soe crível para os personagens. Como não há perigo, não sentimos que há uma urgência em resolver o crime ou que essa resolução (ou falta dela) fará diferença para a maioria dos personagens. Há tão pouco em jogo que fica difícil se importar.

 

Nota: 2/10


Trailer

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