Operativos discretos
Na trama, Clooney é um mercenário especialista em fazer desaparecer as indiscrições dos poderosos. Ele é contratado pela promotora Margaret (Amy Ryan) depois que um jovem com quem ela está tendo um caso aparentemente morre em seu quarto de hotel. O problema é que os donos do hotel também contrataram seu próprio mercenário no operativo vivido por Brad Pitt. Como os dois clientes têm seus próprios interesses a proteger, os mercenários são obrigados a trabalharem juntos. As coisas se complicam quando os dois encontram uma quantidade enorme de drogas na mochila do garoto morto e precisam descobrir a quem as drogas pertencem para que os donos não mirem em seus clientes.
Clooney e Pitt são a melhor coisa do filme como dois profissionais experientes, calejados, que tem seus próprios métodos para lidar com as situações e que não confiam um no outro. As interações entre eles e as constantes trocas de farpas rendem momentos divertidos pela espirituosidade dos diálogos e também pelo modo como ambos usam essas provocações para tentarem penetrar nas defesas um do outro e descobrir mais a respeito de seu relutante aliado.
Se os dois trazem humor e excentricidade, toda a trama criminal ao redor deles é tão banal que falha em despertar interesse conforme eles navegam por um submundo cheio de gangsteres genéricos e reviravoltas tão constantes que chega a ser difícil se importar com qualquer coisa que acontece, com a revelação final de que eles foram trazidos como bodes expiatórios sendo relativamente previsível. O texto também falha em dar aos dois personalidades ou estilos distintos, deixando-os incomodamente similares, como se confiassem que as personas de Clooney e Pitt fossem o suficiente. O material até tenta explorar o senso de isolamento e solidão desses dois personagens, mas são sentimentos mais ditos do que efetivamente demonstrados ou construídos em cena. É curioso como o diretor Jon Watts (famoso pela recente trilogia do Homem-Aranha no MCU) conseguiu fazer um suspense tão eficiente em seu filme de estreia, A Viatura (2015), mas aqui não consegue imprimir qualquer senso de tensão ou urgência.
Assim, nem mesmo a química de
suas duas estrelas é suficiente para que Lobos
consiga ir além de ser um thriller
sem muita personalidade.
Nota: 5/10
Trailer
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