Mortes sem impacto
A trama é protagonizada por Lucy (Madison Bailey, de Outer Banks), uma garota que acidentalmente viaja no tempo para 2003, dias antes da irmã mais velha, Summer (Antonia Gentry, de Ginny & Georgia) ser assassinada. Presa no passado, ela precisa encontrar um meio de retornar ao presente ao mesmo tempo em que busca um meio de impedir a morte da irmã.
Apesar de ser um slasher, o filme parece ter medo do próprio potencial violento de sua premissa, sempre cortando ou desviando a câmera quando o assassino está prestes a matar alguém. O resultado disso é um terror asséptico que nunca aproveita o potencial das situações em que põe seus personagens. Ver alguém ser morto ao ter a cabeça esmagada pelo trilho de uma escada rolante deveria ser impactante, mas como o filme corta antes de vermos a morte isso não tem qualquer impacto. Toda a trama é desprovida de urgência, tensão ou qualquer sentimento de que os protagonistas estão em perigo.
Nostalgia vazia
Não ajuda que a trama seja previsível, com suas principais reviravoltas sendo fáceis de prever, como a identidade do responsável pela máquina do tempo. A ida ao passado também não serve para qualquer tipo de comentário sobre a época, com o filme se limitando a um humor preguiçoso envolvendo comentários sobre a inexistência de redes sociais ou Lucy assustada com o som de conexão da internet discada. Mesmo a relação de Lucy com os pais não passa do óbvio de mostrar que eles eram pessoas diferentes antes do trauma de ter uma filha assassinada.
O máximo que o filme consegue é
explorar da época retratada um sentimento de nostalgia com sua paisagem musical
cheia de canções pop dessa época como Complicated,
de Avril Lavigne, A Thousand Miles,
de Vanessa Carlton ou All You Wanted, de
Michelle Branch. Isso logicamente não é o bastante para que Corte no Tempo seja capaz de oferecer
uma experiência minimamente aproveitável, não indo além um slasher asséptico com senso de humor pedestre e personagens vazios.
Nota: 3/10
Trailer
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