Origem secreta
É aí que as coisas começam a degringolar. Tentar inserir uma trama de roubo e um clima de grande aventura a um personagem cujas principais características são a preguiça, a gula e o mau humor soa inconsistente (um problema nos dois live action também). Todo o clima do filme e sua trama de roubo não parecem pertencer ao mesmo universo do qual Garfield faz parte. A impressão é que alguém encontrou um roteiro descartado para uma continuação de Meu Malvado Favorito e resolveu reescrever algumas partes para transformar em um filme do Garfield.
Todo o arco entre ele o pai é previsível na eventual reconciliação entre eles e a narrativa sofre com vários problemas de ritmo. Quando eles chegam na fazenda para o roubo de leite, imaginamos que irão logo dar cabo do plano, mas o filme gasta um longo tempo com uma montagem de treinamento que acrescenta muito pouco (o flashback do pai poderia acontecer durante o roubo em si). Perto do fim, toda vez que parece que o conflito principal está resolvido a trama insiste em um novo problema, o que dá a impressão que o clímax tem mais finais que O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003).
O principal problema, porém, é
que não é lá muito engraçado. Os primeiros minutos até acertam na dinâmica
entre Jon e Garfield, mas a dublagem de Chris Pratt carece do cinismo e do ar
blasé que são típicos do gato. Boa parte do tempo o filme recorre a gags físicas previsíveis e que as vezes
se alongam mais do que deveriam. Eu só ri em duas ocasiões. Uma é quando a vilã
Jinx liga para a emergência para denunciar o roubo de leite, implicando Vic e
Garfield, e a atendente humana do outro lado ouve apenas uma série de miados. O
outro é quando Garfield usa vários drones de delivery para atacar a vilã e a
revoada dos dispositivos é acompanhada pelo tema musical de Top Gun (1986).
Nota: 3/10
Trailer
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