segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Crítica – Força Bruta: Sem Saída

 

Análise Crítica – Força Bruta: Sem Saída

Review – Força Bruta: Sem Saída
Quando escrevi sobre a produção coreana Força Bruta (2022) mencionei como o filme trazia uma trama bem básica, mas se sustentava pelas cenas de ação. Este Força Bruta: Sem Saída segue na mesma toada, entregando uma narrativa similar ao que já vimos um monte de outras vezes e se elevando pela condução da ação.

Crimes banais

A trama acompanha o detetive Ma Seok-Do (Don Lee) que precisa investigar assassinatos conectados à chegada de uma poderosa nova droga nas ruas da Coreia do Sul. A investigação o leva a uma disputa por território entre gangues locais, membros da yakuza japonesa e as tríades chinesas. Tráfico e guerras de gangues são comuns em filmes de ação e a trama não faz nada com essa premissa que já não tenhamos visto antes. Ao menos consegue tornar seus vilões em ameaças críveis e com personalidades excêntricas, como o sanguinário yakuza Ricky (Munetaka Aoki). Don Lee é um protagonista carismático ao equilibrar o jeito durão de Seok-Do com um lado mais bonachão.

Excêntrico é também o modo com o qual o filme insere momentos de comédia, seja em locações inesperadas, como na cena em que Seok-Do interroga um suspeito sentado em uma cama de motel que insiste em girar enquanto ele tenta fazer perguntas, seja pelas figuras pitorescas, de aliados a inimigos, que cruzam seu caminho. São momentos de humor que facilmente podiam destoar do resto do filme, mas que são conduzidos de uma maneira tão orgânica que funcionam como um contraponto eficiente para a seriedade da trama criminal violenta.

Ação intensa

O principal do filme, porém, são as cenas de ação e elas funcionam pelo modo como destacam a violência implacável de seus vilões e a intensidade do protagonista. Vemos isso na cena em que Ricky invade o espaço de uma gangue rival e sai dilacerando seus adversários se movendo com eficiência pelo espaço apertado enquanto a câmera passeia pelo caos com poucos cortes, nos fazendo entender a lógica daqueles cômodos e como os inimigos tentam, sem sucesso, cercar ou fugir de Ricky.

As lutas que envolvem Seok-Do ressaltam o quanto ele é um combatente astuto, muitas vezes fintando seus oponentes (como na primeira luta durante um acidente de trânsito) para encaixar golpes devastadores ou sendo pragmático e atacando com um único golpe potente para derrubar seus adversários de uma vez. Os combates finais entre ele e os principais antagonistas empolgam pelo modo como os embates ressaltam a habilidade de ambos e nos convencem que o protagonista de fato está sendo desafiado por esses inimigos letais e precisa usar tanto a força quanto a astúcia para superá-los.

Como seu antecessor, Força Bruta: Sem Saída envolve pela competência de suas cenas de ação e personagens excêntricos a despeito de uma trama básica. É um feijão com arroz, mas é bem temperado o suficiente para ser ao menos saboroso.

 

Nota: 6/10


Trailer


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