quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Crítica – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

 

Análise Crítica – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

Review – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim
Um anime que contasse a história do rei Helm Mão-de-Martelo e de como o a fortaleza que leva seu nome permitiu aos Rohirrim resistirem a uma invasão séculos antes dos eventos de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002) não era a primeira coisa que eu pensaria para uma nova produção na Terra-Média (ainda não entendo como ninguém tentou um projeto baseado em Beren & Luthien ou Os Filhos de Húrin). Mesmo não sendo um pedaço da história deste universo que deixava os fãs ansiosos de curiosidade, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é uma aventura bacana.

Lá e de volta outra vez

A trama é focada em Héra, filha de Helm. Quando um governante do sul, Freca, tenta forçar Helm a casá-la com seu filho, Helm o desafia para uma luta. Durante o combate Freca cai por conta de um soco de Helm e bate a cabeça, morrendo. Helm bane Wulf, filho de Freca, das terras de Rohan, mas ele jura vingança. Anos depois Wulf vem com um exército de mercenários atacar o reino, obrigando todos a recuarem para a fortaleza nas montanhas. Os irmãos de Héra morrem no primeiro ataque de Wulf e agora apenas ela e o pai restam da família real enquanto eles ficam sitiados na fortaleza.

A voz de Brian Cox (o Logan Roy de Succession) dar um ar de autoridade e imponência a Helm, ilustrando a personalidade rígida e irascível do monarca, embora também dê a ele uma medida de ternura nas cenas em que conversa com a filha. Héra, por sua vez, funciona como uma proto versão da Eowyn vivida por Miranda Otto (que serve como narradora desta animação) na trilogia O Senhor dos Anéis. Héra é uma dama da corte de Rohan que não aceita ser somente uma dama destinada a casar com alguém, desejando que o pai a trate igual aos irmãos. Sua jornada é bem construída conforme ela precisa assumir o reino e se tornar a protetora que sempre se preparou para ser, mas fica a impressão de que já vimos tudo isso antes.

Avante, Eorlingas!

Visualmente animação remete bastante aos filmes da trilogia, com muito da arquitetura de Edoras, dos salões reais de Rohan e do Abismo de Helm remetendo diretamente às produções dirigidas por Peter Jackson ao mesmo tempo em que consegue usar a estética de anime para criar uma personalidade própria, não se limitando a ser uma emulação animada da trilogia. A ação é um dos pontos altos do filme, inclusive com mais sangue que eu esperava, embora nada muito explícito.

O mesmo acontece no campo sonoro. A paisagem musical se beneficia dos temas compostos por Howard Shore para a trilogia. Claro, há um valor nostálgico nessas músicas, mas mesmo descontando isso não há como negar a força expressiva dessas composições. Essas faixas são usadas em conjunto com música original composta por Stephen Gallagher, com um projeto musical que mescla o familiar e o novo.

As batalhas envolvendo Helm mostram o combatente formidável que o rei é, tornando-o digno da lendária reverência com a qual ele é mencionado na trilogia original. É difícil não se empolgar com o discurso dele seguido do grito de guerra “avante, Eorlingas!” na primeira cavalgada contra Wulf ou no épico embate nos portões do Abismo em meio a uma nevasca conforme ele enfrenta uma legião de inimigos usando apenas os punhos. Héra também tem seus bons momentos, com destaque para seu duelo final contra Wulf no qual ela mostra sua versatilidade em combate.

Ainda que o arco de sua protagonista não traga nada de novo, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é uma aventura competente que entrega boas cenas de ação e expande a mitologia da Terra Média.

 

Nota: 6/10


Trailer

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